Em prol de melhorias no clube, a torcida organizada Gaviões da Fiel cobrou um parecer da diretoria do Corinthians, na última quarta-feira (25). Todavia, o presidente alvinegro, Andrés Sanchez atendeu ao comunicado em reunião com conselheiros e diretores da torcida, concedendo entrevista coletiva no CT Joaquim Grava, nesta quinta-feira (26).

Junto do presidente, o diretor de marketing do clube, Luís Paulo Rosenberg e o gerente financeiro do Corinthians, Roberto Gavioli, se pronunciaram e responderam aos jornalistas presentes no CT.

De início, Gavioli foi quem começou falando sobre a diminuição do déficit financeiro da equipe, que caiu de R$ 8 milhões para R$ 5 milhões.

"Temos algumas evoluções. Temos uma redução no primeiro semestre no défict de 58%, temos uma redução nas despesas financeiras de 37%. Os passivos ainda não conseguimos reduzir, mas importante dizer que esse passivo é de dívida financiada do Profut negociado em 20 anos, então é bem tranquilo. Hoje não temos nenhuma inadimplência que gera preocupação ao clube. A projeção para o final do ano é boa, devemos fechar o ano bem e no segundo semestre devemos ter uma situação melhor", esclareceu.

Em seguida, foi Rosenberg foi quem teve a palavra e tocou em alguns pontos sobre planejamentos para o clube no futuro. Além disso, o dirigente falou sobre o patrocínio máster na camisa, que tanto é cobrado pela torcida para aumentar as rendas do clube, depois que não renovou com a Caixa Econômica Federal.

"Agibank, Positivo, que vai ter um aumento, já temos R$18 milhões (na camisa). O que falta é o máster, que compõem peito e costas, e estamos trabalhando para o peito que vai ser uma das camisas mais valiosas do Brasil. Outra coisa interessante que é uma tendência é ter sua própria rede social. Chega de Facebook para corintiano, agora vai ser "Facenois". A troca de experiência entre corintianos vai estar lá. Ele vai dar conteúdo, vai dar informação, intercâmbio de informações. A outra coisa também muito moderno é o "Chefeboy", um robozinho que conversa. Você cria um corintiano virtual. Você vai poder acessar e perguntar para ele: você ficou feliz com o título de 77? Vamos torná-lo o mais comunicativo possível. Onde isso existe cria um vínculo legal com o torcedor. O objetivo é criar uma nova oportunidade de se apropriar do Corinthians", explicou.

Abordando o tema da Arena Corinthians, o diretor de marketing se mostrou otimista quanto a situação da casa corinthiana, que de acordo com o próprio, segue com suas contas em dia depois de renegociações tratadas por Andrés Sanchez.

"Vou falar um pouco mais da Arena. A Arena para nós se divide em 3 capítulos: Renegociação da dívida, aumento da receita, diminuição das despesas. Quando você fala em renegociação você tem três desafios. A relação entre Corinthians e Caixa quando o Andrés assumiu era quase caótica. O credor desiste que você vai desistir de pagar e vai para o "pau". O Andrés foi para a renegociação e isso é muito complicado. É com grande alegria que todos os problemas existentes foram superados. Vivemos em uma fase que todas os problemas foram superados. Tudo é transparente e tudo isso dá uma confiança para o credor. Agora o contrato está atingindo um nível de maturidade maior. Vocês sabem que todas as arenas fora a nossa do lado do credor uma entidade estatal, então quem emprestava o dinheiro estava tranquilo, porque se desse alguma coisa o dinheiro estava no fundo", pontuou Rosenberg.

E ainda elogiou o projeto que vem sendo feito para sanar a dívida bilionária do estádio, que gira em torno de R$ 1,3 bilhões.

"Existe uma arena que está absolutamente em dia com seus pagamentos: a Arena Corinthians. A única que o BNDES não financiou por achar de alto risco é a única que está honrando os compromissos. Aí vamos partir para a outra, que é enfrentar a Odebrecht (construtora do estádio). Estamos resolvendo primeiro o problema com a Caixa e depois vamos para eles. O que é dívida com BNDS e Caixa e outra com a Odebrecht. Uma é com o Governo e outra com o setor privado. Quando você quer saber quanto custa o investimento, você paga o valor à vista dele, senão vira uma zorra", ressaltou.

Em seguida, Andrés Sanchez teve a palavra e começou falando sobre as perdas do elenco e da comissão técnica. Mesmo com as ausências, o mandatário deixou claro que o Corinthians seguirá competitivo nos campeonatos que disputar.

"Para falar com o torcedor que está um pouco nervoso. O time, na minha concepção, perdemos dois jogadores e contratamos 4. O Rodriguinho recebeu uma proposta antes e não ficou feliz. Agora veio uma proposta boa e ele foi. O Corinthians perdeu comissão técnica, atleta e continuamos montando boas equipes, e dessa vez não vai ser diferente. Perdemos 9 da comissão e estamos remontando tudo de novo. Temos que virar a chavinha. O time de futebol sempre foi a prioridade e vai ser sempre. Não só os corintianos, mas os rivais podem ficar preocupados porque vamos ser competitivos. Eu não admito pagar 600 mil reais para treinador, não admito 1 milhão para jogador. Eu não faço isso. Eu não vou sair daqui dois anos e deixar a conta ai. Não queremos vender ninguém, não precisamos vender ninguém, mas se o jogador não quer ficar eu não quero um jogador descontente" falou.

Falando sobre os Naming Rights, que são patrocinadores para o nome do estádio, como a seguradora Allianz tem com o rival Palmeiras, Andrés foi sincero quando falou o porquê de não ter obtido um patrocínio para o estádio, o que renderia maior renda e estabilidade financeira ao clube.

"Primeira por incompetência nossa. Depois porque quando fizemos o Brasil era um, agora é outra. Eu vou falar um monte de coisa aqui e amanhã tem um monte de manchete minha. Foi incompetência. Quer falar alguma coisa Rosemberg?", perguntou Andrés ao diretor de marketing, que respondeu.

"Claro que quero. Você vai me chamar de incompetente? (risos). O que tem relação são vários fatores. O mais grave é a queda das atividades do Brasil. E houve uma deterioração no futebol em geral, com violência, com dirigentes presos Tudo isso atrapalhou, e Copa do Mundo ainda suga recursos, e ficou mais complicado. Quando você vende uma camisa, é um outdoor, está claro o que está comprando. E é um ano. Se eu cometo algum deslize, é um ano. 20 anos é uma coisa muito séria. O que ele chama de incompetência é o seguinte: duvido que você consiga imaginar um nome que a gente não tenha contatado, mas é um processo demorado. Não é como vender um carro, porque ele sabe direitinho o que está comprando. É um produto totalmente artesanal. Se é uma empresa área, além de colocar o nome dele eu tenho que complementar. Nós temos uma meia dúzia em andamento, mas eu não vou dar prazo", pontuou.

Quando perguntado sobre seu trabalho, Andrés disse que deixará o comando de deputado em Brasília e que está feliz no Corinthians, apesar de estar sofrendo. O presidente ainda reiterou sobre o futuro do Corinthians mesmo com as perdas.

"Sofrendo bastante, trabalhando muito, mas muito feliz e agraciado por ser presidente do Corinthians, de uma nação. Estou fazendo meu melhor, ninguém é mais corintiano que eu e ninguém é menos. Se estamos sem patrocínio hoje é porque estamos trabalhando para tudo melhorar. Estou feliz, estou onde eu gosto, onde eu tenho uma paixão e onde eu estava na Câmara eu não tenho essa paixão, acaba meu mandato no fim do ano e não vou ser candidato. Quando o time ganha é uma coisa, quando perde é outra. Mas volto a repetir. Independentemente de sair mais jogadores, vamos ter um time competitivo, vamos continuar com um time fortíssimo", ressaltou.

Ao final da entrevista, Andrés comentou sobre a revolta da torcida após as vendas de peças importantes. O presidente disse que o zagueiro Balbuena não será reposto, apenas Rodriguinho, que deixou o clube a menos de uma semana.

 "Eu nunca fui tão xingado nas redes sociais. Eu estou presidente, mas antes de tudo sou torcedor e quero ganhar tudo, desde o sub-10, mas tem mais 19 times querendo ganhar. Temos que ter paciência. Vamos brigar por títulos. Eu entendo a tristeza, eu também não queria perder jogador, queria que o Renato Augusto estivesse aí até hoje, o Gil também", finalizou.