No último domingo (5), a Alemanha registrou violações de regras no combate à pandemia do covid-19, que foram da farra de grupo de cidadãos em uma pequena cidade, a um indivíduo que cuspiu em uma moça na fila. O país, é verdade, registrou nova queda de número de casos, em compensação, soma 91.714 infectados e 1.342 mortes até então– distante dos números no Brasil.

Aqui, a falta de pesquisa no campo limita a conclusão se foi certa ou errada a atitude vindas de alguns times alemães de voltarem aos treinamentos, quando se faz necessário entender a estrutura, preparo e organização social do país, mas constata a indisciplina de alguns habitantes, que colocam (indiretamente) em risco aqueles da área futebolística. Área esta distante em termos de relevância comparada ao setor da saúde e o comércio de alimentos, da perspectiva de uma sociedade.

Portanto, convém que os atletas retornem ao trabalho em meio a uma pandemia? A importância do futebol chega a tal limite? De fato, vale ressaltar que o retorno de equipes como o Wolfsburg, Schalke 04 e Eintracht Frankfurt estão carregadas de cuidados, conforme as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas, ainda assim, o abandono à quarentena seria o ideal para o nosso cenário?  

O quão seguro torna-se ao funcionário de Cruzeiro, Atlético ou América-MG retornarem ao trabalho externo em uma Minas Gerais que apresenta número crescente do vírus dia após dia desde 9 de março – quando obteve-se o primeiro caso da Covid-19 no estado.

De sábado para domingo (5), registraram-se 68 novos casos (430-498), segundo a Secretaria de Saúde, obtendo maior número de infectados de um dia ou outro até então. Seria este o momento ideal de pedir que aqueles nos quais temos enormes saudades de ver no campo voltem para o dia a dia, em meio a um cenário regional e nacional de crescimento de infectados?

Nessas horas, a preocupação com as contas do clube, entre outras deficiências técnicas e administrativas, torna-se irrelevante perante às vidas que se envolvem. O futebol é um fundamental componente cultural e social, capaz de, por um gol, unirem pessoas que jamais se conheceriam, quando, juntas, comemoram e dividem a paixão pelo esporte.

Mas, por não estar ligado diretamente a um setor de extrema necessidade para que o ser humano sobreviva, a paralisação é a solução mais humana e ética a todos que trabalham nas equipes do estado mineiro.