Revelado pela Portuguesa, o ponta-direita conheceu Dener nas categorias de base da Lusa. Paulo Rogério Alves, o Tico, era um dos melhores amigos do nosso Cometa. Inclusive, o ex-jogador revelou ser padrinho de casamento do filho caçula de Dener. Da mesma forma, o “Reizinho” também era padrinho da filha do amigo.

Tico revelou à VAVEL Brasil histórias nunca contadas antes sobre o seu “irmão que nunca teve”, em sua próprias palavras. Além disso, também opinou sobre o que poderia ter acontecido com o Cometa Brasileiro, se não fosse o acidente fatal.

Confira abaixo a entrevista exclusiva com fotos, vídeos e falas inéditas: 

VAVEL Brasil: Quando se fala no Dener, a maioria lembra dele pelos seus dribles e gols dentro de campo. O estilo de jogo dele era um futebol alegre com a famosa ginga brasileira. Mas, e pra você que conviveu com o Dener desde as categorias de base, como era a pessoa, o cidadão Dener fora das quatro linhas? Você poderia falar um pouco mais da sua amizade com ele?

Tico: Dener tinha esse futebol alegre , ousado e irreverente e com toda ginga brasileira, o verdadeiro futebol moleque. Dener fora de campo também era moleque, brincalhão. Gostava de tirar sarro de todos, no vestiário, na rua, no ônibus, no carro, onde estava, no campo treinando, zuando todos. Difícil era ver ele mal humorado, quando estava passava logo ia voltando ao normal aos poucos. (risos). A nossa amizade surgiu logo quando o Dener veio para a Portuguesa, mais ou menos em 1983. Eu cheguei primeiro para o Dente de Leite. E aí fizemos um amistoso no Dente de Leite. Portuguesa contra Vila Maria, que era o time que o Dener jogava antes de fazer parte da Portuguesa. Nós ganhamos o amistoso, mas no Vila Maria tinha um garoto negrinho que era muito bom e se destacou. Era o Dener e aí o treinador da Portuguesa e os diretores já chamaram ele para ir para Lusa. Aí, em diante, surgiu nossa amizade e irmandade, companheirismo dentro e fora de campo, que foi até a fatalidade que veio acontecer com ele, infelizmente.

VAVEL Brasil: Você poderia contar alguma história engraçada de bastidor para contar sobre o Dener? 

Tico: 

Arte: Breno Astolfi, Luísa Pessoa e Luca Reverdy; Edição: Isabella Molina

VAVEL Brasil: Muito se especulava que o Dener já estaria pronto para a Copa do Mundo de 1994. Você, que acompanhou ele tão de perto, acha que ele já estaria pronto?

Tico: Sim, ele estaria. Mostrou isso, vinha mostrando no Campeonato Carioca e (estava) focado, tanto é que ele quis ir embora logo para não dar motivos de chegar atrasado no treino. E nas suas convocações estava mostrando que poderia fazer parte do grupo da Seleção de 1994 e aos poucos conquistando uma vaguinha.

VAVEL Brasil: Hoje, muito se compara o Dener com Neymar e Robinho. Muito pelo estilo de jogo de sempre partir pra cima do adversário, sem medo, buscando o drible. O que você acha dessa comparação?

Tico: É uma comparação sadia para o nosso futebol, que graças a Deus, sempre surge um (craque) no Brasil, não é à toa que temos 5 estrelas no peito da nossa camisa, se fosse mais organizados em gestão teríamos no mínimo 10. Vamos pela ordem, Robinho falou e fala que era fã do Dener, Neymar veio depois e fala que era fã do Robinho, então imagina, um craque falando do outro. Para mim eles lembram sim o estilo de jogo, com a forma de enfrentar o adversário partindo pra cima sem medo e em direção do gol, verdadeiro futebol moleque, com ousadia, alegria e irreverente.

VAVEL Brasil: Tico, você estava presente naquele 4 a 2 em cima do Santos em 1993. O neto do Dener, o Rafael, e os filhos, Dener Matheus e Deniz, falam que aquele gol do Dener, no qual ele dribla, sai em arrancada, dando um caneta e driblando o goleiro, é o preferido dele. Esse foi o gol mais bonito que você viu em campo? 

Tico: 

Arte: Breno Astolfi, Luísa Pessoa, Luca Reverdy e João Possari; Edição: Isabella Molina

VAVEL Brasil: Tico, há muitos relatos na mídia da sua relação de carinho com a família do Dener. Você poderia falar mais sobre isso?

Tico: Sim, como falei, a nossa amizade e irmandade surgiu logo após a vinda dele para o Dente de Leite da Portuguesa. Dali em diante sempre nos entendemos e nos demos muito bem. Ele era o irmão que eu não tive e ele era padrinho da minha filha. Eu fui agora em novembro de 2019 padrinho de casamento do filho dele mais novo, o Dener Matheus. Todos da família me tratam como se fosse da família. Os filhos falam que sou o segundo pai e toda a família me trata e me convida para as coisas na família é uma consideração mútua, um carinho recíproco.

VAVEL Brasil: Você já mostrou que a última camisa usada pelo Dener em um jogo oficial estava contigo. Ela ainda está com você? Você poderia mandar uma foto com ela para a matéria, por favor?

Tico: Estava não, a camiseta está comigo. Essa é relíquia.

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