A quinta colocação do Fluminense no Campeonato Brasileiro diz muito de um time que está disposto e com condições de disputar o título ou pelo menos o G4, com grandes chances de garantir a vaga na fase de grupos da Copa Libertadores da América. Em 20 jogos disputados, o Tricolor das Laranjeiras venceu nove vezes, empatou cinco e perdeu seis no campeonato, com 29 gols marcados e 22 sofridos.

Na rodada anterior, o Tricolor estava há oito partidas em invencibilidade, até o momento em que na 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi derrotado por 1 a 0 para o Grêmio, no Maracanã.

No entanto, o Fluminense é um time, que possui um elenco limitado e com uma oscilação bastante frequente na temporada por diversos motivos, entre eles, o elenco curto e a precária situação financeira. O início da temporada não foi muito animador, apesar de ter bons jogadores no setor do ataque que desmancharam conforme o tempo passava. A camisa 9, ou melhor, 99, até então, era de Evanílson. O papel do centroavante titular da equipe era de um jovem jogador de apenas 21 anos.

Poucos não acreditavam no potencial, pois ele já tinha demonstrado na base onde foi artilheiro em diversos campeonatos, e tão pouco tempo no profissional, que tinha plenas condições de disputar com tranquilidade a vaga de titular.

Entretanto, o jogador foi vendido para o Porto no final do primeiro semestre e, com este desfalque, o Fluminense precisou repor peças, uma delas foi a chegada do ídolo e veterano, Fred. Para resumir, a equipe ainda não encontrou o ataque ideal comandado pelo técnico Odair Hellmann. O elenco curto não o ajuda, e as suas ideias também não colaboram muito com as condições que a equipe tem para desempenhar.

Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C
Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C

O esquema tático no 4-2-3-1, mais conhecido como o 4-3-3, insiste no tripé de atacantes no último terço do campo, sendo que a equipe ainda não encontrou o ataque certo para definir o setor. As lesões e o pouco tempo de trabalho após a paralisação por conta da pandemia do coronavírus, prejudicaram bastante os clubes na temporada.

No entanto, o Fluminense foi eliminado na primeira fase da Copa Sul-Americana e na quarta da Copa do Brasil, aumentando o tempo de treinamento e descanso, embora o planejamento era de estar mantido ainda em pelo menos uma dessas competições. A semana livre para disputar cada partida no Campeonato Brasileiro foi um aliado para aprimorar o físico e o desempenho a fim de não ter tantos desfalques por lesões na temporada.

A parte de cima da tabela diz muito do que o time se propôs a fazer para estar entre os primeiros, apesar das eliminações precoces durante a temporada de 2020. O problema é que o Fluminense não convence dentro de campo, embora tenha conquistado mais pontos e uma alta colocação do que o planejado, exclusivamente pela diretoria.

Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C
Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C

Entretanto, isso pode ser um motivo de alerta para o segundo turno com chances de oscilação na equipe, deixando claro que o time tem condições de estar na primeira parte da tabela, porém, com dificuldades na manutenção do elenco.

O planejamento do clube para a temporada foi de reciclagem, ou melhor, uma reconstrução, por isso, tiveram a ideia de contratar o técnico Odair Hellmann, que apesar do pouco tempo de carreira, consolidou um bom trabalho no Internacional desde o retorno à elite do Campeonato Brasileiro, com uma equipe veterana, forte fisicamente e conquistando muitos pontos, independente da forma e estilo de jogo do comandante catarinense.

A oscilação foi algo recorrente no clube gaúcho, e este foi um dos motivos que o levaram à demissão no Colorado. A ideia no Tricolor é a mesma, mas com a confiança de que o trabalho será melhor, no entanto, resta saber como o Odair vai lidar com os frequentes problemas que tem na equipe carioca para manter o bom desempenho no Campeonato Brasileiro que costuma puxar muito dos times com Datas FIFA, rodadas adiadas devido ao coronavírus e limitação técnica da maioria dos clubes na temporada.