Talvez nunca a Selecção Nacional tenha contado com um «número 2» na baliza com tanta qualidade mas ao mesmo tempo tão pouco conhecido do grande público, pelo menos em Portugal. O mais curioso é que este exemplo, Anthony Lopes, possui o mérito de ser conhecido por parte dos adeptos de uma nação bem maior do que o nosso país, caso da França, onde sempre jogou e pontifica como um dos grandes especialistas na sua posição.

Estranho ter tido tão poucas oportunidade para defender a baliza portuguesa? Sem dúvida. No entanto, convocatória após convocatória tem vindo a ser penalizado pelo facto de Rui Patrício se valorizar precisamente na nossa Liga, ser já um dos nomes grandes na história do Sporting e acima de tudo por nunca ter comprometido na defesa da baliza nacional. Resta a Anthony continuar a esperar pela sua grande oportunidade…

Enquanto continua a cimentar o seu estatuto de alternativa número 1 a Patrício, Anthony Lopes atingiu já o estatuto de uma das figuras do histórico e ainda muito poderoso Olympique Lyonnais, o bem conhecido Lyon multi-campeão de França no início deste século pelo excelente trabalho que tem vindo a realizar.

Estatuto de melhor guarda-redes estrangeiro da Ligue 1 atesta a sua qualidade

Isto de uma forma tal que… o seu nome continua a circular como um dos mais prováveis a incluir numa transferência avultada envolvendo dois emblemas da Ligue 1 visto que o Monaco, vice-campeão e apurado para a próxima edição da Liga dos Campeões, deseja assegurar um guarda-redes com estatuto de titular e terá escolhido o luso-francês como o homem indicado, contando para isso com a intermediação (claro está…) de Jorge Mendes e as suas estreitíssimas ligações com o clube.

Assim, será possível que durante o estágio de preparação de Portugal seja dado a conhecer o negócio de Anthony que esta temporada voltou a ser eleito como melhor guarda-redes estrangeiro da Ligue 1, o que muito diz sobre a sua qualidade e essencialmente capacidade para fazer parte dos jogos de maior importância, se necessário for.

Com uma particularidade que abona em seu favor: trata-se de um mais emigrante, neste caso um luso descendente, habituado a lidar com o clima de festa com que a Selecção Nacional se depara sempre que viaja para um país de emigração tradicionalmente portuguesa como será o caso em França e com a vantagem de desta feita a equipa não encontrar um clima diferente e complicado como sucedeu há dois anos no Brasil.

Alguns testes mal sucedidos da Selecção Nacional vêm limitando as suas oportunidades

Desta forma, apesar de existir um enorme contingente de «emigrantes» na comitiva nacional, Anthony será o representante, assim como Raphael Guerreiro, de um grupo muito particular de portugueses espalhados pelas grandes Ligas internacionais e que têm nos desafios de Portugal uma oportunidade de recuperar contacto com a realidade e o convívio com os seus compatriotas.

Ver-se-á se estará no Euro 2016 a hora de Lopes na equipa nacional. Para infelicidade do guardião, as oportunidades de representar Portugal coincidiram com alguns testes com maus resultados - tenhamos como exemplo as partidas frente a Cabo Verde e Bulgária, nas quais Portugal saiu derrotado e contou com Anthony Lopes como titular.

Face ás derrotas e maus desempenhos nesses encontros, o guarda-redes nascido em França ficou sem a possibilidade de se mostrar devidamente ao contrário de outros companheiros que dizem muito ao público e que contam com títulos europeus de clubes no seu currículo, como Pepe e Cristiano Ronaldo, que disputarão mais uma final da Liga dos Campeões ao serviço do Real Madrid e servir como mais uma inspiração para um emigrante que ainda sonha.