Hoje, sem nenhuma dúvida, Toni Kroos é um dos melhores jogadores da Copa do Mundo. Para a Fifa, o meia alemão lidera o ranking dos melhores do Mundial e subiu várias posições após ser o melhor em campo na goleada da Alemanha sobre o Brasil por 7 a 1, quando marcou dois gols e ainda deu uma assistência na partida.

Se Kroos hoje é uma unanimidade na seleção alemã, nem sempre foi assim. Com a ida de Phillip Lahm para o meio-campo, o camisa 18 alemão chegou a perder espaço entre os titulares, já que Khedira e Schweinsteiger são absolutos no time, mas seu bom desempenho fez com que Joachim Löw arrumasse um lugar para ele no time.

Na Copa do Mundo, em seis partidas disputadas, Kroos jogou os 90 minutos em todos os jogos, sendo substituído somente nos acréscimos da vitória contra a França nas quartas de finais. Se forem contados apenas os jogadores de linha, somente o capitão Lahm jogou mais que Kroos, já que não foi substituído em nenhuma oportunidade.

Levando-se em consideração a temporada ruim que teve, o Toni Kroos da Copa do Mundo parece outro jogador. No Bayern de Munique, talvez pela falta de um jogador de mais marcação no meio-campo, foi sacrificado tanto no 4-2-3-1, como no 4-1-4-1 de Guardiola, tendo funções mais defensivas e aparecendo pouco no ataque. É bom lembrar que no início da carreira, Kroos jogava como meia-atacante, vestindo a camisa 10 nas seleções de base e aparecendo muito na frente.

No começo da Copa do Mundo, quando Löw seguiu usando Lahm no meio, Kroos só teve mais liberdade quando atuou ao lado de Khedira no 4-1-4-1, fazendo o papel de meia central e sendo o jogador que mais se aproxima do atacante. Contra Portugal, na estreia da Copa, foi assim. Aproveitando-se também do fato de a Alemanha jogar com um jogador a mais durante boa parte do jogo, Kroos fez boa partida e ainda deu assistência para o gol de Hummels.

Contra Gana e Estados Unidos, as atuações de Toni Kroos caíram um pouco, assim como a atuação do conjunto alemão. A Alemanha mostrou muitas deficiências e Löw viu que precisaria mexer no esquema tático da equipe. Mas foi somente a partir do segundo tempo do jogo contra a Argélia, que a seleção alemã mostrou uma melhora. Lahm voltou à lateral e Kroos passou a jogar ao lado de Khedira e Schweinsteiger no meio-campo, sem muitas obrigações defensivas e seu futebol cresceu.

Nas quartas de finais, em um jogo difícil contra a França, o gol da vitória alemã saiu dos pés de Kroos, que cobrou a falta para Hummels marcar de cabeça. Mais solto no meio-campo, o camisa 18 da seleção alemã passou a ditar o ritmo da equipe, deixando de lado o futebol burocrático de outrora, priorizando lançamentos, mas agora sendo um jogador mais incisivo, de rápida e excelente chegada dentro da área.

A atuação de Toni Kroos contra o Brasil mostrou exatamente o ápice de seu desempenho. Com Schweinsteiger jogando na proteção à zaga, o meia esteve bem adiantado, marcando a saída de bola brasileira juntamente com Khedira, o que resultou no massacre visto em campo. Além dos dois gols marcados em três finalizações, Kroos também deu a assistência para Müller no primeiro gol e foi o segundo jogador que mais correu em campo, com 11,7 quilômetros percorridos, ficando atrás apenas de Schweinsteiger.

O que mais impressiona nos números de Kroos é o aproveitamento de 91,2% nos passes, sendo que ele tem média de 2,2 passes chaves por jogo, ou seja, passes que dão aos companheiros oportunidade de finalização. Como explicado em todo o texto, a evolução de Toni Kroos foi crucial para a Alemanha chegar à final da Copa e Löw tem papel fundamental nisso, já que deixou sua teimosia de lado e resolveu escalar o meio-campo alemão da melhor forma possível.