Tradicionalmente, a VAVEL Brasil elege os melhores da temporada do futebol francês. Taxada como uma competição sem muita emoção, a última edição da Ligue 1 provou o potencial da competição com uma disputa muito boa entre três equipes, que perdurou até a reta final. Além disso, a disputa pelas competições europeias foi acirrada até o fim. Em baixo, “uma briga de facão no escuro” para fugir do rebaixamento.

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Após anos de monopólio do PSG, o Monaco quebrou a sequencia e levantou o arco, levando o título para o principado. São seis jogadores em nossa seleção, além do técnico e da revelação. O Paris conta com apenas dois representantes, mesmo número do Nice, terceiro colocado. A última vaga foi ocupada por um atleta do Lyon. Escalado no 4-3-3, tendo Cavani como melhor da competição, a Seleção VAVEL da Ligue 1 2016/17 vai a campo com:

Goleiro: Yoan Cardinale (Nice)

Foto: Getty Images

Em uma disputa interna acirrada com Subasic, o goleiro francês de 23 anos levou a melhor. A primeira impressão é de desconfiança, talvez pela estatura, mas foi graças ao “baixinho” de 1,81m que o Nice segurou a bronca em muitos momentos da temporada. Cardinale cresceu em jogos importantes e se destacou em meio a uma defesa que passou por alguns problemas durante a temporada. Foram 151 defesas e 35 gols concedidos em 36 partidas disputadas.

Menções honrosas: Subasic, Lafont, Didillon e Anthony Lopes.

Lateral-direito: Sidibé (Monaco)

Foto: Stéphane Senaux/Monaco

Sem surpresas. Uma grande contratação do Monaco. Vindo do Lille, o camisa 19 pode atuar tanto na direita, quanto na esquerda. É forte fisicamente, marca bem e cumpre bem sua função no ataque. Foram dois gols e três assistências em 29 jogos, além de vários laterais arremessados para a grande área. Sidibé evoluiu ao longo da temporada e causou dor de cabeça ao técnico quando era desfalque.

Zagueiro: Thiago Silva (PSG)

Foto: Aurelien Meunier/Getty Images

O capitão do Paris Saint-Germain fez mais uma grande temporada no futebol francês. Foram 27 jogos e apenas 16 faltas em todo o campeonato. O brasileiro também ajudou no ataque com três gols e uma assistência. Fica o registro de apenas um cartão amarelo, sem nenhum vermelho. Além Ligue 1, o “monstro” levantou os canecos da Copa da Liga e Copa da França.

Zagueiro: Kamil Glik (Monaco)

Foto: Stéphane Senaux/Monaco

Uma das melhores contratações do Monaco nesta temporada. Fez um total de 64 jogos nesta temporada em todas as competições. Os 11 milhões de euros investidos foram bem “gastos” no polonês. Foram 36 partidas na Ligue 1, anotando seis tentos. O zagueiro vai bem pelo alto, sabe sair jogando e não compromete iniciando as jogadas quando há marcação forte em cima de Bakayoko e Fabinho, além de marcar com muita qualidade. A parceria com Jemerson deu muito certo.

Lateral-esquerdo: Mendy (Monaco)

Três marcadores cercam Mendy sob olhar atento de Jardim (Foto: Stéphane Senaux/Monaco)

Eleito por unanimidade. Benjamin Mendy tem apenas 22 anos, mas às vezes deixa a impressão que são 22 anos de carreira. Voou baixo pelos radares no primeiro turno, mas alçou ares a partir de janeiro. Com a chegada de Jorge, o sinal amarelo ligou e o lateral comeu a bola imediatamente. Não há como contestar, ultra ofensivo, recompõe de maneira correta, cruza muito bem, arrisca alguns chutes e ainda imprime velocidade, ajudando de maneira sensacional na transição ofensiva do Monaco. Foram cinco assistências nesta temporada.

Menção honrosa: Mendy (depois dele, vem ele novamente)

Volante: Fabinho (Monaco)

Foto: Stéphane Senaux/Monaco

Ele começou como lateral-direito, mas a qualidade o coloca no meio-campo. Leonardo Jardim sacou cedo, fez uma leitura correta, no momento certo e o solidificou na volância monegasca. Cobrador de pênaltis da equipe, Fabinho marcou nove tentos, sendo sete na marca da cal. O brasileiro atuou em 37 das 38 rodadas. Dentre suas características estão: bom passe, domínio de bola, cruzamento, lançamento, visão de jogo e a concentração. Além de marcar bem, formando boa dupla com Bakayoko.

Volante: Jean Michael Seri (Nice)

Foto: Jean Catuffe/Getty Images

O pequenino marfinense é o famigerado dono do meio-campo do Nice. A equipe de Lucien Favre teve que conviver com as ausências de Balotelli e a grave lesão do artilheiro Pléa, além de vários desfalques por lesões e suspensões ao longo da temporada. Mesmo diante dessas dificuldades o time ficou em terceiro. Seri foi o senhor do time, tanto marca bem quanto ataca. Pega muito bem na bola, ágil e consegue compensar a baixa estatura com muita vontade. Na Ligue 1, foram sete gols e 11 assistências em 34 jogos. Dos mesmos diretores de Kanté, Gana Gueye e outros... em breve, nas grandes praças da Europa: Seri.

Meio-campista: Bernardo Silva (ex-Monaco)

Foto: Stéphane Senaux/Monaco

Resumindo tudo: jogou tão bem que recebeu a ligação de Guardiola antes mesmo de a temporada europeia acabar por completo. Uma grande baixa ao time do principado. O camisa 10 fazia chover no Stade Louis II, muita qualidade no passe e no chute. Tem um senso de colocação diferenciado e sabe deixar os companheiros bem posicionados. Anotou oito gols e deu nove assistências em 37 jogos. Basicamente o homem forte de Jardim no meio-campo, aquele que fazia a roda girar.

Atacante: Alexandre Lacazetti (Lyon)

Foto: Divulgação/Lyon

Mais uma boa temporada de Alex. Vice-artilheiro do Campeonato Francês, Lacazette volta a chamar atenção do mercado europeu. Seu nome é novamente especulado em outros clubes do velho continente. Mesmo sofrendo duas lesões musculares, o jogador francês conseguiu anotar 28 gols em 30 jogos, além de dar três assistências. Foram dez tentos em cobranças de pênalti e 12 gols que abriram o placar para o Lyon. Suas boas atuações o levaram de volta à Seleção Francesa.

Atacante e melhor jogador: Cavani (PSG)

Cavani ao lado do presidente do PSG e da presidente da LFP (Foto: Jean Catuffe/Getty Images)

O artilheiro. Cavani agarrou a chance tão esperada por ele. Com a saída de Ibrahimovic, ficou nos pés do uruguaio a oportunidade de liderar ofensivamente o Paris nas competições nacionais e internacionais. Mesmo criticado por perder alguns gols, o camisa 9 se mostrou matador agora jogando realmente como centroavante, não caindo pelos lados como em tempos passados.

Sobre os números, 35 gols em 36 jogos. Além de quatro assistências. Destes 35, foram 17 tentos que iniciaram o placar para o PSG. O bom desempenho fez com que renovassem seu contrato em abril. Vinculo novo até 2020.

Atacante: Radamel Falcao García (Monaco)

Foto: Stéphane Senaux/Monaco

Falcão, mas pode chamar de Fênix. Ressurgiu no Monaco, voltou a ser o antigo atacante matador que apavorou o mundo com grandes exibições. Ainda não equiparou aquele tempo, mas deixa a sensação que na temporada a seguir ele vai fazer melhor.

Radamel Falcao foi atrapalhado sim por lesões nesta temporada, mas quando esteve em campo deu seu máximo e em nenhum momento deixou a desejar na intensidade com relação aos seus companheiros. Soube se adaptar para atuar com Germain ou Mbappé. Ele encontrou a sua casa, agora o “projeto” – tão citado pela VAVEL – também é do colombiano. Ele abraçou a causa alvirrubra. Terceiro na lista de artilheiros, Falcao anotou 21 tentos em 29 jogos.

Menções honrosas: Lemar, Verratti, Balotelli, Pléa, Gomis, Anthony Lopes, Sanson, Bernardo Silva, Thauvin, Boudebouz, Eysseric, Sanson e Lucien Favre.

Melhor Técnico: Leonardo Jardim (Monaco)

Você diria não a este homem caso ele pedisse para você puxar em diagonal pelo meio para que o Sidibé tenha liberdade de ir até a linha de fundo? (Foto: Stéphane Senaux/Monaco)

O grande nome do Monaco na conquista do Campeonato Francês. O homem que soube avaliar os pontos negativos da temporada passada, os erros de planejamento, os detalhes imperfeitos e reformulou tudo a sua forma, dentro do “projeto” para que cada peça do quebra-cabeça se encaixasse. Ele atualizou um esquema tático antigo e o modernizou. Quem diria que em pleno 2017 um time chegaria na semifinal da Uefa Champions League no 4-2-2-2?

Leia: Leonardo Jardim revela detalhes táticos do campeão Monaco e cita inevitáveis saídas de jogadores

A capacidade de adaptação e de desapego dele é algo notável. O primeiro por modificar seu time sem medo, mas essa ausência de temor existe por que Leonardo Jardim sabe o que está fazendo, ele conhece, ele treinou aquilo, ele criou situações no treinamento que possibilitaram a repetição com o jogo valendo. A segunda pelo fato de perder a final da Copa da Liga, eliminado na Copa da França e não ficar lamentando “a perca de um doblete” ou “menos um troféu na galeria”. O prêmio maior estava por vir. Levar o Monaco à semi da UCL teve mais destaque que os outros dois títulos nacionais no mata-mata. E o arco ficou merecidamente no principado.

Revelação: Kylian Mbappé Lottin (Monaco)

Foto: Stéphane Senaux/Monaco

Explicamos sobre o garoto ainda durante a temporada.

Um verdadeiro furacão. Ganhou oportunidades no início de 2017 e saiu passando por cima de todo mundo. Velocidade, explosão, equilíbrio, ritmo, drible, finalização, concentração e muita força. No âmbito geral, todas as competições, foram 44 jogos, 26 gols e 14 assistências. Tudo isso concentrado praticamente em cinco meses. Com apenas 18 anos, o garoto vem encantando o mundo.

Participaram da votação: Junior RibeiroVictor Hugo Urbaneski RodriguesRenan TanandoneHumberto Green e Tiago Barbosa.