Com apenas 20 anos de idade, o salto que o jovem Kai Havertz deu em sua carreira é algo que poucos conseguiram fazer até hoje. Em pouco tempo ele passou de uma “promessa” para um líder dentro de campo no Bayer Leverkusen e já até foi convocado para defender a seleção alemã pelo técnico Joachim Löw. Porém, assim como todos os jogadores, a sua excelente trajetória também teve um início.
Nascido no vilarejo de Mariadorf, ao norte de Aachen, ele teve contato com o futebol desde muito cedo por conta da forte influência exercida pelo seu avô.
“Meu avô realmente me introduziu no mundo do futebol e me ajudou a dar meus primeiros passos no esporte. Meu irmão e meu pai também me ajudaram muito a chegar lá quando eu era mais novo. Todos eram loucos por futebol na minha família, nós amávamos o esporte e tudo relativo a ele. Eu cresci neste ambiente e foi daí que a minha paixão se desenvolveu”, disse ele em entrevista ao site Bundesliga.com.
Com apenas quatro anos ele se juntou ao time da sua cidade, o Alemannia Mariadorf, onde seu avô, Richard, era presidente há um bom tempo.
”As pessoas sempre diziam que eu tinha potencial para fazer uma carreira, mas eu ainda teria dez ou doze anos de trabalho para conseguir uma chance de jogar na Bundesliga ou em alguma das principais ligas.”
Depois de passar a maior parte do seu tempo do Alemannia Mariadorf jogando com crianças dois anos mais velhas, em 2009, agora com dez anos, ele se juntou ao Alemannia Aachen, o maior clube da região. Nesta temporada, o time atuava na segunda divisão da Bundesliga e o Kai era um torcedor freqüente: “A melhor época foi quando o Erik Meijer jogava no ataque. O Aachen teve alguns jogadores fantásticos ao longo dos anos, alguns deles, inclusive, são meus heróis de infância.”
Apesar de ser um apoiador do clube, o jovem Kai Havertz mostrou tanto potencial que ficou lá por apenas um ano. Ele já era observado por olheiros desde os tempos do Mariadorf, mas foi um jogo em particular entre Aachen e Bayer Leverkusen que fez com que um dos olheiros realmente o notasse.
“Kai estava jogando pelo time sub12 do Alemannia Aachen. Ele era um ano mais novo do que todos do time e estava atuando contra o nosso [Bayer Leverkusen] sub12,” disse Slawomir Czarniecki, um técnico das categorias de base da BayArena. “Eu não me recordo exatamente como o jogo terminou 8-3 para nós, mas ele marcou os três gols deles. Essa foi a nossa primeira impressão do Kai.”
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O Havertz se juntou ao Leverkusen no verão de 2010 e continuou a progressão da sua carreira nas categorias de base do clube. Até então, ele havia passado por todos os obstáculos que havia enfrentado sem problemas, até que seu corpo criou uma barreira que estava fora da sua capacidade de controle.
“Já com 14 ou 15 anos, eu ainda era um dos menores jogadores do time, e então tive uma estirada de crescimento que se tornou um verdadeiro drama para mim. Eu tive que me acostumar com as minhas pernas se tornando maiores por que isso afeta completamente o seu estilo de jogar futebol. Isso foi definitivamente um grande esforço, especialmente por estar atuando no time sub-15/16. À essa altura eu já passava mais tempo no banco do que como titular”.
Mas nem mesmo um problema desta magnitude foi capaz de barrar completamente a sua ascensão meteórica. Em 2016 ele foi uma das principais peças do time sub-17 do Bayer Leverkusen e os ajudou a vencer o título daquela temporada, com 18 gols em 26 jogos. Ele inclusive marcou o primeiro gol na vitória por 2-0 na final contra o Borussia Dortmund, time contra quem jogaria pelo time principal nove meses mais tarde.
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Em Outubro de 2016, ele fez a sua estreia pelo time principal na Bundesliga e se tornou o jogador mais jovem a debutar pelo Bayer Leverkusen. Em sua primeira temporada ele participou de 24 jogos pela liga alemã e de três pela UEFA Champions League, e com quatro gols e seis assistências, ele causou uma boa impressão tanto para os clubes da liga como para os seus companheiros de equipe, como o atacante Kevin Volland.
“Ele tem uma grande compostura e técnica e um grande índice de acerto na sua tomada de decisão”, disse o atacante. “Eu o vi fazer sua escalada para o primeiro time desde o momento em que ele chegou ao clube e seu desenvolvimento tem sido surpreendente. Ele se tornou especialmente importante para nós com muita rapidez”.
Enquanto o Havertz já causava boas impressões no time principal, ele também passava por uma etapa crucial na sua vida longe dos gramados. Na época em que ele fez a sua estreia no time principal do Leverkusen ele estava finalizando seus estudos e passando pela época de exames na escola, o que o colocou em situações bem difíceis de se conciliar. Ele falou sobre isso quando foi perguntado pelo site bundesliga.com sobre o momento mais difícil da sua carreira até o momento:
“Eu tive que fazer meus exames na mesma época em que estava atuando na Copa da Alemanha. Eu tive uma prova na quarta-feira seguinte a uma terça-feira onde participei de uma partida que foi para prorrogação e pênaltis. Eu cheguei em casa relativamente tarde e tive que fazer o exame na manhã seguinte. Eu prefiro nem dizer com me saí naquele teste!”
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Depois de não participar de apenas quatro partidas na sua segunda temporada como profissional pelo Bayer Leverkusen, ele definitivamente deixou a sua marca na terceira temporada em que atuou (2018/19), marcando 17 gols com apenas 19 anos de idade. Estes números o fizeram ser o jogador mais jovem a marcar 30 gols na Bundesliga e em Dezembro de 2019 ele se tornou o mais jovem a alcançar a marca de 100 partidas, com 20 anos, seis meses e quatro dias de idade.
Atualmente, o Havertz se tornou uma figura de liderança dentro do Leverkusen e se tornou, sem dúvidas, um dos principais candidatos à próxima estrela do futebol alemão, causando também grande animação e ansiedade nos fãs da seleção do país, com quem possivelmente jogará a Euro 2020 (que será disputada excepcionalmente em 2021) e provavelmente a Copa de 2022.