Nelson Rodrigues dizia que "o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada", mas não imaginava que o clássico válido pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, renderia tanta polêmica. A suposta interferência externa na anulação do gol de Henrique é a bola da vez. Devido a isso, o presidente Peter Siemsen convocou coletiva de imprensa nesta sexta (14), em Laranjeiras para comentar sobre o caso.

"É chato para mim e para todo mundo. É um tema que não é legal e o árbitro ser o centro das atenções em um jogo importante como o clássico é lamentável. Eu tinha mencionado dos problemas que a arbitragem tem no futebol brasileiro, principalmente a condução da partida em momentos de pressão. Isso não é novidade e vem acontecendo recorrentemente. Infelizmente, nos últimos jogos o Fluminense tem sofrido com arbitragem", desabafou.

Peter Siemsen declarou também que as atitudes de Sandro Meira Ricci dentro de campo estragaram a partida. O mandatário não entendeu a atitude do árbitro que, aos invés de correr para o meio, foi para a lateral conversar com seus auxiliares.

"Hoje eu faço uma leitura na imprensa, principalmente ex-árbitros que são especializados e todos são unanimes em dizer que houve interferência externa. Eu não estou aqui para julgar. Acertar ou errar um impedimento pode acontecer no jogo. A velocidade da jogada torna tudo difícil. Mas você ter uma marcação de impedimento, árbitro conversa com bandeira e marca o gol, depois ele corre para a lateral e fica lá por 13 minutos. Para fazer o quê? O que ele poderia fazer na beirada do campo que mudasse a decisão dele?"

Aproveitando o gancho, Peter também detonou o árbitro Sandro Meira Ricci, acusando-o de cometer a maior lambança já vista no futebol brasileiro. Lembro a polêmica contra o Corinthians e declarou que só tem a lamentar sobre o Fla-Flu.

"Isso mostra a total incapacidade do árbitro de conduzir uma partida. Esse juiz está definitivamente fora dos quadros, porque ele não a menor condição de apitar partidas no futebol brasileiro. Isso foi a maior lambaça que já vi no futebol brasileiro. Contra o Corinthians eu estava firme defendendo o Fluminense, hoje eu estou lamentando o que eu vi ontem. Lamentando que um árbitro tenha esse tipo de conduta e atitude. A gente sabe que ele destruiu o final do jogo, ele acabou com emocional dos jogadores"

Sobre a interferência externa, Peter foi categórico e lembrou das diversas pessoas que entraram em campo para falar com Sandro Meira Ricci. Desde o banco de reservas até o delegado da partida, várias pessoas falaram ao pé do ouvido com o árbitro.

"Ele se comunicou com pessoas estranhas das quatro linhas durante todo o processo. Era pé de ouvido, conversinha, tinha inspetor, tinha representante, delegado do jogo, capitão da PM, tinha uma barbaridade de gente, jogadores do campo invadindo e pressionando. E alguém foi punido? Ninguém foi punido. Isso porque se demorou 13 minutos para tomar uma decisão"

Ainda sobre a interferência externa, os jogadores do Flamengo Alan Patrick e Willian Arão concederam entrevista falando que foram avisados de fora do impedimento. Peter usou esse fato para seguir atacando a arbitragem.

"Eu ouvi a entrevista do Alan Patrick, ouvi os comentários do Willian Arão, ouvi os comentários do Arnaldo e todos são unanimes em reconhecer que a razão foi tomada devido à Televisão. Houve, sim, de fato, uma interferência externa no jogo. Independente de ser impedimento ou não. Se fosse rapidamente anulado o gol, rapidamente o Fluminense retomaria o foco e ainda tinha tempo"

Por fim, o presidente do Fluminense criticou a súmula, onde Sandro Meira Ricci classificou como "nada de anormal" o que ocorreu dentro de campo. Lembrou também dos acréscimos, afirmando que o árbitro "não sabe contar".

"A incompetência foi tal que ele não deu acréscismo nenhum. E na súmula ele escreve que "nada de anormal aconteceu no jogo". Para quem? Só para ele. Porque todo mundo foi completamente anormal. Ele escreve também que o jogo ficou paralisado por 10 minutos. Ele não sabe nem contar. Foram 13 minutos de demora. São cenas lamentáveis que estragam um jogo bastante equilibrado"

+ Após polêmica, CBF divulga súmula do Fla-Flu: "Nada houve de anormal"

O Fluminense caiu para a sexta colocação do Campeonato Brasileiro após a derrota contra o Flamengo, se mantém com 46 pontos, mas permanece na zona de classificação à Copa Libertadores 2017. O próximo compromisso é contra o São Paulo, na próxima segunda-feira, às 20h, em Edson Passos.

Entenda a polêmica do Fla-Flu:

Após a cobrança de falta de Gustavo Scarpa, Henrique, claramente em posição irregular, empurra a bola para as redes. O assistente, no entanto, assinala imediatamente o impedimento do zagueiro tricolor que corre junto aos companheiros para questioná-lo à beira do campo. O juiz da partida, Sandro Meira Ricci também corre em direção ao assistente e em rápida conversa com ele, valida o gol do Fluminense.

Mediante a isso, os jogadores do Flamengo, juntamente com os reservas e a equipe técnica passa a pressionar o bandeira, criando um tumulto no meio do campo. Após uma intensa discussão, Meira Ricci volta atrás de sua decisão, invalidando o gol de empate do Fluminense. A polêmica, no entanto, ficou por conta de uma possível interferência externa, sob a alegação do uso do recurso de vídeo de maneira indireta para decisão da jogada.

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