O Botafogo foi eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo nessa quarta (24) no Maracanã. O time que vinha se destacando na competição, pouco arriscou e só teve uma chance clara de gol, ainda no primeiro tempo. Em entrevista coletiva, o técnico Jair Ventura reconheceu que faltou criatividade ao time.

Faltou agredir mais, criar mais, apesar de uma finalização ao gol, a chance mais clara foi a cabeçada do Guilherme que não foi no gol. E a chance clara do Flamengo não teve tirando o gol. Flamengo foi superior, tivemos muita dificuldade para jogar. Foi individual, no terço final o Berrío conseguiu o drible, méritos para o terço final”, afirmou.

No jogo de ida, o time alvinegro empatou em 0 a 0 no Estádio Nilton Santos, levando ao jogo de volta a vantagem do empate com gols. Para o técnico, a falta de um gol dentro de casa foi crucial para o resultado da partida no Maracanã. “Em todo mata-mata no ano fizemos gols e tivemos vantagem em casa, nessa não. Não conseguimos fazer valer o fator casa e hoje foi muito difícil aqui. Um jogo muito abaixo do que viemos fazendo, o Flamengo foi merecedor”, reconheceu.

Um dos principais problemas do time de General Severiano foi armar os contra-ataques, sua principal arma. Desde o primeiro jogo, o técnico do Flamengo, Rueda, que já havia jogado com o Botafogo anteriormente pelo Atlético Nacional, reconheceu o estilo do time e fechou os espaços. “Lógico que ficou visível no primeiro jogo, acho que foi situação do Rueda, respeitou muito para evitar essa situação (de contra-ataque). Hoje, mais equilibrado: eles com posse e nós não conseguimos ser efetivos”.

Outro ponto fraco para a equipe foi a perda de dois grandes jogadores: Pimpão e Carli, ambos suspensos. Com a saída deles, Jair optou pelo garoto Marcelo, na zaga, e Guilherme no ataque. O técnico ainda poderia ter escolhido Emerson Silva, para defensiva, e Gilson para fechar os lados, mas preferiu seguir o mesmo padrão. “Lógico que faz falta (as opções). Nós treinamos, tivemos variação pequena porque o único atacante que eu tinha era o Tanque. Guilherme era situação normal, não tem que inventar numa hora dessas, perde um atacante e coloca outro. Fizemos um losango e um quadrado, mas não surtiu efeito”, explicou.

Apesar da eliminação para o rival, o técnico garantiu que conversou com os jogadores no vestiário e que o emocional da equipe não está abalado para a Libertadores, que se tornou o principal compromisso do ano. “Perguntei para eles agora: ‘E aí, acabou o ano?’, ‘não, não’”, contou referindo-se aos jogadores. Jair ainda disse que lembrou a Chapecoense que perdeu em Barcelona, mas voltaram e venceram para reerguer a equipe. “(Eles) Falaram que as derrotas foram boas. Todos falaram ‘Vamos seguir’. Momento triste. Botafogo precisava jogar uma final, fizemos de tudo para isso, mas não deu”, lamentou.

Confusão na saída de campo

Após o apito final, foi noticiado que haveria um princípio de confusão nos vestiários dos times. Jair explicou que foi agredido verbalmente por um torcedor enquanto cumprimentava os adversários. “Tem que saber vencer e perder. Eu fui cumprimentar o Rueda, o Arão, o Everton, que foram meus jogadores. Ai você volta para o vestiário, em uma área restrita, e é agredido verbalmente por um torcedor. Foi isso que aconteceu, mas faz parte do futebol. Fiquei triste só pela ofensa”, explicou.

Foco na Libertadores

A próxima decisão do Botafogo será no dia 13/09, no Estádio Nilton Santos, contra o Grêmio, pelas quartas de final da Copa Libertadores. O time gaúcho também foi eliminado da Copa do Brasil, nessa quarta (24), pelo Cruzeiro. “Passa a ser um jogo com peso maior, outra grande equipe, temos que fazer uma história diferente. Corrigir o que não foi tão bom. Voltar a brigar”, assegurou.

Antes da Libertadores, o Botafogo ainda tem dois compromissos no Campeonato Brasileiro: domingo (27), contra o Bahia, na Arena Fonte Nova e, contra o Flamengo, dia 10 de Setembro, no Estádio Nilton Santos.