Nesta quarta-feira (13), o Flamengo irá disputar o segundo jogo da final da Sul-Americana. Em uma data memorável, repleta de história, será disputada uma partida importantíssima para o 2017 rubro-negro. E em mais um ano repleto de esperanças, a torcida espera um título de expressão para não passar em branco um elenco de qualidade no papel, mas que até agora não provou seu valor. 

Mas se a final servirá para coroar um ano difícil, com problemas, não se pode dizer que o saldo foi negativo, mesmo caso o título não venha. Isso porque jogadores que apareciam no início do ano como promessas, agora a cada jogo mostram sua importância para o time: os garotos da base rubro-negra.

Garotos como Felipe Vizeu, que após um 2016 de muitos altos e baixos, começava o ano sem muitas chances. Como Lucas Paquetá, que aparentava estar longe de ter um espaço no time desde que foi efetivado ao elenco principal. Como Vinicius Jr, que com uma enorme pressão após ser vendido ao Real Madrid, poderia ter se acovardado. E como César, que parecia ter dado adeus aos jogos vestindo a camisa do Flamengo, mas deu a volta por cima e assumiu a titularidade na meta rubro-negra.

O futebol, porém, é imprevisível, e dessa vez ajudou o clube da Gávea. Primeiro com Vinicius, muito aclamado pela torcida desde o início do ano, o garoto tinha muita fama, mas ainda precisava mostrar seu potencial. É verdade que não teve muitas chances ao longo do ano, principalmente como titular. Mas quando entrou, na maioria das vezes ajudou, e resolveu. Contra o Fluminense, incendiou o jogo, e sofreu a falta que originou o gol de Diego. Recentemente no primeiro jogo da final, entrou e novamente causou confusão na defesa do Independiente, fazendo inclusive com que a torcida pedisse seu lugar no time titular. 

De quarto goleiro a titular: a trajetória de César na meta do Flamengo

Vinicius Junior é uma das joias rubro-negras na base (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Vinicius Junior é uma das joias rubro-negras na base (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Paquetá também é realidade. Se as poucas chances com Zé Ricardo serviram pra mostrar seu potencial, as melhores oportunidades com Reinaldo Rueda firmaram o garoto entre os principais jogadores do Flamengo.Não há como falar do jogador sem ressaltar a atuação quase perfeita do jogador contra o Junior Barranquilla, na articulação do meio campo. O camisa 39 foi muito importante na mudança de postura que o Flamengo teve da reta final do Campeonato Brasileiro para a semifinal da Sul-Americana.

Sobre Vizeu, os números falam por si só. Se o garoto no início do ano era terceiro reserva no clube, hoje é artilheiro da Sul-Americana, com cinco gols. Assim como seu companheiro Paquetá, fez um semifinal na Colômbia digna de centroavante experiente, apesar dos 20 anos: foi cirúrgico, e garantiu o Flamengo na final com uma bela arrancada no primeiro gol, além de um gol com oportunismo de artilheiro no segundo. O artilheiro, agora sem dúvidas, reforça seu bordão e deixa um recado: "Vizeu tá aí", e precisa de mais espaço no ano que vem.

Por último, o herói improvável de 2017. Muito improvável. Mas reflexo claro da imprevisibilidade e do tempero que tem o futebol. César estava emprestado à Ponte Preta, mas não jogava uma partida desde dezembro de 2015, quando ainda defendia a meta do Rubro-Negro. No meio deste ano, voltou ao seu clube de origem, mas sem nenhum espaço. Chegou inclusive a ser quarto goleiro, atrás de Diego Alves, Alex Muralha e Thiago... Até que surgiu a chance. Com Diego e Thiago machucados e Muralha muito inconstante, César entrou no segundo jogo da semifinal e resolveu. Com grandes defesas e um pênalti defendido, assegurou o Flamengo na final, ganhou confiança e o respeito da torcida.

Flamengo recebe o Independiente nesta quarta (13), no Maracanã, e precisa ganhar por dois gols de diferença para garantir o título da Sul-Americana no tempo regulamentar. Como não há critério de gol fora de casa, um triunfo por 1 a 0 para o Rubro-Negro leva a decisão para a prorrogação.

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Sobre o autor
Lucas Mathias
Estudante de jornalismo e redator do Flamengo