Na próxima sexta-feira (6), Brasil e Bélgica voltam a se enfrentar na Copa do Mundo, após 17 anos do último encontro. Em 2002, o duelo era válido pelas oitavas de final, e a seleção Canarinho despachou os belgas por 2 a 0, com Rivaldo e Ronaldo indo às redes na ocasião.

Entretanto, de 2002 pra cá muita coisa mudou, o futebol é outro, as características são outras. Em 2018, a Bélgica é vista como a equipe do momento, por conta de que seus jogadores atuam nas ligas em maior evidência na Europa, além de serem protagonistas em seus clubes.

Para o Brasil, o que fica é o histórico positivo em Copas do Mundo, contudo, a geração atual é totalmente diferente da que faturou o pentacampeonato, e carrega insucessos nas últimas edições do torneio. Todavia, a equipe Canarinho vem em uma curva ascendente desde as eliminatórias para a Copa e somando o bom momento dos belgas, o que torna o confronto equilibrado.

O que esperar do confronto

Dado os momentos de cada equipe, o Brasil é quem chega melhor para a partida, mesmo que a Bélgica tenha uma seleção qualificada para fazer frente contra campeões mundiais. Entretanto, as seleções têm características parecidas, o que pode tornar o duelo aberto com ambos os lados buscando o ataque.

A Bélgica, que já marcou 11 gols nos últimos quatro jogos vem mostrando eficiência e agressividade ofensiva. Contudo, tal agressividade pode custar caro em contra-ataques, já que a defesa com três zagueiros muitas vezes não dá conta de acompanhar atacantes velozes, acarretando em jogadas de perigo dos adversários e até mesmo em gols. A dificuldade ficou em evidência nas oitavas, contra o Japão, onde os belgas ficaram atrás do placar por dois gols e sofreram com os contragolpes japoneses.

Além disso, a característica ofensiva, de ficar com a bola no ataque, abre espaço para o Brasil, que gosta de manter a posse de bola, conseguir impôr seu jogo, já que os belgas encontram dificuldades em marcar sem a posse, por conta do DNA ofensivo imposto pelo técnico Roberto Martínez.

Já a seleção Canarinho, tem a solidez defensiva, característica das equipes montadas por Tite, somadas com posse de bola, mas uma posse não tão agressiva quanto a dos belgas. Quando a equipe está sendo atacada, ou até mesmo sem trabalhar jogadas, a marcação se adianta e pressiona a saída de bola adversária, mas sem expôr a defesa.

A aproximação dos meio-campistas, em ambas as equipes, povoa a área do adversário e facilita a chegada de um elemento surpresa na hora finalização. De Bruyne, o principal passador de bolas da Bélgica não vem se destacando nesta Copa, mas vale a atenção, pois é um atleta que não se pode deixar pensar jogadas. O cérebro pensante na seleção brasileira são William e Coutinho, que têm a velocidade aliados à criatividade o que pode tornar o duelo no meio de campo equilibrado em alguns momentos do jogo, mais pelo fato de serem jogadores criativos.

Em suma, Brasil e Bélgica será um confronto aberto, com ambas as equipes buscando agredir o adversário. A Bélgica, por ter a agressividade como estilo de jogo e o Brasil, por aproveitar da exposição no ataque belga para contornar os espaços pelas pontas e explorando o meio de campo com jogadas centralizadas quando tiver a bola.