No primeiro texto dessa trilogia, tivemos um jogo de adivinhação. Agora, proponho outra inovação. Trago uma reformulação de um famoso ditado popular. “Um homem sem amigos é um homem sem histórias.”

Como todos já sabemos, Dener era um cometa dentro dos campos. No entanto, poucos tiveram a oportunidade de conhecer o cidadão Dener Augusto de Sousa. Bem, segundos relatos, o seu brilho no gramado se estendia para sua vida pessoal.

Evidentemente, Dener, com toda sua alegria, vivia rodeado de amigos verdadeiros. Então, o jogador tinha muitas histórias para contar, segundo o nosso novo ditado. Infelizmente, o “Reizinho” não está mais aqui para contar. Por isso, a reportagem da VAVEL Brasil reuniu personagens importantes durante a curta trajetória de Dener no futebol. Com histórias de bastidores e revelações inéditas, os ex-companheiros Tico e Sinval e os ex-treinadores Écio Pasca e Antônio Lopes falaram com a reportagem. Você confere as matérias com revelações, fotos e histórias inéditas ao clicar nos nomes de cada personagem.  

Bom, como pudemos perceber, o cometa brasileiro também exalava seu brilho fora de campo. Dener era um menino do bem, brincava com todo mundo sem maldade. Evidentemente, sua energia positiva se refletia em amizades verdadeiras. E como diz o nosso novo ditado, Dener certamente tinha muitas histórias. A maioria contada hoje pelos seus amigos que o futebol lhe proporcionou. 

Ah, o futebol. Permitam-me uma reflexão pessoal agora. O futebol não é somente um esporte. Somos bombardeados todos os dias com notícias e frases clichês nesse mundo tão fechado, que é o do futebol. Um esporte, inventado na Inglaterra com base de combate às desigualdades entre elite e operários em plena Revolução Industrial, é às vezes tão banal. Os jogadores, personagens principais, estão cada vez mais robotizados e distantes do público. Frases como “precisamos corrigir os erros em busca dos três pontos” ou “parabéns à equipe, à comissão técnica e a todos os envolvidos pela vitória” tornaram-se rotinas nas suas declarações públicas. Não que seja errado. Porém, soa como sem emoção.

Os astros seguem discursos preparados por assessores para evitar a polêmica. Estão ficando raros jogadores excêntricos. E aqueles que são, acabam sendo elogiados por uns, no entanto criticados por outros ao dizerem o que sentem. 

Os jogadores são verdadeiros influenciadores de gerações. Realmente, há a necessidade de preocupação com as suas falas para não gerar alguma polêmica ou algum prejuízo à imagem do atleta. Contudo, quando isso é feito de maneira exagerada, os protagonistas do esporte se afastam da torcida.

Mas, aonde quero chegar com essa reflexão? Simples! Dener também foi um jogador muito protegido. Talvez, na sua época de jogador houvesse menos interação com a torcida quando comparado a atualmente via redes sociais.

Dener era um menino alegre, de origem humilde na Zona Norte de São Paulo. Órfão de pai desde os oito anos, o Reizinho estudava de manhã, trabalhava à tarde e jogava futebol à noite para ajudar no sustento da casa. Desde cedo, o esporte já auxiliava nas finanças do nosso cometa, além de ser uma maneira de diversão. Aliás, não podemos esquecer que ele parecia brincar em campo.

A sua história de vida é uma linda superação. Contudo, as dificuldades são semelhantes a de diversos meninos pobres ao redor do Brasil. Esses jovens negligenciados pela sociedade podem ver o esporte como uma fuga dessa triste realidade. O Dener era um exemplo para diversas crianças pelo país.

Além das dificuldades, o jeito de levar a vida alegre, sempre brincando é outra semelhança entre o Reizinho e essas crianças. Quantas jovens não se identificariam ainda mais com o Dener? Entretanto, esse distanciamento entre jogadores e torcida atrapalha um pouco o processo de conhecer a pessoa por trás do atleta.

Hoje, muitos jovens podem ler essa matéria e saber um pouco mais sobre o cidadão Dener Augusto de Sousa. Infelizmente, o “Reizinho” não está aqui in loco para detalhar ainda mais essas histórias. Entretanto, o Dener nos deixa outro ensinamento: a importância das amizades verdadeiras. Graças aos seus colegas, essa matéria pode ser publicada, mesmo depois de 26 anos da sua morte.

Os seus amigos são responsáveis por manter sua memória viva ao relatarem acontecimentos pessoais. Realmente, Dener era um homem com amigos e, consequentemente, com histórias, que só confirmam a extensão do brilho do nosso cometa brasileiro para fora dos gramados.

Confira aqui todas as reportagens especiais do nosso Cometa Brasileiro.

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