Um episódio lamentável ocorreu no último sábado (28), pela Série B. Por volta dos 45 minutos do primeiro tempo, o jogador Celsinho, do Londrina, informou ao quarto árbitro da partida que foi ofendido de forma racista com as palavras: "vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha", por um homem na arquibancada, identificado na súmula da partida como membro do staff do Brusque.

O caso foi relatado na súmula pelo árbitro da partida. Após o jogo, Celsinho ainda informou ter sido chamado de 'macaco' por um dos convidados que estava assistindo ao confronto.

"De fato aconteceu, eu não sei ele faz parte da comissão técnica, da diretoria, é aquele senhor de vermelho que se encontra no camarote. De fato eu também não entendo o porquê de tantas pessoas assim, num protocolo, em uma situação que ainda não estão liberados os torcedores, nós temos uma quantidade, é lamentável."

Após a repercussão do caso e, quase um dia inteiro após a partida, o Brusque emitiu uma nota oficial sobre a situação. A equipe catarinense atribui a culpa do ocorrido ao jogador.

Em nota, o Brusque não lamentou o episódio além de afirmar que esta é a terceira vez só esse ano que o atleta é alvo de racismo, duvidando da credibilidade das queixas de Celsinho e disse que o mesmo tem problema de "perseguição".

Nota oficial

"O atleta Celso Honorato Júnior, reserva do Londrina E.C., relatou à imprensa que teria sido chamado de "macaco" por membros da Diretoria do Brusque F.C., durante o jogo realizado ontem (28/08).

O Brusque F.C., sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram, ao longo da sua história, absolutamente respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas. Jamais permitiríamos qualquer atitude de conotação racista em nosso Clube, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido. 

O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira "perseguição" ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de "macaco", mas sim que teriam dito "vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha", o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos. 

O Brusque F.C. reitera que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo.

A Diretoria."

A CBF

A CBF, órgão que organiza o Campeonato Brasileiro da Série B não se posicionou sobre o caso e não deu nenhuma declaração sobre punição ao Brusque ou aos membros de seu staff.

O Londrina retorna a campo na próxima quarta-feira (1), para enfrentar o Coritiba, às 21h30, no Estádio do Café. Já na sexta-feira (3), às 19h, o Brusque recebe o Avaí, no Estádio Augusto Bauer.