Altos e baixos. Vibrações e frustrações. Esperança e descrença. O ano do Fluminense foi uma verdadeira montanha-russa. Do título da Primeira Liga até o melancólico término de Campeonato Brasileiro, muita água passou por baixo desta ponte: saída de Fred, rompimento com fornecedor de material esportivo, trocas de treinadores uma eleição presidente. Foram 11 meses de muita confusão.

O Tricolor encerrou o Campeonato Brasileiro 2016 na 13ª colocação com 50 pontos e encerra o ano amargando 10 jogos sem saber o que vitória. Na Copa do Brasil, eliminação diante do Corinthians nas oitavas de final. No Cariocão, queda para o Botafogo na semifinal. Restou a Primeira Liga, o título e ponto alto da temporada. 

Primeira Liga: o melhor momento da temporada

Se a temporada do Fluminense foi de altos baixo, podemos dizer que ela atingiu o ápice no dia 7 de abril, exatamente na final da Copa do Primeira Liga. O torneio criado como forma de protesto contra a CBF e as Federações Estaduais ainda era um embrião, mas contava com participação de 12 clubes, sendo 10 deles presentes na primeira divisão do futebol brasileiro.

Após fechar a primeira fase na liderança do Grupo A, que continha Atlético-PR, Cruzeiro e Criciúma, com 12 pontos, o Tricolor foi à semifinal e suou para vencer o Internacional - nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo regulamentar - e ir à final. A decisão foi em Juíz de Fora, novamente contra o Atlético-PR, e coube a Marcos Júnior marcar o gol que tornaria o Tricolor campeão do torneio.

A melancólica despedida de Fred do Fluminense

Foi um choque para torcedores, dirigentes e jogadores. No dia 10 de junho, o Fluminense convocara coletiva para anunciar que Fred, ídolo e capitão do clube, tinha acertado sua transferência para o Atlético-MG. Peter Siemsen e o atacante concederam coletiva nas Laranjeiras para anúncio. Lágrimas não foram poucas, de todos. 

"Não queria ser um peso para o Flu. Hoje posso ainda não ser, mas as circunstâncias levam a isso... Questões financeiras, algumas outras coisas. Tivemos várias conversas e senti que a melhor alternativa seria uma saída minha. Chegou a hora de sair da minha casa. Construir uma outra família e torcer de longe para o Fluminense", disse Fred, emocionado em sua coletiva de despedida.

Sem Fred, Gustavo Scarpa vira a referência

Mas, o Fluminense precisava seguir em frente e, sem Fred, destaque do clube por 7 anos, era preciso que outro nome assumisse como referência. Então, no horizonte, surge um nome pouco badalado e sem grandes expectativas: Gustavo Scarpa. Após empréstimo para o RB Brasil, o meiocampista se tornaria peça fundamental e responsável pelos sucessos da equipe na temporada.

Camisa 40, Scarpa assumiu a titularidade com Eduardo Baptista e não saiu mais. Não demorou muito para cair nas graças da torcida e virar xodó. Já com Levir Culpi como treinador, ganhou a camisa 10, renovou contrato e começou a ser observado por clubes europeus. Encerra o ano como líder de assistências do Campeonato Brasileiro.

Sem Fred, Henrique Dourado decepciona

Nem tudo foram flores após a saída de Fred para o Atlético-MG. O Fluminense foi ao mercado atrás de outro centroavante, alguém para empurrar a bola para as redes. Encontrou Henrique Dourado que - após passagens por Palmeiras e Cruzeiro no Brasil e Vitória de Guimarães, em Portugal - tinha a responsabilidade de fazer a torcida não sentir falta do maior ídolo da história recente. Não conseguiu.

Foram 13 jogos, sendo 10 começando como titular e apenas dois gols marcados. Contra o lanterna América-MG e o vice-lanterna Santa Cruz. Muito pouco para quem chegou como solução. Após atuações contestadas, foi para o banco de reserva e não saiu mais. Virou a terceira opção da equipe, depois de Richarlison, de apenas 19 anos, e Magno Alves, de 40. Foi a decepção da temporada.

Eduardo Baptista, Levir e Marcão não correspondem

Eduardo Baptista foi quem começou o ano como treinador. Pegando uma equipe destroçada após o péssimo 2015, até colocou ordem na casa, mas não conseguiu ter bom aproveitamento. Caiu ainda no Campeonato Estadual, após derrota no clássico contra o Botafogo. Então, veio Levir Culpi, o que permanecerei por mais tempo no cargo durante 2016. 

Logo de início, título da Primeira Liga e sensação de que viria para ficar. Deu uma nova cara ao Fluminense, foram 10 jogos de nítida evolução, mas parou por aí. Com o passar dos meses, a equipe ficou monótona, previsível e os resultados começaram a não vir. Foi demitido próximo ao fim do Brasileirão, após ser goleado pelo Cruzeiro. Marcão, o último da lista, teve a responsabilidade de levar a equipe até o fim do ano sem mais sustos.

O que esperar para 2017?

Mudanças virão, isso é certo. A principal delas, fora das quatro linhas. Com o fim do mandato de Peter Siemsen, o Fluminense terá um novo presidente para 2017: Pedro Abad, candidato da situação. Como maior promessa, a profissionalização do futebol, coisa que o mesmo afirma ter falhado na Gestão Peter. A busca por um novo treinador será definida pelo novo mandatário.

Dentro de campo, dois reforços já foram anunciados. Junior Sornoza e Jefferson Orejuela, respectivamente meia e volante do Independiente Del Valle, clube finalista da última edição da Copa Libertadores. Também é esperada uma grande reformulação no elenco. Nitidamente com deficiências e excesso de jogadores em determinadas posições, há necessidade de uma limpa geral no clube.