No dia 14 de maio a bola volta a rolar pelo Campeonato Brasileiro 2016. Quinto colocado na última edição, o Santos é apontado como um dos principais postulantes ao título, muito pelo bom futebol apresentado em 2015 e por tudo que tem feito nesta temporada, sendo coroado com a conquista do Campeonato Paulista 2016, após derrotar o forte Audax na grande decisão. 

Apesar de perder peças importantes como o atacante Geuvânio e o meia Marquinhos Gabriel, o peixe segurou o trio Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabriel, todos estes selecionáveis de Dunga. Mas a amarelinha pode ser o principal empecilho do alvinegro praiano na busca pelo título, já que pode não contar com eles em até 18 jogos, devido a Copa América e as Olimpíadas. O elenco santista não é recheado de opções igual ao de São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Atlético-MG, clubes que tem opções de melhor qualidade no banco do que o Santos, e isso pode se tornar um problema a longo prazo.

Seleção desfalca o peixe com cinco atletas titulares e pode tirar o Santos da briga / Foto: Ivan Storti  / Santos FC

Com seus 11 titulares, o peixe é uma das melhores equipes do Brasil. O técnico Dorival Junior montou um time forte desde a sua volta no ano passado e consolidou uma maneira de jogar. Mesmo após as perdas, o comandante buscou em seu próprio elenco jogadores de reposição. Os meias Vitor Bueno e Serginho foram os mais testados e o primeiro teve uma ascensão na reta final do Paulista que lhe garantiu uma vaga no time titular. Ronaldo Mendes é outro nome que merece atenção. O meia tem feito boas atuações e surge como importante peça de reposição.

Paulinho chegou do Flamengo para ocupar uma posição no trio ofensivo, mas suas atuações pouco convenceram até aqui. Porém, ele ainda pode ser uma boa reposição para Gabriel ou Vitor Bueno. Já o atacante Joel veio do Cruzeiro para ser reserva imediato de Ricardo Oliveira, que no ano passado não teve um substituto à altura, tendo Nilson como principal peça no banco. O camaronês fez atuações regulares quando foi acionado e já renovou seu contrato por quatro anos com o time da Vila Belmiro.

Recém chegados, Joel e Paulinho brigam por espaço no elenco santista / Foto: Ivan Storti

A grande dúvida do Santos para 2016 era manter o mesmo nível do ano passado. Houve uma queda de rendimento, muito em função das importantes perdas, mas o peixe ainda é muito forte. A agressividade do contra-ataque santista caiu muito sem Geuvânio, assim como a criatividade sem Marquinhos Gabriel, mas Dorival compensou com maior posse de bola. O alvinegro não é tão agudo no ataque, mas trabalha o jogo de forma mais inteligente.

O calcanhar de Aquiles da equipe santista ainda está na defesa, que tem o sempre seguro Vanderlei no gol, mas sofre com as panes da zaga, formada por Gustavo Henrique e David Braz. Ainda assim a dupla está à frente do recém chegado Luiz Felipe e do menino da casa Lucas Verissimo. Nas laterais Victor Ferraz e Zeca participam bastante no apoio ao ataque santista, mas na defesa não passam a mesma segurança, principalmente pelo lado direito.

A semifinal do Campeonato Paulista, diante do Palmeiras evidência bastante a insegurança defensiva santista. O peixe dominou a partida e chegou aos 42 do segundo tempo vencendo por 2 a 0. Mas em uma falha de Braz e Gustavo Henrique e do setor direito inteiro, permitiram Rafael Marques igualar a partida e levar a partida aos pênaltis. Em um campeonato de pontos corridos o peixe perderia dois pontos bobos e isso aconteceu com frequência em 2015.

A final do Paulistão contra o Audax mostrou um amadurecimento enorme do elenco. Caracterizado pela posse de bola, Dorival teve inteligência ao se abster dessa forma de jogo em função de ter um time extremamente organizado do outro lado e que utiliza o mesmo jogo. Já que não teria a bola na maior parte do tempo, o peixe soube aproveitar de forma primorosa o contra-ataque, executado com maestria no gol do título de Ricardo Oliveira. Atrás, o Santos montou uma forte defesa, que apesar de alguns sustos, soube conter o ímpeto do adversário e levantar a taça.

Atuação inteligente, corou o peixe campeão paulista pela 22ª vez na história / Foto: Ivan Storti / Santos FC

O mal rendimento fora de casa é um problema, assim como inversamente jogar na Vila Belmiro é um trunfo. Só que em um campeonato de pontos corridos, ganhar jogos fora é fundamental para sagrar-se campeão e o Santos terá que se tornar mais competitivo. Em 2016 o peixe jogou nove dez vezes fora de casa, empatou cinco, perdeu uma e venceu apenas três. Retrospecto fraco se for levado em consideração que os rivais são da primeira fase da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.

Outra questão é: Como o Santos vai estar no segundo semestre de 2016? A possibilidade de perder Lucas Lima e Gabriel para o futebol europeu é grande, assim como Ricardo Oliveira, que deve ser sondado novamente pelo bilionário futebol chinês. Se isso ocorrer, o Santos é carta fora do baralho na briga pelo título e até por Libertadores.

Artilheiro do peixe, Ricardo Oliveira deve ser sondado pelos chineses novamente / Foto: Ivan Storti / Santos FC

A princípio o Santos entra na competição cotado para disputar uma vaga no G4. O time titular é forte, mas as muitas ausências previstas devido seleção e mercado de transferência devem pesar no desempenho santista e atrapalhar no objetivo de conquistar o título. A esperança está na permanência de Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira até o fim do torneio e na sempre mística Vila Belmiro.