Nem sempre as trajetórias das equipes de Fórmula 1 estão frescas nas memórias do fã da principal categoria automobilística do planeta. Há 70 anos havia o primeiro campeonato mundial de F1, mas de lá para cá muita coisa mudou, entre elas as equipes, que hoje compõem o grid. Hoje, dez construtoras brigam pelo título, entretanto você conhece a histórias de todas elas?

Assim, VAVEL Brasil relembra os principais momentos de Alfa Romeo, Alpha Tauri, Ferrari, Haas, McLaren, Mercedes, Racing Point, Red Bull Racing, Renault e Williams. Serão duas semanas de publicações, esta primeira terão as cinco primeiras citadas acima. Em seguida, as outras cinco da ordem alfabética. Dessa vez, iremos falar sobre uma equipe com “bala na agulha”, mas com poucas riquezas dentro das pistas:

Racing Point

A trajetória da Racing Point, como é popularmente conhecida, entre os apaixonados por Fórmula 1, se inicia bem antes do que se imagina. Sabemos que quando uma equipe é vendida e logo comprada por outra todo um passado é deixado para trás. Isso, no entanto, não pode ser totalmente ignorado por quem é fã da principal categoria automobilística do planeta. Se voltarmos um pouco ao passado, lembraremos de uma das equipes mais icônicas que já passaram pela a F1 num passado recente. Trata-se da Jordan Grand Prix. Vem de lá a origem da Racing Point.

No começo dos anos 1990, a F1 talvez tenha vivido seu ápice no quesito popularidade. Pilotos e equipes de renomes davam um charme ainda mais à categoria. Não que fosse muito diferente em anos anteriores e principalmente agora. Mas a década de 1990 sempre nos traz boas lembranças seja no esporte, na música ou no cinema. Embalado por esse período mágico da história, Eddie Jordan funda uma equipe que logo estaria entre as mais populares do grid: a Jordan Grand Prix.

Um nome que deixou muita saudade

Ralf Schumacher e Fisichella em 1997 na jordan (Foto: Reprodução)
Ralf Schumacher e Fisichella em 1997 na jordan (Foto: Reprodução)

Em seus quase 25 anos de Fórmula 1, a Jordan teve altos e baixos. É bem verdade que jamais chegou a ser uma equipe de ponta, entretanto obteve grandes conquistas e durou o suficiente para ser lembrada com carinho até os dias atuais. A história da Jordan só seria interrompida no século XXI. Após a virada do milênio, a equipe inglesa teve dificuldades para se manter competitiva e por isso sucumbiu logo na metade da primeira década do atual século.

Em 2005, os diretores da Jordan após muito relutarem, anunciam a venda da equipe para a Midland F1 Racing, essa que por sua vez não deixa nenhuma saudade. A Midland disputa apenas a temporada de 2006 e logo é vendida à Spyker F1 Team no mesmo ano. Diferentemente da Midland, a Spyker conseguiu se manter viva no paddock por um período um pouco maior. Mas nada que fizesse ela ser eternizada no meio automobilístico da Fórmula 1. No ano de 2008, a equipe já seria vendida e rebatizada para Force India Formula One Team Limited. Essa última sim, voltaria a ter enorme importância para a categoria.

Adrian Sutil na Force India em 2013 (Foto: Reprodução/F1)
Adrian Sutil na Force India em 2013 (Foto: Reprodução/F1)

A milionária equipe que manteve sua sede no Reino Unido fez parte do grid por 10 temporadas. De 2008 a 2018, a Force India, assim como a Jordan, teve momentos ruins e ótimos também. Chegou a competir com equipes do pelotão da frente. Teve grandes pilotos em seu cockpit, como: Giancarlo Fisichella, Esteban Ocon, Nico Hulkenberg, Sergio Perez, dentre tantos outros. Com tanto poder de investimento, a Force India, por um certo momento, chegou a nos fazer acreditar que poderia ir mais longe.

O sonho, porém, foi interrompido na temporada de 2018, quando a equipe foi colocada em administração judicial durante o Grande Prêmio da Hungria. A ação legal foi instigada por um grupo de credores, incluindo Sergio Perez (piloto da equipe naquela ocasião), como um meio de permitir que a equipe continuasse a operar enquanto um novo proprietário era procurado. Em 7 de agosto de 2018, foi anunciado que os administradores da Force India haviam aceitado a oferta feita por um consórcio liderado por Lawrence Stroll, pai do então piloto da WilliamsLance Stroll, para a aquisição da equipe.

Assim nascia a atual Racing Point F1 Team, uma equipe muito promissora, levando em consideração o poderio financeiro de seu dono, que garantiu a permanência de seu filho no grid nas últimas temporadas mesmo com um desempenho sofrível. Obviamente, uma das suas primeiras atitudes foi levar seu protegido para a sua mais nova equipe. Ao seu lado permanece o mexicano Sergio Perez, mas nada de interessante foi visto por parte de ambos. Mesmo que a Racing Point tenha tido pouquíssimo tempo para mostrar a que veio, decisões internas e atitudes de seu dono, Lawrence Stroll, deixa evidente que a equipe terá dificuldade de dar voos mais altos.

É no passado que se espera um futuro melhor

Carro da Racing Point em 2020 (Foto: Reprodução/Racing Point)
Carro da Racing Point em 2020 (Foto: Reprodução/Racing Point)

Em 31 de janeiro de 2020, foi anunciado que Lawrence Stroll (coproprietário da equipe de Fórmula 1 Racing Point) adquiriu cerca de 20% das ações da Aston Martin Lagonda, além de realizar um investimento financeiro na fabricante inglesa. Também foi confirmado que por meio de um acordo entre Stroll e a Aston Martin, a marca irá retornar como "equipe de fábrica" para a Fórmula 1 a partir da temporada de 2021 — o que não ocorre desde o ano de 1960 — quando a equipe Racing Point será rebatizada para Aston Martin F1 Team. Esse é sem sombra de dúvida um ponto importantíssimo para se esperar uma nova era gloriosa da equipe num futuro próximo. Aguardemos os capítulos seguintes.