Análise: Galanga Livre, álbum do Rincon Sapiência
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Após alguns anos de espera, o rapper paulistano Rincon Sapiência, vulgo Manicongo (certo?), lançou o seu primeiro álbum, no dia 25 de maio de 2017. Com 13 faixas, apenas uma delas (Amores Às Escuras) não foi produzida por Rincon. Com influências africanas, já características do rapper, o álbum também conta com influências do blues, do samba e do rock.

Pensando nisso, a redação da VAVEL Brasil escutou o álbum Galanga Livre por algum tempo e preparou esse review com os pontos fortes e fracos de cada faixa.

Foto: Divulgação
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Salve, salve. Vamo seguindo aqui nas nossas transmissões, aqui no Novembro Manicongo, com a música de Rincon Sapiência. Música que foi inspirada no conto fictício do escritor Danilo Albert Ambrósio que conta a história do escravo Galanga, que gerou uma grande reviravolta no engenho, a partir do momento que cometeu um crime bárbaro”, assim começou Rincon no álbum. O rapper decidiu fazer da Faixa 1 apenas a introdução para a sua segunda música, Crime Bárbaro.

#2 Crime Bárbaro

Como dito pelo próprio Rincon Sapiência na faixa de abertura (Intro), a música foi inspirada no conto do escritor Danilo Ambrósio e relata a história do escravo Galanga (que dá nome ao álbum). Cantando em primeira pessoa, Rincon se coloca na pele de Galanga, e com boa levada e um super refrão, o rapper consegue transportar perfeitamente quem escuta a faixa para o conto de Danilo.

#3 Vida Longa

"Desejo vida longa à nossa voz ativa". Eu também desejo! Com a guitarra de Robson Heloyn ditando o ritmo desde o começo da música e um refrão que não sai da cabeça, Rincon acertou em cheio com a faixa. Com uma levada mais para cima, a música não deixa de passar o conteúdo característico das letras do rapper paulista.

#4 A Volta Pra Casa

A faixa 4 do álbum chega para, mais um vez, descrever uma história. Dessa vez, não é de um escritor em específico e muito menos fictícia. Em “A Volta Pra Casa”, Rincon elucida a rotina dos trabalhadores brasileiros, citando o medo das mulheres que andam pelas ruas à noite.

#5 Meu Bloco

Pela primeira vez no álbum, Rincon deixa de lado as batidas e levadas mais suaves e insere 'Meu Bloco', faixa que foi lançada no Carnaval, em fevereiro. Com levada misturada entre Samba e Rap, a música é uma junção perfeita entre os ritmos. No fim, a faixa ainda tem uma alternância da batida do Rap para um batuque de Samba, com scratches do DJ A.S.M.A.

#6 Moça Namoradeira

Com a participação de Lia de Itamaracá, Rincon "muda a chave" do disco. Com o discurso pautado na força feminina, a letra encaixa muito bem na batida e no estilo do sample criado e cedido por Lia, ou seja, o encaixe perfeito para a lírica do rapper.

#7 A Noite é Nossa

Com participação de William Magalhães no teclado e na guitarra, a música tem uma batida muito leve e um refrão viciante (o ponto mais forte da faixa).

#8 Amores às Escuras

Única música que não foi totalmente produzida por Rincon, Amores às Escuras teve a contribuição da Gâmbia Beats e é mais um ponto forte do álbum. Com uma levada suave, a temática romântica da letra acompanha o ritmo da batida.

#9 A Coisa Tá Preta

Sim, a coisa ficou preta. Com uma letra carregada de questões sociais e um refrão contagiante, aliada a uma "batida que faz bem", a faixa é um dos pilares positivos do álbum.

#10 Bênção

A faixa que tem participação de William Magalhães, talvez seja o ponto mais baixo do disco. Apesar de ter um refrão que fica na cabeça (sim, mais um) a repetição da batida destoa do restante das batidas usadas no restante do disco.

#11 Galanga Livre

Apesar de dar o nome ao álbum e a ficção de Danilo Ambrósio, a faixa Galanga Livre não conta em si sobre a história do escritor. A música é mais uma que possui a batida um pouco mais forte do que as outras faixas do álbum.

#12 Ostentação à Pobreza

Pela primeira vez, a batida mais forte tem continuidade. Como o próprio nome dá a entender, a faixa trata da existência da pobreza no mundo. Com uma letra crítica em relação ao tema, Rincon reafirma suas principais características de escrita com a música.

#13 Ponta de Lança (Verso Livre)

Com certeza, a música mais conhecida do álbum (já havia sido lançada em dezembro de 2016). Com uma batida absurdamente contagiante e um "verso livre que ninguém cancela", Rincon fecha o álbum com chave de ouro (sem nenhum trocadilho com o verso final da faixa).

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