Crítica: Desventuras em Série consegue honrar obra literária e ser inovador
Crítica: Desventuras em série é mais um acerto da Netflix. (Foto: Reprodução).

Adaptar histórias baseadas em livros é uma tarefa muito difícil, há quem goste e quem critique o trabalho. Recentemente a fórmula tem dado certo como vimos em Harry Potter, Crepúsculo e Jogos Vorazes. Porém existem casos que a tentativa da falha ao adaptar o conto para um longa metragem e a opção de transformar em série aparece.

No caso de Desventuras em série, na qual é uma saga de 13 livros escritos por Lemony Sniker, os exemplares já haviam ganhado um filme em 2004 com a participação do Jim Carrey, na qual contava os três primeiros livros e prometia continuações, por conta de pouca bilheteria, o projeto foi interrompido. 

A trama trata-se das aventuras de três irmãos, os órfãos Baudelaire. Violet Baudelaire (Malina Weismann) a mais velha, uma inventora; Klaus Baudelaire (Louis Hynes) o irmão do meio, adora ler livros; e Sunny Baudelaire (Presley Smith), a caçula, é uma menininha que ama morder objetos e fala em uma linguagem compreensível apenas para seus irmãos. A história parte do momento em que as crianças são informadas de que seus pais faleceram em um terrível incêndio ocorrido em sua mansão. Com isso as crianças vão viver sob tutela de um primo distante, o Conde Olaf vivido de forma magistral por Neil Patrick Harris, um homem terrível e pouco higiênico que faz de tudo roubar a fortuna que seus pais lhes deixaram.

A atuação do trio infantil é muita boa, cada um consegue passar bem a personalidade e situações que cada uma dela necessita em cena, principalmente Malina Wissman que interpreta a primogênita Violet. Contudo Neil Patrick Harris rouba a cena durante os oito episódios e faz o show das crianças, ser um show dele interpretando Olaf. Sua interpretação é tão boa que se o comparar com seu antecessor, traz um vilão mais cruel e nojento que o de Jim Carrey.

Um dos pontos altos da série é a fotografia, principalmente nas cenas de contraste como por exemplo a da casa da juíza Strauss que abusa do colorido, passando um ar de felicidade capaz de conquistar as crianças, como a de Olaf, toda escura, empoeirada retratando a personalidade do antagonista. As cenas no total abusam de cores, seja coloridas como escuras e fechadas. As partes de disfarce do vilão também são muito boas, muito por conta da atuação de Neil.

O roteiro adaptado por Daniel Handler (o mesmo que criou o universo nos livros sob o pseudônimo de Lemony Sniker) também faz jus à obra original e cria um ambiente no qual o narrador da história ganhe simpatia entre os espectadores. Apesar de ter começado envolvente se perdeu um pouco no final com situações um tanto repetitivas. Muito por conta na inexperiência de Handler como roteirista.

O figurino é muito bom e bem caricato, as roupas usadas pelos personagens, principalmente de Olaf, ajudando a ambientar o universo dos Boudelaire.

E a maquiagem também acaba chamando a atenção, principalmente se lembrar de Patrick Harris em How I Meet Your Mother. A trilha sonora nesse caso passa-se despercebida, mesmo se dizer da música de abertura que é um tanto divertida e a cada episódio se diferencia do outro.

Desventuras em série, é uma ótima pedida tanto para os fãs dos livros, quanto do filme. O seriado lembra muito o longa de 2004 que provavelmente no qual se inspirou. Com um acerto em cheio, não é nada demais que possivelmente todos os livros serão contados através do formato deing nos próximos anos. Resta saber se continuará tão bom quanto começou.

Nota 9,5

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