O ano em que assisti Titanic pela primeira vez
Foto: Divulgação/ 20th Century Fox, Paramount Pictures

Existe uma quantidade enorme de filmes já produzidos e que ainda serão feitos. Na nossa vida, fazemos uma peneira para escolhermos o que devemos assistir, porque não tem como ver tudo. Mas existem certas obras que um fã de cinema deve dar uma conferida. Quando conversava com amigos ou conhecidos comentando que nunca tinha assistido Titanic, era um espanto na cara das pessoas e ouvi muito frases como “Wander, assiste tanto filme e não assistiu Titanic? Como pode?” Estava acostumado com esse tipo de comentário.

Tenho problemas com filmes longos, por causa da rotina corrida, prefiro assistir dois com duração menor do que um enorme. E também quando soube que o Jack morria, fiquei com raiva, principalmente depois daquele meme da internet que mostra que ele também cabia na porta, de diversas formas diferentes. Tive logo uma barreira em relação ao Titanic e fui procrastinando com o tempo.

Esse ano de 2017, devido a comemoração ao aniversário de 20 anos de uma rede de cinemas aqui no Brasil e um dos filmes em exibição foi Titanic em 3D e em algumas salas, em IMAX. Enfrentei meus preconceitos e fui.

Logo de cara, me impressionou a quantidade de gente na sala, estava lotada e com um público de diversas idades. De início, pensei que não iria gostar tanto, porque não sou muito fã de estórias melosas.

O filme começa e fico logo chocado com a grandiosidade que ele é. As cenas debaixo d’água, quando passeia pelo navio, pelas caldeiras, pelo luxo e pompa das classes mais ricas, até a simplicidade dos mais pobres. Admirava tudo aquilo. Quando o Jack grita “EU SOU O REI DO MUNDO” e quando ele “voa” com a Rose ao som do tema instrumental de My heart will go on são momentos lindíssimos. Só de lembrar já estou emocionado! Hehehehe.

Outra coisa que admirei é que parecia que o filme é desse ano. Não parece que envelheceu em nada. Tanto pela parte técnica, quanto pela mensagem. Os efeitos são fantásticos. Eu ficava me questionando como James Cameron gravou tudo aquilo. A fotografia, design de produção, figurino e trilha sonora então, se encaixam perfeitamente ao longa. Kate Winslet e Leonardo DiCaprio estão maravilhosos em seus papéis.

Mas o que me surpreendeu foi a atualidade de Titanic. Uma estória de 1997 e que se passa em 1912, mostrar uma personagem feminina como a Rose. De como ela busca o seu espaço e não querendo ser apenas uma mulher em um mundo masculino, dizendo não a muitas coisas para viver a sua vida.

Outro aspecto que me chamou atenção foi o suicídio, que sempre existiu, mas que hoje em dia, há um espaço maior de discussão. Ver a Rose perdida em si mesmo, desistindo de viver e encontrando no Jack um refúgio, foi muito tocante para mim. Me fez refletir que o amor e a presença das pessoas são de total importância para enfrentarmos nossos dilemas. Confesso que o filme me conquistou nesse exato momento.

Ver aquele navio afundando, a orquestra tocando, o dilema de certos personagens. Em seguida, o navio se partindo ao meio, as pessoas desesperadas tentando se salvar. Ver que poucos botes salva-vidas voltaram para resgatar os sobreviventes me marcaram naquele dia. Em meio a lágrimas me perguntava como nunca tinha assistido a esse filme fantástico. Por outro lado, penso que foi o momento certo.

Titanic é uma daquelas obras de arte que me faz apaixonar de novo por cinema. Um romance em meio a uma tragédia. Gosto de filmes que transcendem a tela e tocam na nossa vida, criando laços com o indivíduo. Finalizo agradecendo ao Titanic, obrigado por me fazer voar, por entrar na minha história e fazer parte da vida de milhares de fãs.

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