Nesta segunda-feira (12), um dia antes da semifinal entre Argentina e Croácia, o treinador da Albiceleste, Lionel Scaloni, concedeu a última entrevista coletiva antes do duelo valendo vaga na final da Copa do Mundo no Catar.

Scaloni defendeu sua equipe de críticas de que a Argentina não soubesse ganhar - referindo-se à comemoração da Albiceleste ao fim do duelo contra a Holanda nas quartas de final, definido nos pênaltis. O treinador destacou o respeito que tem pelas outras seleções e relembrou o comportamento do elenco após a derrota contra a Arábia Saudita.

“Nós sabemos ganhar, não aceito essas críticas. E tudo acaba quando o árbitro apita o final. Fica tudo ali. Nós respeitamos a Holanda, respeitamos a Croácia e todos os adversários. Temos que acabar com essa conversa de que não sabemos ganhar ou não sabemos perder. Não tem nada a ver com o que somos como time, como grupo (...) O jogo contra a Holanda se jogou como se tinha que jogar, tanto do lado da Holanda quanto da Argentina. Às vezes tem que atacar, às vezes tem que defender. Há um árbitro para fazer justiça. Nós sabemos ganhar e sabemos perder. Perdemos contra a Arábia e fomos caladinhos para o vestiário preparar o próximo jogo. Ganhamos a Copa América de 2021 e vimos a imagem mais linda do futebol, que foi Messi, Neymar e Paredes sentados lado a lado.”

Reencontro com a Croácia

Pensando no jogo semifinal, Scaloni elogiou a equipe croata e acredita que será um jogo difícil. O treinador acredita, porém, que não se pode comparar com outros jogos, que cada jogo é diferente - a Argentina perdeu para a Croácia por 3 a 0 ainda na fase de grupos na Copa de 2018.

“Esperamos um jogo muito difícil, contra um time que realmente pode ser chamado de time. Um grande time, um grande grupo e que vai nos tornar difíceis as coisas. As comparações com os Mundiais anteriores não fazem sentido, todos os jogos são diferentes. São um grande time, com grandes jogadores. Será uma partida complicada”.

Ainda pensando no confronto contra a Croácia, Scaloni afirmou que manterá o padrão de jogo para a partida, apesar de pensar no rival, analisar jogos anteriores e ver uma maneira de causar dano ao adversário.

“Nós temos uma maneira de jogar marcada. Claro, temos que pensar no rival, nas coisas que pode fazer bem. Falamos com os jogadores, como sempre, debatemos, compartilhamos as sensações que cada um tem. Mas nossa maneira de jogar vai ser sempre a mesma. E isso vamos fazer (...) Sempre olhamos as partidos anteriores, o que podemos melhorar, e tentamos causar dano ao rival. Não quer dizer que só pensamos em nós. A Croácia tem enormes jogadores, já causaram problemas para todos os rivais nesta Copa. E nós temos que ficar de olho e trabalhar em uma maneira de causar dano a eles. Procurar os defeitos deles, que aqui não vou dizer quais são. É em cima disso que trabalhamos”.

Di María deve voltar ao time titular

O treinador confirmou que Angel di María, depois de dois jogos seguidos no banco por conta de um desconforto muscular, e Rodrigo de Paul, que foi substituído com fadiga muscular no último jogo, devem iniciar no time titular. Em contrapartida, Scaloni não contará com os laterais Acuña e Montiel, que estão suspensos.

“No dia depois do jogo, fizemos recuperação, não exigimos muito deles no campo. Ficamos mais em reuniões, pensando como eles jogam e como nós vamos jogar. Hoje vamos ter um panorama mais claro sobre os dois. Inicialmente, estão disponíveis, o que me deixa mais tranquilo. Sobre quantos minutos poderão jogar, vou saber melhor hoje ou amanhã. Mas estão disponíveis (...) Não há melhor descanso do que a vitória. Não há melhor maneira de pensar no jogo seguinte do que vencendo o anterior. Temos jogadores suspensos, e isso sim é uma questão a resolver. Mas em geral estão todos bem".

Scaloni elogiou o elenco e o desempenho desde a derrota para a Arábia Saudita na estreia do Mundial e como eles estão dando o seu melhor desde então. Ainda relembrou do susto contra a Holanda, já que abriu 2 a 0 e deixou o adversário empatar e ir para os pênaltis.

“Estamos jogando partidas decisivas desde que perdemos para a Arábia Saudita. Todos foram transcendentais. Todos sabem que é um jogo, que temos que dar tudo de nós. A sorte pode te dar as costas, como aconteceu no final do jogo contra a Holanda. Mas levamos isso com naturalidade. Sabemos que é algo importante para o povo, mas também sabemos que é um esporte e que nem sempre ganha o melhor.”

Papel de Messi

Por último, ao falar do papel do capitão Lionel Messi para a seleção em seu último Mundial na carreira, Scaloni elogiou o camisa 10, ressaltando que o desempenho da Argentina depende muito do astro do PSG.

“Ele sempre foi assim, sempre foi um ganhador. Tem um orgulho e uma vontade de continuar jogando bola que dá inveja. Não tem nenhum mérito desta comissão técnica (...) Vamos ver se seguimos jogando na Copa ou não. Vamos continuar desfrutando. E caso ele vá bem, todos nós vamos bem. Ainda temos muito pela frente”.

Argentina e Croácia se enfrentam nesta terça-feira (13), às 16h (de Brasília), no estádio Lusail. Quem passar, enfrenta França ou Marrocos na decisão do domingo (18).