Depois de um 2015 melancólico e que demorou a terminar, o Flamengo viu a reeleição do presidente Eduardo Bandeira de Mello com a esperança de que os investimentos fossem, finalmente, destinados com força ao futebol profissional. Reforços chegaram à Gávea, um novo treinador assumiu o time e tudo parecia caminhar para uma mudança. Infelizmente para o torcedor, o espírito do último ano ainda paira sobre o Rubro-Negro.

A aposta da diretoria para 2016 foi Muricy Ramalho. O renomado técnico chegou com a responsabiliade de transformar os rubro-negros e tornar o Fla um clube competitivo, como o torcedor não vê desde 2009, ano do último título Brasileiro. Para isso, nomes como Mancuello, o experiênte Juan, Rodinei, Willian Arão, Cuéllar e Fernandinho chegaram para impulsionar o clube carioca.

Apesar de, no papel, contar com um elenco muito bom, pelo desempenho na Primeira Liga e no Campeonato Carioca, o Flamengo precisa se preocupar e tomar providências. Além de do meio para trás as deficiencias serem claras, os fantasmas de 2015 voltam a medida em que o torcedor assiste um time sem raça e muitas vezes sem vontade.

Paulo Victor ainda é um goleiro extremamente contestado. Com a chegada de Muralha, muitos pensavam que o camisa 48 teria concorrência e até poderia deixar o gol rubro-negro. Engano. Com Muricy, PV ainda é o titular absoluto, enquanto o reforço permanece no banco com poucas oportunidades.

Wallace parece ser o maior problema do time tecnicamente. O jogador, que carrega a faixa de capitão no braço, não cumpre nenhuma de suas funções da forma que poderia. Nem de zagueiro, nem de líder. Por outro lado, Juan faz as duas funções muito bem. César Martins, o reserva imediato, também não é seguro o suficiente e, apesar de ter feito algumas boas apresentações, ainda está longe do ideal. Muricy pode buscar opções na base, já que a janela de contratações está fechada neste momento.

No meio, há uma dificuldade para encontrar a melhor formação. O 4-3-3 claramente não funciona tão bem. O comandante rubro-negro já percebeu isso, mas ainda não conseguiu encaixar os bons jogadores que tem. Mancuello e Cuéllar são os principais destaques até o momento. O colombiano, inclusive, tem sido um dos melhores, assim como Willian Arão, que veio do Botafogo e em pouco tempo conquistou seu espaço como titular.

No ataque, Paolo Guerrero, que chegou como o grande nome do Flamengo no último ano, vive uma má fase e simplesmente não consegue ser tão decisivo como nos tempos de Corinthians. Apesar disso, o peruano chama a marcação, podendo ajudar jogadores como Marcelo Cirino, que é um dos saldos positivos desse começo de temporada, a se destacar.

No banco, Felipe Vizeu, destaque do time sub-20 na Copinha, é uma boa opção. Emerson Sheik segue lutando contra o tempo, que já pesa, para sair dos gramados de vez. Fernandinho foi uma opção trazida pela diretoria e contestada imediatamente pela torcida. O atacante atuou em apenas um jogo até agora, mas vai precisar suar se quiser convencer.

O fator estádio ainda é outro que tende a prejudicar os cariocas. Sem o Maracanã, fechado em razão das Olimpíadas, o Fla sofrerá com viagens para jogar. Essa mudança de casa a cada semana pode atrapalhar, e muito, os planos rubro-negros de apagar os tropeços recentes.

É preciso que o elenco se encontre primeiro para depois almejar coisas maiores, como a vaga na Libertadores ou até algum troféu. O time que oscilou na primeira parte da temporada dificilmente conseguirá competir com clubes que tem melhores nomes ou se planejaram melhor. Ou até aqueles que contam com jogadores que não são acima da média tecnicamente, mas se destacam por sua raça.