Tricampeão regional, o Bahia terá a chance de se tornar o maior vencedor da Copa do Nordeste nesta temporada. Após empate sem gols no tempo normal diante do Fortaleza na Arena Castelão, em Fortaleza/CE, o time vai decidir o título com o Ceará, repetindo a final de 2020. O destaque do jogo foi Matheus Teixeira, que pegou os pênaltis de Bruno Melo e Robson na disputa final e garantiu a vitória por 4 a 2 nas penalidades máximas.

Eliminado pelo atual campeão Ceará neste sábado, o Vitória conquistou quatro vezes a Copa do Nordeste. O Vozão, por sua vez, busca o terceiro troféu da "orelhuda".

Matheus Teixeira só entrou em campo porque o titular Douglas Friedrich testou positivo para o novo coronavírus e foi isolado. O goleiro de 22 anos que passou pela base do Palmeiras fez apenas o seu sexto jogo como profissional - o primeiro pela equipe principal. Ele foi pouco incomodado durante os 90 minutos, porém, na disputa final, mostrou versatilidade, com uma defesa em cada canto.

Mesmo jogando fora de casa e desgastado após viajar para o Uruguai durante a semana, o Bahia ditou o ritmo da partida e chegou mais perto do gol. O time foi pra cima desde o começo e logo aos cinco minutos Nino Paraíba arriscou um chute de fora da área que saiu pra fora.

O Fortaleza treinou a semana inteira e tinha a expectativa de coroar o futebol cearense caso houvesse um Clássico-Rei na final, porém durante os 90 minutos pouco fez.

Novidades no time, Tinga e Carlinhos sofreram durante o primeiro tempo, tanto que receberam o cartão amarelo. O lateral-esquerdo, inclusive, foi substituído durante o intervalo porque foi no setor dele que Rossi criou as melhores chances do Bahia. Na primeira ele chutou cruzado, à direita do gol, e na sequência, o camisa 7 acertou um chute no travessão.

Na tentativa de neutralizar Rodriguinho, principal articulador do Bahia, o técnico Enderson Moreira escalou o Fortaleza sem um meio-campista mais ofensivo. Matheus Jussa e Ederson cuidavam da marcação, enquanto Gustavo Blanco tinha mais liberdade, porém ele não conseguiu criar jogadas de perigo. Quem estava naquele lado era Robson, que estava em uma noite pouco inspirada.

De fato Rodriguinho criou pouco, tanto que o centroavante Gilberto passou a maior parte do jogo isolado no ataque. Porém, o Fortaleza sentiu falta de mais criatividade no meio de campo. A única válvula de escap era David, que explorava os espaços deixados pelo lateral Nino Paraíba, bastante participativo no ataque.

Isolado na frente, Wellington Paulista corria entre os zagueiros para pressionar a saída de bola. Ele teve apenas uma boa oportunidade, logo no início, após um recuo mal feito que caiu nos pés dele. O camisa 9 tentou encobrir o goleiro e a bola passou muito perto da trave.

Nem mesmo a entrada do meio-campista Matheus Vargas, que tem característica de chegar mais ao ataque, mudou a realidade do Fortaleza na etapa final. Nenhum dos homens de frente obrigou Matheus Teixeira a fazer boa defesa e o time não chegava nem na bola parada, um dos pontos fortes da equipe na última temporada.

Cinco das seis substituições foram na etapa final, mas ninguém conseguiu tirar o zero do placar. Quando a bola foi à marca da cal, Gilberto, Matheus Galdezani, Rodriguinho e Conti balançaram a rede, enquanto o goleiro Felipe Alves evitou o gol de Juninho Capixaba. O aproveitamento do Fortaleza foi pior, visto que apenas Lucas Crispim e Ederson acertaram, enquanto Bruno Melo e Robson pararam no arqueiro do Esquadrão.

Sequência

Questionado pela torcida, o técnico Enderson Moreira ainda não sabe quando Fortaleza voltará a campo, mas a tendência é que o Campeonato Cearense seja retomado a partir da próxima semana.

Enquanto isso, o Bahia segue sua maratona de jogos. Além dos dois jogos da final do Nordestão nos dois próximos sábados (2 e 9 de maio), a equipe tem a Copa Sul-Americana a ser disputada. Na próxima terça-feira (27), o Esquadrão de Aço vai enfrentar o Guabirá às 19h15 no Pituaçu, em Salvador/BA.