Pela primeira vez na história, o Red Bull Bragantino vai disputar a final da Copa Sul-Americana. O clube que estava na Série B em 2019 se classificou para decidir o título ao eliminar o Libertad com duas vitórias, a mais recente na última quarta-feira (29), por 3-0 em Assunção.

"Conseguimos fazer o gol cedo, mas o pênalti que o Cleiton pegou porque poderia ter mudado a história do jogo", comemorou Tomás Cuello, à reportagem da Conmebol TV, após o apito final no Estádio Defensores del Chaco.

Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

A primeira finalização foi do Libertad, mas Cleiton pegou com segurança o chute de Melgarejo. E foi o próprio goleiro quem começou a jogada do primeiro gol. Ele saiu jogando com Eric Ramires, que acionou o argentino em velocidade pela esquerda, ele cortou para dentro e acertou o ângulo de Martín Silva com um chute colocado de pé direito logo aos nove minutos de partida.

"Estou muito feliz pelo grupo, que lutou bastante. Estivemos perto de sermos eliminados na primeira fase, mas com muita garra, muito trabalho e muita humildade deste grupo incrível, conseguimos chegar à final que era o mais importante. Vencer em casa foi importante para nos dar mais tranquilidade e buscar o resultado no jogo de volta. Quero dedicar essa vitória para a minha família que está em Tucumán, não os vejo faz tempo por causa da pandemia, mas quero agradecê-los pelo carinho e apoio de sempre", acrescentou Cuello.

O Libertad teve a chance de empatar oito minutos depois, quando Fabrício Bruno deslocou Óscar Cardozo em disputa pelo alto na área e a arbitragem deu pênalti. Porém, Diego Viera bateu rasteiro no meio do gol e Cleiton ficou parado, então prensou a bola entre as pernas e manteve a vantagem do time brasileiro.

"A gente já imaginava que, por termos uma vantagem inicial construída no Brasil, eles teriam que se atirar. Soubemos aproveitar os espaços que eles ofereceram, mas eles também criaram muita dificuldade para gente. Tanto que o Cleiton fez uma grande partida", elogiou o técnico Maurício Barbieri.

Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

 

O RB Bragantino enfrentou dificuldades para se classificar na fase de grupos porque perdeu dois dos três primeiros jogos, para Emelec e Talleres, sendo o último em casa. No entanto, depois disso engatou uma sequência positiva que inclui nove vitórias e um empate. Neste período deixou para trás equipes com mais tradição no futebol sul-americano, casos do Independiende del Valle, vice da Libertadores em 2016, do Rosario Central, vencedor da extinta Copa Conmebol em 1995 e quatro vezes campeão argentino, e do próprio Libertad, dono de 21 títulos no Paraguai e que nesta edição tinha eliminado o Santos.

"Começamos a competição encarando como um grande aprendizado, por ser uma volta, estar disputando depois de 25 anos, mas sempre encaramos com muita seriedade, determinação. A equipe amadureceu muito ao longo do campeonato, conseguiu enfrentar grandíssimos adversários, equipes de muita tradição e história dentro do futebol sul-americano. Chegamos em uma final com méritos, fazendo por merecer e motivados em poder construir histórias de um eventual título sul-americano. Vivemos um momento de grande maturidade, a equipe soube se desenvolver ao longo da competição e hoje consegue ser muito competitiva tanto dentro quanto fora e fazendo frente a  adversários com características distintas de diferentes escolas de futebol, algo típico do futebol sul-americano", concluiu o técnico Maurício Barbieri.

Expectativa por final brasileira

O RB Bragantino conhece nesta noite quem vai enfrentar na decisão da Copa Sul-Americana, marcada para 20 de novembro, no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai. O adversário sai do confronto entre Athletico-PR e Peñarol na Arena da Baixada. O rubro-negro joga pelo empate porque venceu por 2-1 fora de casa.

Enquanto isso, o Libertad volta as atenções para a disputa do Campeonato Paraguaio. No domingo (3) o clube que está em 7º lugar fará o clássico diante do Cerro Porteño, vice-líder.