A tradicional pausa de verão da Fórmula 1 é primordial para as equipes e pilotos. Enquanto os times ajustam os carros e montam estratégias para a segunda parte do campeonato, os homens que guiam as máquinas curtem férias longe das pistas. No entanto, para alguns deles, é tempo de apreensão e dúvidas, pois a Silly Season também é conhecida pela dança das cadeiras ou melhor, de cockpits quando o desempenho não agrada. Os três principais nomes nesse grupo são Pierre Gasly, Valtteri Bottas e Romain Grosjean.

De menino prodígio a garoto problema

Pierre Gasly concentrado durante o GP da Hungria (Foto: Reprodução/Fórmula 1)
Pierre Gasly concentrado durante o GP da Hungria (Foto: Reprodução/Fórmula 1)

O caso do francês da Red Bull Racing  é o que mais chama atenção. No final de 2018, Gasly era uma das revelações da categoria, pilotando com eficiência na Toro Rosso. Parecia ser o substituto ideal para Daniel Ricciardo na temporada 2019. Pois é, a equipe estava errada. O piloto de 23 anos teve uma sequência surreal de erros, começando pela pré-temporada. Já diria o comentarista Lito Cavalcanti que "a métrica de todo piloto é o companheiro de equipe", seguindo essa lógica, para piorar a própria situação, Gasly está muito distante de Max Verstappen na RBR.

O que parecia ser apenas um contratempo por falta de ritmo em uma equipe que pode brigar pela ponta se agravou. O jovem mostrou em vários momentos que não sabe lidar com a pressão, elementar no automobilismo, piorando ainda mais o desempenho. Os boatos acerca de uma dispensa já no meio do ano são fortes e, mesmo não parecendo concretos, deixaram claro que o piloto precisa melhorar para sobreviver. A sorte do francês é a falta de opções. A Red Bull parece não querer repetir o filme com Daniil Kvyat e considera Alexander Albon ainda inexperiente. Não dá para errar duas vezes.

Ele ainda amarra suas esperanças nas últimas declarações do chefe da RBR, Christian Horner ressaltando a competitividade de Gasly.

Botta fora?

Bottas decepcionou com performance na Hungria (Foto: Reprodução/Fórmula 1)

No último ano de contrato e com últimas atuações decepcionantes, Valtteri Bottas até começou a temporada como um bom nome: vitorioso nos GP's da Austrália e do Azerbaijão. Contudo, depois das duas provas, sumiu. É incomum que um piloto com a qualidade do finlandês viva extremos de qualidade dessa maneira em curto espaço de tempo.

O que se comenta é que Bottas não aguenta a disputa com Lewis Hamilton. O finlandês tem ao seu lado um britânico mais maduro experiente e que erra menos. Com um companheiro assim, o mínimo deslize pode iniciar uma decadência, e assim se fez. O piloto deixou de fazer dobradinhas, pintava mais em terceiro ou até fora do pódio. Depois, batidas e mais batidas. No Treino Livre da Áustria, no GP da Alemanha, os incidentes na Hungria. Mistura fatal para definir o futuro.

Mesmo assim, ele parece confiante. Bottas acredita que a Mercedes olhará para as boas performances que apresentou, esquecendo as últimas infelicidades.

"Eu não acho que isso vai mudar alguma coisa. Foi uma corrida, como disse antes do fim de semana. Então, não estou nervoso. Sei que teremos mais notícias em breve". 

Quem pode tomar a vaga do finlandês é Esteban Ocon, atual reserva, o jovem francês trabalha arduamente no simulador, auxiliando no desenvolvimento do carro. Para ele, a definição do futuro está próxima.

"Eu acho que seria possível em breve, isso seria ótimo. Isso seria o melhor. Espero que meu futuro seja em muito breve. Eu confio nas pessoas ao meu redor para fazer um bom trabalho e essa é a única coisa que posso fazer".

Vale lembrar que Ocon atuou pela Force India nas temporadas 2017 e 2018, nas quais se mostrou extremamente agressivo. Nada que um ano na "geladeira" não resolva. A batata queima nas mãos de Toto Wolff, que não quer perder um talento.

"Temos que tomar uma decisão por nós mesmos, bem como uma que funcione bem para Esteban. Se escolhermos Valtteri, perderemos Ocon por um ano ou dois, mas essas são as conseqüências de tal decisão".

Deus salve a América

Gasly em uma de suas típicas saídas de pistas (Foto: Reprodução/Fórmula 1)

Quem fecha a lista do "trio problema" é o suíço Romain Grosjean. Ele foi a aposta da Haas para levar o automobilismo americano ao destaque na Fórmula 1. Não deu certo, obviamente. Na Lotus, o piloto até demonstrou qualidade, porém vem mostrando erros tolos e grande inconsistência aos homens dos Estados Unidos.

A temporada passada já foi um pesadelo para Grosjean e o time. O piloto conseguiu uma sequência inacreditável de acidentes culminando no GP da Espanha, onde bateu na largada com outros dois carros.

Como se já não bastasse, ele bateu pelo menos duas vezes com o companheiro Kevin Magnussen, que também não faz brilhante temporada, porém pontua mais que Grosjean. Com dois nomes ruins para o objetitvo do time, corta-se o "menos melhor".

O futuro do "trio problema" ainda é incerto. Bottas e Gasly podem estar tranquilos em relação à continuidade na Fórmula 1, mas não em equipes de ponta. Durante todo este mês de férias, as especulações vão continuar e como já foi visto em anos anteriores, tudo pode acontecer. Nada também.

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