Após a França bater a Bélgica no primeiro confronto das semifinais da Copa do Mundo, agora é a vez de Croácia e Inglaterra decidirem a vaga restante na grande final da maior competição do futebol. No palco da decisão, o Estádio Lujniki, em Moscou, as equipes se enfrentam às 15h desta quarta-feira (11), após percorrerem parecido caminho no decorrer do torneio em busca de encerrar um incômodo jejum de finais em Mundiais.

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Considerados criadores do futebol, os ingleses apenas chegaram à final da Copa do Mundo uma vez, em 1966, quando venceram a competição disputada dentro de casa. Por outro lado, com tempo inferior de existência, já que faziam parte da extinta Iugoslávia até 1991, os croatas jamais chegaram numa decisão da competição, tendo sua melhor campanha em 1998, quando caíram na semifinal diante dos franceses, donos da casa e campeões daquela edição.

Na edição de 2018, na Rússia, ambas chegaram à competição sem muito alarde dos concorrentes, distante de serem apontadas como equipes que brigariam pelo troféu mundial. Numa boa impressão, Croácia e Inglaterra eram classificadas somente como equipes duras de serem batidas, mas que logo seriam eliminadas do torneio por seleções com mais peças de destaque, experiência e concorrentes ao título. 

Foto: FIFA/Getty Images
Foto: FIFA/Getty Images

No entanto, o que se viu nessas seleções no decorrer do torneio foram equipes organizadas, migrando nos pontos entre protagonismo e jogo coletivo, batendo fortes adversários em partidas com excesso de emoção e sendo agraciadas com o final feliz. Entre as vitórias, se destacaram as classificações por pênaltis, onde os goleiros dos times tomaram para si a responsabilidade e garantiram o avanço de suas seleções, são eles: Pickford e Subasic. Juntos, defenderam cinco penalidades em três disputas por pênaltis e garantiram lugar histórico na memória dos torcedores de seus países.

O que esperar do confronto entre Croácia x Inglaterra

Além das partidas emocionantes, as equipes tem outra similaridade, desta vez, no comando. Ambos técnicos possuem pouquíssimo tempo nas passagens pelas seleções se comparados a comandantes de outras seleções. Em especial, o croata Zlatko Dalic, que possui apenas nove meses na Seleção Croata, com 12 jogos no currículo, sendo cinco deles nesta Copa. No outro lado, está Gareth Southgate, treinador que virou xodó dos ingleses por suas características pessoais e impostas à Seleção Inglesa. Na Inglaterra, está no comando há cerca de dois anos, com 23 jogos na passagem.

Sendo assim, os dois treinadores garantiram o avanço de suas equipes, levando o bom desempenho para dentro de campo e conquistando a confiança de seus jogadores e torcedores de seus países. De acordo com as partidas no decorrer do torneio, a esperança é de um confronto disputado durante todo tempo regulamentar, tendo altas possibilidades de mais emoções no circuito extra, onde apenas uma das seleções terá a oportunidade de participar da grande final contra os franceses.

Croácia busca primeira final em Copas na história e nega ser 'zebra'

Jogadores croatas correm para comemorar com Subasic, herói da classificação nos pênaltis contra Rússia. Foto: FIFA/Getty Images
Jogadores croatas correm para comemorar com Subasic, herói da classificação nos pênaltis contra Rússia. Foto: FIFA/Getty Images

No Mundial da Rússia, a Croácia iguala sua melhor campanha em sua história na competição, concretizada em 1998, quando disputou pela primeira vez o campeonato. Mesmo sendo ainda novata entre outras gigantes seleções, os croatas chegam entre os quatro melhores do torneio atual recheados de jogadores reconhecidos internacionalmente e apresentando bom desempenho dentro das quatro linhas. 

O futebol vistoso foi observado principalmente na fase de grupos, quando passou com 100% de aproveitamento em primeiro lugar. No mata-mata, teve dificuldades e viu sua classificação garantida na disputa por pênaltis nas duas oportunidades. Com isso, as dúvidas surgem em cima de uma seleção ainda sem títulos de expressão no futebol, porém, que vai construindo respeito dos adversários de acordo com o passar do tempo. Mesmo com o avanço visível nos últimos anos e a boa competição empenhada até então, para muitos, a equipe é considerada zebra no confronto contra a Inglaterra.

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Para afastar as dúvidas, o treinador Zlatko Dalic citou o nível de importância dos clubes que atuam seus jogadores para demonstrar o nível técnico de suas seleção. Segundo ele, a Croácia não pode ser considerada zebra e que não deve ser surpreendente sua presença entre as quatro principais equipes do torneio.

"A Croácia tem ótimos jogadores em grandes clubes da Europa(...) Não deveria ser surpresa que estamos entre os quatro finalistas, pela qualidade dos jogadores(...) O fato de termos jogadores em grandes clubes como Real Madrid e Barcelona mostra que eles têm qualidade", afirmou o treinador.

Para o confronto, Dalic não poderá contar com o lateral-direito Sime Vrsaljko, titular absoluto da equipe, lesionado na partida contra a Rússia. Por conta de dores no joelho esquerdo, o jogador será substituído por Vida, autor de um dos gols do último confronto, que é zagueiro de origem e será improvisado na posição.

Nas mãos de Southgate e Harry Kane, Inglaterra busca quebra de jejum e segunda final no Mundial

Ingleses comemoram gol de Maguire, contra a Suécia, nas quartas de final. Foto: FIFA/Getty Images
Ingleses comemoram gol de Maguire, contra a Suécia, nas quartas de final. Foto: FIFA/Getty Images

A Copa do Mundo de 2018 tinha um significado diferente para os torcedores ingleses. Em desânimo após campanhas anteriores e sem um elenco estrelado, a Inglaterra chegou ao Mundial sem muitas expectativas em cima de passos longínquos no campeonato, mas carregando o peso de uma seleção tradicional que completava 12 anos sem vencer uma partida em mata-matas e 52 anos fora de finais de Copas do Mundo.

Encorpados por um time entrosado adequado a um estilo de jogo e liderados por um super artilheiro, os ingleses surpreenderam e superaram expectativas impostas à equipe. Comandada por Gareth Southgate, ex-jogador da seleção inglesa e que chegou a ser peça crucial na eliminação da Euro 1996, o English Team se classificou em segundo lugar em seu grupo e passou por emoções na fase mata-mata, ao chegar perto de deixar escapar sua encaminhada classificação às quartas de final para a Colômbia e manter a sequência de decepções em jogos eliminatórios num passado recente.

No entanto, com o brilho do goleiro Pickford, a seleção se classificou e derrotou a Suécia na fase seguinte, chegando até à semifinal. Viva a um jogo restante para a final da Copa, a confiança é notória diferença do início do campeonato, sendo um dos principais trunfos dos ingleses para encerrar o segundo incômodo jejum.

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Algumas apostas da equipe de Southgate para o confronto são a dificuldade imposta ao adversário de infiltrar em sua zaga e suas saídas letais em velocidade, principalmente pelos lados do campo. Além disso, a principal arma dos ingleses se dá no ataque, com o imparável Harry Kane, artilheiro da Copa do Mundo com seis gols e um dos fortes candidatos ao prêmio de melhor jogador do torneio. Diferente de seu adversário, a Inglaterra vai para a partida sem desfalques.