Tudo pronto para a 46ª edição da Copa América. Logo, muitas seleções disparam no páreo pelo título da competição continental. O que não é o caso da Venezuela. "La Vinotinto", como é carinhosamente apelidada, fará sua 18ª participação no campeonato. Nas outras 17 vezes, venceu ao menos um jogo nas últimas quatro edições. Desempenho que melhorou frente à única vitória (3 a 0 contra Bolívia, em 1967) em seus 13 primeiros jogos. Contudo, estar no Grupo A, com Brasil, Peru e Bolívia, pode acender uma luz no fim do túnel venezuelano.

Expectativa

A expectativa da seleção venezuelana para esta Copa América é modesta: avançar na chave. Desejo que não é nada absurdo devido a ascensão de seu futebol nas duas últimas décadas. Tanto é que, em 2017, o sub-20 da Vinotinto foi vice-campeã mundial, perdendo para a Inglaterra na final. Em 2007, o país foi a sede da Copa América pela primeira e única vez, terminando em sexto lugar. Vale lembrar, que seu melhor resultado no torneio foi a quarta posição, na edição de 2011, na Argentina.

Há expectativa de uma chegada à semifinais desta Copa (Foto: divulgação / FVF)
Em março, a Venezuela venceu pela primeira vez na história a Argentina (3 a 1). Já nos três amistosos preparatórios para a Copa América, a Vinotinto somou um empate (Equador), uma derrota (México) e uma vitória (EUA) (Foto: divulgação / FVF)

Uma leve projeção de resultados que já podem ser satisfatórios para os venezuelanos é a soma de cinco a seis pontos. Se surpreender e vencer o Peru na estreia, a Venezuela vai mais tranquila diante de um Brasil desfalcado sem Neymar e com ambiente conturbado, podendo sonhar com uma "zebra" diante dos anfitriões. Logo, o fechamento contra a Bolívia é de suma importância, e a vitória é imprescindível.

Destaque

Não são muitos os jogadores venezuelanos que destoam no futebol internacional. Entretanto, Salomón Rondón, Darwin Machís e Tomás Rincón são os atletas que têm mais moral jogando fora do país e que podem ser peças de experiência dentro do grupo de convocados, que só tem três que atuam no próprio futebol nacional. Dentre os citados, é Salomón Rondón, centroavante do Newcastle United-ING, que carrega a atenção dos holofotes latinos.

Rondón é o grande nome do elenco venezuelano; esperança de gol vinotinto (Foto: divulgação / Newcastle United)
Rondón é o grande nome do elenco venezuelano; esperança de gol vinotinto (Foto: divulgação / Newcastle United)

Camisa 9 do time inglês, Rondón é um típico "homem de área", aquele que prende a bola no ataque quando precisa, cabeceia entre zagueiros em momentos de perrengue e brigador, raçudo. Atualmente com 29 anos, atua na Europa desde 2008. Na temporada 2018-19, marcou 11 gols em 32 jogos pelo Newcastle.

Fique de olho

Podendo ser parceiro de Rondón no ataque, Darwin Machís, de 26 anos, foi um dos destaques do Cádiz-ESP na última temporada, marcando oito gols em 15 jogos após ser emprestado pela Udinese-ITA. Machís é daqueles ofensivos que podem achar espaço dentro de uma defesa adversária bem postada. Usa o drible de forma objetiva, sem firola.

Machís é rápido, ligeiro, e gosta de atuar pelas pontas (Foto: divulgação / FVF)
Machís é rápido, ligeiro, e gosta de atuar pelas pontas (Foto: divulgação / FVF)

Rafael Dudamel

Com 56 jogos e um gol pela Vinotinto como goleiro, o treinador Rafael Dudamel é uma das maiores esperanças da equipe venezuelana. Em 2018 conseguiu o feito histórico de levar a Venezuela à final da Copa do Mundo Sub-20. Com certeza, foi bom desempenho que o capacitou a estar no comando da seleção profissional. Dudamel tem o estilo de jogo um tão ofensivo, com toque de bola objetivo.

Dudamel chegou ao posto após ser vice-campeão da Copa do Mundo Sub-20 (Foto: divulgação / FVF)
Dudamel chegou ao posto após ser vice-campeão da Copa do Mundo Sub-20 (Foto: divulgação / FVF)

Na última Copa América...

Em 2016, a Venezuela teve uma boa campanha na Copa América do Centenário. Conseguiu avançar em segundo na chave. Estreou vencendo a Jamaica por 1 a 0, depois surpreendeu batendo o Uruguai também por 1 a 0 e fechou a fase de grupos empatando com o México em 1 a 1. Porém, o sonho acabou na fase seguinte, nas quartas de final, quando perdeu para a Argentina por 4 a 1.

Venezuela fez boa campanha avançando ao mata-mata, onde caiu para a Argentina (Foto: reprodução / Conmebol)
Venezuela fez boa campanha avançando ao mata-mata, onde caiu para a Argentina (Foto: reprodução / Conmebol)

A eliminação frente a, até então, vice-campeã da Copa do Mundo 2014, era nítida, entretanto a vitória sobre o Uruguai e o empate com o México determinaram a nova Era do futebol venezuelano, que agora deixou de ser o "patinho feio" das competições.

Lista de convocados

GOLEIROS: Wuilker Fariñez (Millonarios/Colômbia), Rafael Romo (Apoel/Chipre) e Joel Graterol (Zamora F.C.);

DEFENSORES: Ronald Hernández (Stabaek/Noruega), Rolf Feltscher (L.A. Galaxy/EUA), Yordan Osorio (Vitória de Guimaraes/Portugal), Mikel Villanueva (Gimnástic de Tarragona/Espanha), Jhon Chancellor (Al Ahli/Catar), Roberto Rosales (Espanyol/Espanha) e Luis Mago (Palestino/Chile)

MEIAS: Júnior Moreno (DC United/EUA), Arquímedes Figuera (Deportivo La Guaira), Yangel Herrera (SD Huesca/Espanha), Luis Manuel Seijas (Santa Fe/Colômbia), Juan Pablo Añor (SD Huesca/Espanha), Tomás Rincón (Torino/Itália), Jhon Murillo (CD Tondela/Portugal), Adalberto Peñaranda (Watford/Inglaterra), Jefferson Savarino (Real Salt Lake/EUA) e Darwin Machís (Cádiz/Espanha);

ATACANTES: Salomón Rondón (Newcastle/Inglaterra), Fernando Aristeguieta (América de Cali/Colômbia) e Josef Martínez (Atlanta United/EUA).