O Goiás Esporte Clube vive mais uma fase da gangorra de emoções em que se transformou nos últimos anos. Consolidado no início do século XXI, o Esmeraldino chegou a disputar a Copa Libertadores em 2005, mas, nesta década, amarga a pecha de “clube ioiô”, aquele que não consegue manter-se por muito tempo na primeira divisão.

Rebaixado como penúltimo colocado do Brasileirão, a equipe busca novo acesso em 2016, tido como obrigatório após investir o dinheiro das milionárias vendas de Erik e Bruno Henrique na remontagem do elenco e na contratação de Enderson Moreira.

Temporada passada

Em 2015, o ano começou com mais um título goiano para o Goiás, o 25º da história do clube. Mas as eliminações para Ituano, na Copa do Brasil, e para Brasília, na Copa Sul-Americana, acenderam o alerta vermelho na Serrinha. Não foi o bastante para evitar o pior. No Brasileirão, o Esmeraldino fez campanha pífia e terminou na penúltima colocação, com apenas 38 pontos em 38 jogos.

Início de temporada

Insatisfeita com a péssima produção em 2015, a diretoria alviverde planejou um novo time para 2016. Ainda em dezembro, acertou a contratação do treinador Enderson Moreira para reconduzir a equipe de volta à Série A do Brasileirão. Dos jogadores considerados titulares, saíram Gimenez, Fred, Diogo Barbosa, Rodrigo, Felipe Menezes, Erik e Bruno Henrique, com destaque para os dois últimos, vendidos por cifras milionárias para Palmeiras e Wolfsburg-ALE, respectivamente.

Para recompor as lacunas do plantel, os principais reforços foram o lateral-direito Sueliton, os zagueiros Wesley Matos e Anderson Salles, o lateral-esquerdo Juninho, os volantes Willian Wendel, os meias Wagner, Jhon Cley e Daniel Carvalho e os atacantes Rafhael Lucas e Cléo. Quem também ganhou mais espaço foram os jovens das categorias de base. O lateral-direito Johnathan, o zagueiro David Duarte e o atacante Carlos Eduardo já aparecem como importantes peças no time de Enderson nos primeiros meses do ano. O goleiro Renan, titular absoluto desde 2013, foi um dos mantidos. 

Apesar das inúmeras mudanças, a transformação do Goiás ainda não se deu na prática. A campanha no Campeonato Goiano é até boa – 11 vitórias, 3 empates e 2 derrotas – e mais uma vaga na final foi assegurada, mas há de se ressaltar a fragilidade dos adversários na competição estadual. O nível das atuações também preocupa, sem um padrão de jogo definido e com muitos jogadores rendendo abaixo do esperado. De quebra, o time foi eliminado pelo River-PI na primeira fase da Copa do Brasil e levantou questionamentos sobre o futuro da temporada.

Destaque

Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC
Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC

Grande contratação alviverde na janela de transferências, o experiente meia Daniel Carvalho chegou para solucionar os problemas de criação no meio-campo e comandar a equipe dentro das quatro linhas. A boa performance na Série B de 2015, competição na qual foi um dos principais nomes do campeão Botafogo, pesou na escolha do novo camisa 10.

A espera pela estreia do “DC-10” teve a recompensa desejada logo em suas primeiras aparições. Porém, o jogador está longe dos gramados desde o início de março, devido a uma lesão sofrida na coxa esquerda em partida contra o Goianésia. Sua ausência é muito sentida pelo time, que vive a expectativa da volta do meia, ao menos, para a primeira rodada da Série B.

Treinador

Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC
Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC


Velho conhecido do torcedor esmeraldino, Enderson Moreira acertou seu retorno ao Verdão do Centro-Oeste para 2016. A primeira passagem, iniciada no segundo semestre de 2011, contou com título da Série B em 2012 e grandes campanhas na Copa do Brasil e no Brasileirão de 2013, quando alcançou uma honrosa sexta colocação no torneio de pontos corridos e a semifinal na maior competição nacional de mata-mata.

O técnico deixou boas recordações após seu último ciclo, mas ainda não correspondeu ao esperado na volta ao Goiás. As atuações inconstantes no Estadual e a eliminação precoce na Copa do Brasil já deixam diretoria e torcida com uma pulga atrás da orelha. Enderson precisará dar melhor retorno se quiser ter a confiança necessária para realizar a tarefa que já cumpriu com louvor há quatro anos.