Nesta quarta-feira (27) o Flamengo enfrenta o Cruzeiro na decisão da Copa do Brasil e o Rubro-Negro busca seu segundo título do ano - o Carioca foi o primeiro. O jogo acontecerá no Mineirão, em Belo Horizonte, às 21h45.

O Rubro-Negro vive o clima da decisão da Copa do Brasil há algumas semanas, testando opções e poupando alguns de seus jogadores. No gol uma certeza: Alex Muralha - o camisa 38 que ganhou a oportunidade de salvar o ano conturbado que teve nos gramados após a lesão de Thiago.

Desde a sua chegada, 2017 foi com certeza o pior ano para Muralha - o desgaste de sua imagem com o torcedor e a quase eliminação para o Santos na mesma Copa do Brasil criaram um ambiente hostil para o atleta. Por isso, a VAVEL Brasil preparou um especial contando a trajetória do goleiro no clube até esta final. Confira:

Chegada, ascensão rápida e sombra de Paulo Victor

Muralha foi apresentado no início de Janeiro junto de Arão. (Foto: Divulgação/Flamengo)
Muralha foi apresentado no início de janeiro junto de Arão (Foto: Divulgação/Flamengo)

Muralha chegou ao Flamengo no início de 2016 após se destacar pelo Figueirense no Brasileirão do ano anterior. O goleiro chegou junto à primeira barca de reforços e investimentos que o clube começava a fazer. Com Alex, chegaram Muricy Ramalho, Rodinei, Juan, Willian Arão, Mancuello e no meio do ano, o meia Diego - além de outros jogadores.

Durante o primeiro semestre no clube, Muralha era apenas sombra ao prata da casa Paulo Victor, pouco revesavam. Com uma lesão antes de um jogo contra a Ponte Preta - o mesmo jogo da estreia do então interino Zé Ricardo - Paulo Victor deu lugar a Muralha na meta rubro-negra. O goleiro atuou bem, se destacou na partida e se firmou na posição desde então.

Após ascensão, Muralha chega a seleção pelas mãos de Tite

Muralha foi convocado por três vezes mas não atuou sequer por um minuto. (Foto: Nelson Almeida/Getty Images)
Muralha foi convocado por três vezes mas não atuou sequer por um minuto (Foto: Nelson Almeida/Getty Images)

Em setembro do mesmo ano, após as Olimpíadas, o técnico Tite tinha uma incógnita no gol. Com Prass cortado por lesão da Olimpíada e Wéverton seguro mas nem tão exigido durante a competição comandada por Micale, Tite resolveu promover uma disputa franca entre os goleiros do país e convocou Muralha; entretanto, nas três convocações o goleiro sequer foi utilizado.

Na época, o técnico explicou a convocação com a seguinte declaração: "Ele vem fazendo um grande campeonato brasileiro, como já fez no Figueirense. São dois anos mantendo um padrão de atuação. Merece a convocação".

Declínio técnico, reserva e titularidade na decisão

O ano de 2017 chegou e com ele chegaram as cobranças por competições maiores. O discurso pautado no saneamento de contas para a elaboração de um "novo Flamengo" estava no limite e a torcida exigia grandes conquistas. Certo da unanimidade criada por Muralha, o Flamengo negociou o reserva Paulo Victor e pediu o retorno de
outro prata da casa, o jovem César.

A imagem do goleiro ficou desgastada pela insistência de Zé Ricardo (Foto: Juan Mabromata / Getty Images)
A imagem do goleiro ficou desgastada pela insistência de Zé Ricardo (Foto: Juan Mabromata / Getty Images)

As competições começaram e a visível falta de sombra para um goleiro, até então de seleção como Alex, o afetaram. Suas saídas de bola, reposições, posicionamento e saídas do gol em bolas aéreas estavam comprometidas. Mesmo assim, Muralha permaneceu na meta rubro-negra durante a Libertadores e parte da Copa do Brasil pelas mãos do técnico Zé Ricardo.

A eliminação da Libertadores, o desgaste e a atuação contra o Santos que quase eliminou o Flamengo da Copa do Brasil, aliada a visível perda técnica ajudaram a criar um ambiente hostil para o goleiro. Durante este tempo, Diego Alves foi contratado e o jovem Thiago começava a ganhar visibilidade no clube.

Entretanto, devido ao regulamento que impede a escalação de Diego Alves e a lesão de Thiago no pulso esquerdo, Muralha recebeu a oportunidade de jogar a decisão mesmo com as ressalvas da torcida. Entendendo a situação, os torcedores começaram a apoiar o goleiro durante as partidas e nas redes sociais.

Pelo Flamengo são 72 jogos no total. No primeiro ano foram 37 jogos e 36 gols sofridos. Já em 2017 o goleiro jogou por 35 vezes e tomou 27 gols. Na Libertadores, a principal competição do ano para o clube foram 6 jogos e 7 gols sofridos - além de ter ficado marcado pela eliminação ainda na fase de grupos.