Passada as datas festivas, as férias e a abstinência futebolística no Brasil, faltam poucos dias para o início dos principais estaduais no nosso país.

Nesta quarta-feira (17), será a vez do São Paulo de Dorival Júnior entrar em campo pela primeira vez na temporada, ao encarar o São Bento, em Sorocaba, às 19h30. Aparentemente, o Tricolor deve ir atrás de mais ou menos três peças para fechar inicialmente seu elenco (um lateral-direito, um meio-campista e um atacante de lado). 

+ São Paulo acerta contratação de Anderson Martins, ex-Vasco

Sem Lucas Pratto comandando o setor ofensivo, e sem Hernanes orquestrando o setor de meio-campo, algumas hipóteses aos poucos são levantadas se baseando em como a equipe deve se organizar dentro das quatro linhas.

Modelo de jogo

Desde sua chegada ao São Paulo no meio do último Campeonato Brasileiro, Dorival Júnior procurou solidificar seu estilo de jogo com as peças disponíveis no elenco são-paulino. Mesmo tendo somente uma competição para se preocupar, tornou-se frequente a convivência com desfalques, principalmente no meio de campo, mas o modelo de jogo seguia idêntico, e o mesmo deve se manter nesta temporada.

A transição defensiva se tornou mais técnica (ao contrário de anos anteriores, onde os famosos "chutões" se tornaram comuns). Tanto Rodrigo Caio, Arboleda e outras respectivas opções se acostumaram com a ideia de sair jogando com calma. Anderson Martins, recém- chegado, também deve seguir essa ideologia. Muito se deve também com a chegada dos volantes próximos à própria área, casos de Petros e Jucilei, que majoritariamente devem seguir fazendo a transição, indo atrás da bola no setor defensivo. Independente do momento do jogo.

Sem Hernanes, o São Paulo também perde com o fator 'bola parada'. Diego Souza e Cueva devem brigar pela ex-função do Profeta

A partir dali, a presença de Hernanes se tornava fundamental para que a redonda chegasse próxima à meta adversária. Neste cenário, levantamos algumas hipóteses: a primeira (e menos provável) é a que Diego Souza possa atuar nesta função, mas isto não deve acontecer, já que um dos fatores que fizeram o atleta se transferir ao Tricolor é justamente atuar na função em que o técnico Tite o utiliza na Seleção Brasileira, como atacante; a possibilidade dos sonhos baseia-se na chegada de um reforço de peso para função, visando suprir a ausência do Profeta; uma outra possibilidade é a utilização de Hudson. O volante foi destaque no Cruzeiro e está de volta ao São Paulo após seu empréstimo em Belo Horizonte. Diante de seu protagonismo na temporada passada, não é descartada a possibilidade de um trio ao lado de Petros e Jucilei.

Diretriz exaltada pelos novos diretores Raí e Ricardo Rocha, a utilização de jovens atletas pode também ser uma alternativa. Shaylon e Lucas Fernandes, se não forem emprestados, podem ganhar novas oportunidades principalmente no Campeonato Paulista. Destaque na Copa São Paulo de Futebol Júnior, Igor Gomes é outro que pode ser utilizado ao decorrer da temporada, dependendo das opções disponíveis com o decorrer do primeiro semestre. 

Rodrigo Caio é peça fundamental para a saída de bola com qualidade no setor defensivo (Foto: Érico Leonan/ São Paulo FC)
Rodrigo Caio é peça essencial para a saída de bola com qualidade na defesa (Foto: Érico Leonan/ São Paulo FC)

+ Fim da novela: São Paulo paga R$ 10 milhões ao Sport e fecha com Diego Souza

No ataque devem haver as maiores mudanças. Sem Pratto e seu reserva de 2017, Gilberto, a bola aérea perde força no Morumbi. Diego Souza deve ser uma peça mais ágil na frente são-paulina, ao lado do já conhecido Marcos Guilherme, que pode se destacar com o auxílio do experiente companheiro.

Ainda sem uma definição na lateral-esquerda, o Tricolor deve ganhar mais força ofensiva por este lado caso Dorival opte por Reinaldo. O atleta ganha mais uma oportunidade com o manto são-paulino nesta temporada, e agora mais 'cascudo', deve ter um desempenho mais leve, sem tanta pressão. Caso siga as apresentações por Ponte Preta e Chapecoense, sua presença ofensiva pode fazer a diferença do lado esquerdo da cancha

Plano de jogo

Seguindo novamente a cara de Dorival, e as apresentações de 2017, dificilmente o Tricolor deve mudar seu plano de jogo com o passar das rodadas ou com a alternância de competições. Ter a posse de bola e atuar com as movimentações ofensivas pelos lados devem seguir como principais estratégias são-paulinas. A intensidade das ações que devem mudar com as particularidades de algumas partidas.

+ São Paulo aceita proposta e atacante Lucas Pratto é negociado junto ao River Plate

Em clássicos, partidas importantes fora de casa ou duelos de mata-mata, a cautela deve ser um pouco maior principalmente do setor defensivo. O avanço dos laterais deve ser mais contido e a aposta num setor ofensivo mais leve nesta temporada. Nessas partidas Diego Souza deve ser fundamental, participando das ações dentro e fora da grande área. Com isso, Marcos Guilherme deve ganhar ainda mais liberdade, sendo assim uma das grandes promessas para brilhar neste ano.

'Talismã': Brenner pode ser o trunfo de Dorival para as segundas etapas

Ainda levando em conta esse cenário de atuação, novamente as jóias de Cotia podem ganhar destaque com as partidas em andamento. A maior expectativa está sobre Brenner. O atacante 'sensação' nas categorias de base chega como uma realidade neste ano. Inicialmente o jogador deve surgir como principal alternativa na ausência de Diego no comando de ataque, mas certamente o mesmo deve se tornar 'figurinha carimbada' nas etapas finais das partidas do Tricolor, com o objetivo de bagunçar a defesa adversária.

Brenner pode ser protagonista no planejamento de Dorival (Foto: Gazeta Press)
Brenner pode ser protagonista no planejamento de Dorival (Foto: Gazeta Press)

Sistema de jogo

Brevemente antecipado nos tópicos acima, o sistema de jogo são-paulino é o que realmente deve mudar em relação ao do ano anterior. O principal responsável por isso? As ausências de Lucas Pratto e Hernanes, e as chegadas de Diego Souza e retorno de Hudson.

Visando o elenco atual, todos os setores devem ter mudanças de atitude no sistema implantado por Dorival. Na defesa, o lado esquerdo fica ainda mais forte na marcação e no apoio ofensivo, baseando-se, evidentemente, nas últimas temporadas de Reinaldo. Caso o comandante são-paulino opte por manter Edimar, a cautela e priorização pela segurança do setor seguirá. 

Meia ou centroavante? Diego Souza divide opiniões de onde pode atuar

No meio de campo surge a maior incógnita. Como Dorival planeja utilizar um time alternativo na estreia do Paulistão, pouco se tem de noção de qual deve ser o time ideal imaginado pelo técnico, mas há uma única certeza que faz total diferença: não há substituto para Hernanes.

Nenhum atleta no elenco (até mesmo no Brasil) conseguirá realizar as ações apresentadas pelo ídolo são-paulino. Com isso, o setor pode ficar mais agudo, mais ofensivo com a possível chegada de Everton ou Marinho, nomes fortes que são especulados nos lados do Morumbi; ou mais contido, com a utilização de Hudson. Se tentar seguir com a mesma ideia de 2017, Dorival pode apostar em Shaylon ou Lucas Fernandes, mas nenhum dos dois parece ter a confiança da torcida, que deve 'pegar no pé' nas primeiras falhas dos garotos.

No ataque, novamente mudanças. Seguindo as dúvidas do meio, a organização dentro de campo deve ser a mesma, mas as formas de agir de determinados atletas muda o sistema da equipe. Se jogar como atacante (o que tudo indica), Diego Souza deixará o setor ofensivo mais livre, com mais troca de posições e movimentações. Na verdade, mesmo se optar por colocar o jogador no meio, a equipe deve seguir essa estratégia, pois não há mais um atleta como Pratto no elenco, um típico centroavante de área. 

Enfim, o torcedor são-paulino tem tudo para crer que o ano de 2018 será mais leve. Se os resultados não trouxerem isso, pelo menos equipe deve levar esta sensação...

Confira abaixo uma possível escalação do São Paulo

ADADASDA
VAVEL Logo
Sobre o autor