Falta pouco para Flamengo e Liverpool reeditarem a decisão do Mundial de Clubes, assim como em 1981, quando o Rubro-Negro se sagrou campeão no Japão ao vencer os Reds por 3 a 0. A final, que pode render ao time de Jorge Jesus o quarto título na temporada, será neste sábado, às 14h30 (de Brasília), no estádio Khalifa International, em Doha, no Catar. Diferentemente do último confronto entre eles, os ingleses largam na frente em relação à qualidade do elenco.

Então, vamos ao cara a cara de Liverpool x Flamengo:

Goleiros

No gol, a discussão não se alonga. Apesar de viver ótima fase e se mostrar um dos melhores goleiros na Libertadores da América, Diego Alves não está no mesmo nível que Alisson, titular absoluto do Liverpool há alguns anos e homem de confiança na meta da Seleção Brasileira. Eleito o melhor do mundo na posição, o ex-Internacional faz atuações sólidas em 2019.

Zagueiros

Neste setor, o debate pode ser maior, não pelo lado de Virgil Van Djik, que por estar no time da Fifa desta temporada, dispensa apresentações e venceria o cara a cara com qualquer outro zagueiro na atualidade. No caso dos cariocas, o espanhol Pablo Marí, que atua no mesmo lado do holandês, não teria condições de superá-lo hoje em dia. Já Rodrigo Caio ocupa o lado que equivale ao mais vulnerável da defesa inglesa e poderia facilmente igualar as comparações com Joe Gomez, por exemplo, que tem sido titular nas ausências de Lovren e Matip.

Laterais

Rafinha e Filipe Luís, por outro lado, fazem frente aos laterais do atual campeão da Liga dos Campeões. Os dois jogaram na Europa por mais de uma década e se acostumaram com partidas de alto nível. Apesar de experientes, um ponto desfavorável aos brasileiros é a alta idade, que começa a pesar ao longo das temporadas. Alexander-Arnold e Robertson, além de jovens, desfilam qualidade nas faixas extremas do campo e atacam como poucos atualmente. Nas laterais, a comparação é mais plausível, pela história e semelhança técnica.

Meio-campo

No meio-campo, os jogadores possuem patamares distintos. Com a chegada de Jorge Jesus, Gerson e Arão fizeram belo ano e foram peças fundamentais no esquema tático do Flamengo. Mas Wijnaldum, que ainda não está confirmado para a decisão do Mundial, e Henderson, atuam com nível elevado no continente europeu há algum tempo e, portanto, refutam qualquer tipo de análise entre as equipes neste setor.

Arrascaeta e Everton Ribeiro, pela qualidade de jogo que apresentam, já se aproximam mais dos meias do Liverpool, Oxlade-Chamberlain e Milner. Hoje em dia, os representantes rubro-negros na posição têm mais importância para o time do que os ingleses, que alternam entre a reserva e a titularidade.

Ataque

O ataque é o setor que mais  iguala, entretanto, é o de mais difícil comparação. Isso porque o ano de Gabigol e Bruno Henrique é fantástico. Os dois, juntos, deram ao Flamengo conquistas que os flamenguistas não viam há anos e, no caso da Libertadores, há décadas. Artilheiros de todas as competições em 2019 (menos a Copa do Brasil), eles venceriam todas duplas de atacantes na América e algumas na Europa. Mas não Mané e Salah.

Junta com Roberto Firmino, a dupla dos Reds faz chover na Premier League, na Liga dos Campeões e até no Mundial. As performances regulares do senegalês e do egípcio desde que surgiram no mundo do futebol são assustadoras e merecem respeito. Apesar do ano espetacular do camisa 27 e do camisa 9 no Mais Querido, o trio do Liverpool supera qualquer time no mundo.

Treinadores

No embate de treinadores, a situação é parecida. Com o trabalho excepcional feito pelo português Jorge Jesus no time carioca,  seu patamar no mercado europeu mudou e grandes oportunidades devem surgir para  o treinador que chegou há cinco, seis meses no clube. Por outro lado, o alemão Jürgen Klopp trabalha em alto nível desde quando treinava o Borussia Dortmund, formando ótimos elencos desde 2016, e não só na Inglaterra.


Assim, a comparação entre as equipes mostra que o resultado deste Mundial não está decretado. De fato, o Liverpool tem o aspecto do favoritismo ao seu lado, mas pela qualidade técnica e tática que Jesus deu à equipe, o Flamengo tem totais chances de igualar o confronto e, como diz a torcida, "botar os ingleses na roda".