Há uma frase do escritor americano Anthony Robbins que diz que "nos momentos de decisão, o seu destino é traçado". No ano do Flamengo, os 'momentos de decisão' tem sempre um mesmo 'destino': Alex Muralha. Após a lesão de Diego Alves no último jogo, Muralha será o titular nesta reta final de ano do Rubro-Negro.
Sem poder contar com Diego Alves (lesionado), Thiago (lesionado) e César (removido da Sul-Americana para a entrada de Diego Alves), sobrou para Muralha e responsabilidade e a chance de se redimir com a torcida. Pensando nisso, nós da VAVEL Brasil preparamos uma linha do tempo do conturbado ano do goleiro.
Retrospecto no ano sem contar o Campeonato Carioca: 19 jogos, 9 vitórias, 6 empates, 4 derrotas e 17 gols sofridos.
Libertadores: atuações discretas e o início das preocupações rubro-negras
No início de março começava a Copa Libertadores, competição em que diretoria e torcedores depositavam grande fé. Com um bom elenco já naquela época, o Flamengo venceu todas as partidas em casa, mas foi eliminado por conta das más atuações diante da Universidad Católica e do Atlético-PR, ambas fora de casa.
Na competição, Muralha era indiscutível - apenas para o então técnico, Zé Ricardo. Apesar de ter falhado somente no jogo da volta contra o Atlético-PR - no gol de Thiago Heleno -, o goleiro pouco se destacou durante a Libertadores e já demonstrava insegurança nos quesitos de posicionamento, saídas do gol e reposição de bola.
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Campeonato Brasileiro curto para Muralha: falhas consecutivas e a "gota d'água" contra o Sport
Com a precoce eliminação na Libertadores, o Flamengo tinha pela frente ainda três competições no ano: Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana. No Brasileiro, o goleiro fez seis jogos, apenas um com o técnico Reinaldo Rueda - Muralha participou da vitória contra o Sport, um dia depois da confirmação da lesão de Thiago.
Muralha foi titular nos cinco primeiros jogos do Brasileiro, nesses jogos, o Flamengo obteve uma vitória, três empates e uma derrota - foram quatro gols sofridos e a amarga 14ª colocação. A última atuação de Muralha nessa série de cinco jogos, foi a partida contra o Sport, a gota d'água na relação entre o goleiro e a torcida.
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Depois de vencer apenas o Atlético-GO, o Flamengo enfrentou o Leão precisando da vitória. Logo no início da partida, Muralha falhou feio em uma reposição de bola e entregou de presente o gol para Osvaldo. Após esse jogo, o goleiro deu lugar a Thiago, que se tornou titular - com o jovem o Flamengo subiu de 14º para 3º colocado.
Copa do Brasil: quase vexame contra o Santos, expulsão nas semifinais e a chance de se redimir na final
O Flamengo entrou na Copa do Brasil já nas oitavas de final e passou pelo Atlético-GO sem muitos sustos. Nas quartas, o time enfrentou o Santos e perdeu por 4 a 2 na volta após as falhas de Vaz e Muralha - resultado que quase eliminou o Rubro-Negro. Nas semifinais, outra chance desperdiçada. Muralha foi expulso na ida contra o Botafogo e viu Thiago brilhar na volta.
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Sem poder contar com o já contratado Diego Alves, Rueda escalou Thiago para o jogo de ida da final contra o Cruzeiro. Na partida, o jovem falhou no gol da Raposa após espalmar a bola nos pés do uruguaio Arrascaeta. Mesmo com a falha, o jovem era cotado para iniciar o segundo jogo.
O que ninguém esperava é que Thiago fraturasse o punho nos treinamentos semanas antes da final, fazendo com que o único goleiro inscrito fosse Muralha. A decisão se encaminhou para os pênaltis e o goleiro se destacou negativamente, após pular para o lado direito em todas as cobranças.
A última chance do ano: Muralha entra no lugar do lesionado Diego Alves
Durante o último jogo, contra o Junior Barranquilla, o goleiro Diego Alves dividiu a bola com o meia Yony González e acabou lesionado. O veterano sofreu uma fratura na clavícula e precisou ser substituído por Muralha - que foi vaiado pela torcida rubro-negra após ser chamado pelo técnico Rueda e sofreu um gol 54 segundos depois de entrar.
Com a lesão, Diego Alves ficará fora por seis semanas - o que tira qualquer chance de recuperação até uma possível final. Com isso, Muralha recebeu uma nova chance em suas mãos (ou luvas) para tentar salvar o 2017 rubro-negro e reescrever sua história em um ano marcado pelas falhas individuais e críticas da torcida.