Chega o final do mês de outubro de 2016, aproximadamente 11 meses passados desde o início da temporada de tênis: os primeiros torneios do ano datam a semana do dia quatro de janeiro. Desde então, se passaram 42 semanas, durante as quais cada tenista entrou em quadra na maioria delas. Após esse longo período de jogos, muitos atletas mostram-se exaustos - tanto fisica, quanto pscicologicamente - fato que reflete em seu desempenho dentro das quatro linhas.

Esse cenário ilustra a dificuldade de se manter no topo.

Exemplos não faltam: Novak Djokovic, que vinha de uma sequência de quatro títulos de Major consecutivos e sonhava com o "Golden Slam", acabou eliminado precocemente no Rio de Janeiro e em Wimbledon. Dominic Thiem, que começou a temporada entrando no top 10 e conquistando títulos importantes, ainda não garantiu vaga no ATP Finals por conta de seus maus resultados no segundo semestre. Serena Williams, que vinha de três títulos de Grand Slam em 2015, decepcionou nos Jogos Olímpicos e perdeu a liderança do ranking da WTA.

Esse cenário demonstra a necessidade e a importância do descanso na temporada dos tenistas e, principalmente, ilustra a dificuldade de se manter no topo. Normalmente, durante a carreira de um atleta, existe uma fase de resultados excepcionais, na qual se atinge o auge. No entanto, a maioria tende a retroceder à média depois de um determinado período.

Normalmente, depois de atingir o auge, a maioria tende a retroceder à média.

A exemplo do brasileiro João Souza, o "Feijão", que no ano de 2015 estava jogando o melhor nível de tênis de sua carreira. Em fevereiro, o tenista natural de Mogi das Cruzes, atingiu a semifinal do Brasil Open, perdendo para o italiano Luca Vanni, e as quartas de final do Rio Open, quando foi eliminado pelo austríaco Andreas Haider-Maurer. Após esses resultados inéditos, o brasileiro conquistou 180 pontos no ranking da ATP, atingindo a 69ª posição - sua melhor na carreira. No entanto, depois da dramática derrota para o argentino Leonardo Mayer no confronto de oitavas de final do Grupo Mundial da Copa Davis, Feijão acumulou uma sequência negativa de oito derrotas. Dessa forma, perdia posições no ranking mundial, por estar deixando o auge e, ao mesmo tempo, voltando a média. Atualmente, o brasileiro é o número 121 do mundo.

Djokovic e Serena Williams tornaram a condição de melhor do mundo a sua média.

Entretanto, alguns tenistas como Novak Djokovic e Serena Williams mostraram que não seguem essa tendência: tornaram a condição de melhor do mundo a sua média. Porém, justamente por se tratar de uma medida de tendência central, existem altos e baixos. Coincidentemente, ambos encontram-se em má fase neste momento, ao final da temporada. Ao mesmo tempo que Serena perdeu o posto de número um do mundo para a alemã Angelique Kerber, Djoko se vê ameaçado pelo escocês Andy Murray pela primeira vez em anos de soberania.

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Através de performances ruins dentro das quadras, como a derrota de Williams para a ucraniana Elina Svitolina nas oitavas de final da Olimpíada e a de Djokovic na semifinal do Masters 1000 de Xangai para o espanhol Roberto Bautista Agut, é evidente o prejuízo que a falta de descanso pode causar. "O número um do mundo e os títulos não são mais minha prioridade neste momento, mas eu posso garantir que, como sempre, estarei motivado" disse o número um do mundo depois da conquista inédita de Roland Garros, que o desanimou. 

Já a vice-líder do ranking mundial anunciou a desistência do WTA Finals deste ano por conta de uma lesão que a incomoda desde julho. “Estou realmente chocada que não conseguirei competir. Vem sendo um ano muito difícil para mim, apenas lidando com essa lesão no ombro” disse a pentacampeã e completou: “Meu médico insiste que eu fique em casa me recuperando dia a dia para eu ter a chance de jogar no ano que vem”.

Porém, com a mesma intensidade que os maus resultados vieram, os bons virão. Por isso, pode se esperar no futuro a volta em alto nível dos dois fenômenos do tênis: tanto Serena Williams, quanto Novak Djokovic

Foto: Getty Images
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