Uma das referências do século XXI para o Carolina Panthers foi o linebacker Luke Kuechly. Aos 28 anos de idade, o jogador tinha excelentes índices de desempenho não apenas na equipe, mas se destacava na NFL. Não à toa participou do Pro Bowl em sete oportunidades, foi cinco vezes selecionado na seleção do ano e duas no segundo time, além de ser eleito melhor calouro defensivo em 2012, melhor jogador defensivo em 2013 e estar presente na seleção dos melhores da década da principal liga de futebol americano.

Porém, o anúncio de sua aposentadoria durante o último mês de janeiro pegou todo mundo de surpresa por ainda ser relativamente jovem para o esporte. Em entrevista à rede de comunicação norte-americana NBC, o recém-aposentado afirmou que se sentiu com missão cumprida após oito temporadas na liga e a decisão, bastante ponderada, foi tomada com muita precisão e firmeza.

“Quando a temporada terminou, eu realmente sentei e pensei sobre isso. Eu tive a sorte de ter a oportunidade de jogar por oito temporadas e as pessoas ao meu redor eram fantásticas. Todos no Carolina Panthers me trataram bem, eles me ensinaram muito. Eu não poderia pedir uma situação melhor quando a temporada terminasse. Eu simplesmente sabia que eu tinha dado tudo o que tinha. Para ser honesto, eu acabei naquele ponto. Não tinha nada a ver com mudanças de treinadores ou algo assim. Eu apenas tinha no meu coração a certeza de que eu dei tudo o que tinha e era hora de seguir uma direção diferente nesse momento”, afirmou.

Luke Kuechly | Foto: Divulgação/Carolina Panthers
Luke Kuechly | Foto: Divulgação/Carolina Panthers

Embora não queira mais estar em campo, Luke Kuechly afirma que não se vê completamente longe do universo do futebol americano. Embora não saiba o que fazer daqui para frente, sabe-se que tem referências positivas de pessoas que mostraram ser completamente úteis na televisão, bem como na direção ou na comissão técnica de alguma franquia. Além disso, comentou a renovação do Carolina Panthers. Por exemplo, Matt Rhule assumiu o comando técnico da equipe, enquanto o quarterback Teddy Bridgewater foi contratado e Cam Newton liberado.

“Eu acho que, quando os caras chegam às sextas e aos sábados e fala com a equipe de produção, conversa com pessoas como Jason Witten, Tony Romo e Ronde Barber, pode-se dizer que eles jogaram em um alto nível e ainda têm a capacidade de permanecer envolvidos no jogo. Eu acho que essa parte é algo que é atraente para mim. Acho que Cam Newton volta a ser saudável e ainda é uma esperança perigosa. Você olha o que ele fez nos últimos dois anos – menos as lesões dele – e ele tem sido fantástico para nós. Eu acho que o que torna Cam Newton especial é o que ele pode fazer dentro do pocket, mas também o que ele pode fazer com as pernas. Para mim, quando conseguir voltar a estar saudável, ele voltará ao lugar que estava antes”, continuou.

Uma tendência da NFL nos últimos anos é ver jogadores novos e com altíssimo potencial anunciarem o fim da carreira no futebol americano. Além de Kuechly, Rob Gronkowski, Andrew Luck e Travis Frederick exemplificam tal situação. Sob o jogo em si, o ex-jogador dos Panthers deixou bem claro que não sente falta da rotina do futebol americano ou o que uma partida pode causar de desgaste em seu corpo e sua mente. Mas acredita que espera ansiosamente pelo ambiente do esporte, pela relação com os atletas quando o training camp for iniciado – se realmente tiver, por causa da pandemia do coronavírus.

“Adoro o jogo de futebol americano, adoro tudo, aspecto de estudar, da equipe. Vou sentir falta da interação, dos jogadores, todos os dias. Eu sei que, quando a temporada chegar, terei aquele buraco no estômago, sabendo que eu gostaria de ainda estar lá. Mas acho que, ao olhar para isso no sentido de que tem uma vida longa para viver, qual é a melhor coisa agora? Tem que tomar decisões difíceis em sua vida, acho que essa é uma das mais difíceis que já tive que tomar. Espero encontrar uma maneira de me envolver de alguma forma no futebol americano”, finalizou.