Após a habitual conferência de imprensa do treinador encarnado, foi o presidente Luís Filipe Vieira quem tomou a palavra, saindo em defesa do seu clube. Os seus principais focos de atenção foi o caso e-toupeira e a divulgação dos e-mails.

               O discurso começou com uma “declaração aos benfiquistas”, apontando os polémicos episódios recentes do futebol português: “Quero dizer a todos os benfiquistas que nunca, nem eu nem a direcção, manchámos a honra ou a dignidade do Benfica. O que se tem passado, infelizmente para nós, é que fomos vítimas de um ataque sem precedentes em Portugal. Violaram o nosso espaço, a nossa privacidade e até hoje nada sucedeu."

               De seguida, Vieira acrescentou: "As denúncias anónimas funcionaram para o Benfica de uma forma que ainda não compreendo, com visitas a nossas casas. É preciso ter a noção exacta do que nos fizeram. Não nos conseguem defrontar pela competência e quiseram vencer-nos ao manchar o nosso nome.”

               Dirigindo-se depois à marca Benfica, o dirigente máximo dos encarnados admitiu que esta saiu danificada de todas as polémicas tornadas públicas: “Somos uma referência no mundo do futebol e hoje temos a marca manchada, porque neste país não há algo que permita às pessoas defenderem-se. O direito ao sigilo não existiu para o Benfica. Os benfiquistas devem estar unidos, alguns têm feito o jogo do adversário, o que eu lamento. Mas eu estou muito determinado. Eu e os meus colegas vamos enfrentar tudo até às últimas consequências. Quem nos fez mal está identificado.”

               Virando o seu discurso para as autoridades judiciais, Luís Filipe Vieira deixou um pedido em forma de exigência: "Exigimos que vão a casa de quem têm de ir e é bom que o façam definitivamente. Queremos libertar-nos rapidamente do que está a suceder e só pedimos à justiça que seja célere. Porque todos os que mancharam o nosso nome têm de ser criminalmente penalizados.”

               Num último aviso, o líder do Benfica anunciou que, a partir de segunda-feira (dia 12), as reações do clube vão mudar de tom: “Acabou a paródia instalada neste país à custa do Benfica. A partir de segunda-feira, haverá um gabinete de crise montado para responder aos ataques, venham eles de onde vierem.”