VAVEL: Olá Leonardo! Começo por perguntar o que farias se não fosses jogador de futebol?

LEONARDO RUIZ: Sinceramente, se não fosse jogador de futebol, acho que teria de ser treinador. Desde pequenino que sempre estive ligado ao futebol, a minha profissão teria sempre que ter a ver com este desporto.

V: Saíste da Colômbia muito cedo. Fala-nos um pouco da tua adaptação a Portugal, um país novo com uma realidade muito diferente.

L: Sim, cheguei a Portugal muito cedo, sozinho. Foi muito difícil a adaptação sem os meus pais, até porque sou filho único. Acho que o mais difícil foi o sono, são muitas horas de diferença mas também a língua. No início não percebia nada do que me diziam. Ainda assim, acho que acabei por me adaptar bem e rápido.

V: Depois de dois anos em Portugal, e tendo já estado no Porto e em Lisboa, já te sentes em casa em Portugal?

L: Sim, sinto-me em casa! Agora já não estou sozinho, tenho outra família que é a família da minha namorada, além disso já são dois anos e penso que já tenho feito o meu caminho e agora é continuá-lo.

V: Quais são as semelhanças e diferenças que encontras entre Portugal e Colômbia?

L: Sinto que Portugal é um país mais calmo e mais seguro. O clima também é muito diferente, aqui vocês têm as quatro estações, na Colômbia é quase sempre calor. Tenho de dizer que gosto muito dos dois países e, em qualquer um deles, vou estar muito feliz.

V: Ficaste magoado com a forma como saíste do FC Porto depois do teu rendimento, quer no ano de juniores, quer na equipa B?

L: Não, não fiquei magoado. São decisões que não me dizem respeito e, onde estiver, vou dar tudo para levar o meu emblema o mais alto possível.

V: Sentes que as pessoas te pressionam mais por saberem que já jogaste no FC Porto e que agora jogas no Sporting?

L: Sim, é normal. Quando crias um certo estatuto e nos bons jogadores a pressão torna-se maior. Eu já estou habituado a isso, mas jogo tranquilo e as coisas vão acabar por sair naturalmente.

V: Este ano tens-te afirmado na II Liga, uma competição que até já ganhaste… Sentes que o próximo passo é jogar na I Liga, seja na equipa principal do Sporting ou num outro clube por empréstimo?

L: Sim, agora estou no Sporting e o meu objetivo é chegar à equipa principal. Estou a trabalhar para isso na esperança de poder vir a ser opção para o treinador da equipa A.

V: Os exemplos como o Gelson ou o Rúben Semedo fazem-te acreditar que podes ser o próximo a afirmar-se ao mais alto nível? Já te imaginaste a jogar em Alvalade com o estádio cheio?

L: Sim, eles dois são grandes jogares e eu sonho conseguir o mesmo ou melhor que eles. Para já estou a trabalhar, estou à espera da minha oportunidade e tenho a certeza que quando ela chegar vou estar preparado.

V: Em Portugal criou-se um pouco o mito de que o Jorge Jesus não aposta nos jovens. Como vês essa situação?

L: Não, isso não tem nada a ver. Um jogador que tenha talento, que tenha qualidade, de certeza que vai ter a sua oportunidade. Falaste dos casos do Gelson e do Rúben Semedo que são bons exemplos disso. Se o míster achar que eu tenho qualidade, de certeza que não vai ter problemas em pôr-me a jogar.

V: Há muitos pontas-de-lança de grande qualidade colombianos: Jackson, Teo, Falcao, Bacca … Sentes-te orgulhoso por veres estes avançados a representar o teu país?

L: Sim, claro! Fico muito contente, eles são todos grandes exemplos para mim e espero no futuro poder ser igual ou melhor que eles.

V: Para terminar, quanto à seleção? Já te imaginaste a jogar na seleção da Colômbia? Sentes-te pronto para dar o salto das seleções jovens para a principal?

L: Sim, eu penso muito na seleção, é algo com que todos os jogadores sonham. Para já, é como na equipa A, estou à espera da oportunidade, mas quando ela chegar tenho de estar preparado.