No Sábado (14) houve tango argentino a mais para um Paços pouco dado a bailaricos – os encarnados, impulsionados pelos argentinos Enzo e Garay, bateram a equipa pacense comandada por Costinha e somam agora sete pontos. Os «castores», por seu turno, permanecem na cauda da classificação e com a corda na garganta: seis jogos oficiais para outras tantas derrotas e apenas um golo marcado na Liga Zon Sagres. Se o futuro do Benfica passa por corrigir uma falsa partida no campeonato, recuperando pontos e vencendo para ir convencendo, o Paços de Ferreira precisa urgentemente de uma vitória para não se condenar, definitivamente, a passar o resto da competição na mó de baixo. Costinha lamentou a falta de pontos mas relembra que as contas serão feitas somente no fim.

Vitória que chegou cedo

Com uma formação alterada por força das lesões, o Benfica viu a tranquilidade chegar cedo à Luz, quando Enzo Pérez fez o marcador avançar, ainda decorriam os primeiros cinco minutos. Lima arrancou pela esquerda e serviu, com conta peso e medida, um cruzamento que Cardozo falhou mas que o argentino Enzo não desperdiçou: a Luz viu o melhor arranque do Benfica na época, com o segundo golo a surgir dos pés do central Garay que finalizou uma jogada de laboratório que começou no pé de Cardozo, passou pelo de Enzo até ao passe milimétrico de Markovic, que assistiu o defesa argentino que, oportuno, encostou para a baliza do guarda-redes Degras. Aos 23 minutos de jogo o Benfica tinha uma margem de dois golos e comandava a partida. O Paços, que com o seu trio de meio-campo (Sérgio Oliveira, André Leão e Seri) não conseguiu suster a manobra encarnada, reagiu finalmente aos 50 minutos, por intermédio de Rúben Ribeiro: o português recebeu um passe em profundidade de Sérgio Oliveira, fugiu a Luisão na corrida e bateu um hesitante Artur. Mas o Benfica rectificou o resultado logo dois minutos depois, com uma cabeçada de Garay a aproveitar da melhor forma um canto cobrado pelo compatriota Enzo. O resto da partida foi jogado a um ritmo mais baixo, com um grau menor de entusiasmo e uma possível poupança de esforço benfiquista pensando já no embate contra o Anderlecht, a contar para a abertura da Liga dos Campeões.

Três pontos tão urgentes...

Apesar de só uma equipa poder levar os três pontos, tanto Benfica como Paços de Ferreira necessitavam urgentemente da vitória: Jorge Jesus precisava de convencer a massa adepta benfiquista de que esta equipa seria capaz de perseguir os seus mais directos rivais na luta pelo título, enquanto que Costinha, ainda com nenhum ponto na bagagem, desesperava por uma vitória que mudasse o dramático rumo dos acontecimentos. Jesus levou a melhor (apostando novamente no 4-2-4, com Cardozo a titular) e o jogo serviu para acalmar os protestos dos adeptos encarnados, que aplaudiram a medícore prestação de Cardozo e exultaram com os golos do bailado argentino de Enzo e Garay. Segue-se, já amanhã, um jogo difícil frente aos belgas do Anderlecht – entrar com o pé direito, na Luz, poderá ser o tónico essencial para uma boa campanha na liga dos milhões. Com a onda de lesões que afecta o plantel, (Sílvio, Sulejmani, Gaitán, Salvio, Cortez e Rúben Amorim) Jesus terá que gerir o esforço dos seus jogadores, dando minutos a outros que poderão complementar a sua estratégia de jogo: Fejsa, que se estreou no sábado, poderá voltar ao onze; Siqueira será de novo o dono do lado esquerdo da defesa e Ola John poderá render Markovic, que apresentou sinais de cansaço.