Do lado azul: Paulo Fonseca, natural de Moçambique, cresceu no Barreiro e foi no clube da terra, o Barreirense, que se profissionalizou no mundo do futebol. Fã de Arsène Wenger foi discípulo do agora rival Jorge Jesus. Fonseca era um defesa-central, alto e robusto. Teve uma longa carreira na primeira divisão com passagens por clubes como Belenenses, Estrela da Amadora, Marítimo e Vitória de Guimarães. Chegou a pertencer aos quadros do F.C. Porto, mas nunca vestiu de azul e branco.

Começou a carreira de treinador em 2005, aos 32 anos, nos juniores do Estrela da Amadora e oito anos depois já estava a comandar um grande. Uma ascensão meteórica que contou com passagens bem-sucedidas por 1º de Dezembro, Odivelas, Pinhalnovense, Desportivo das Aves e Paços de Ferreira – na Capital do Móvel cometeu a impensável proeza de apurar os castores para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões. No Dragão já conquistou uma Supertaça.

Do lado verde: Leonardo Jardim, natural da Venezuela, cresceu na Madeira. Jogou andebol e futebol nos madeirenses do Santacruzense, mas a sua paixão sempre foi treinar. Embarcou numa aventura académica cumprida com louvor tendo como tese de licenciatura uma análise ao aproveitamento dos cantos no Euro 96. Tirou o curso de treinador e começou a trabalhar nas camadas jovens do Santacruzense. Seguiram-se colaborações como adjunto no Portosantense, Câmara de Lobos e Camacha – onde se estreou como treinador principal. O sucesso na Madeira despertou o interesse do continente e na época 2007/2008 rumou ao Chaves, com uma condição - se aos 40 anos não estivesse a treinar na 1ª Liga, voltaria a casa para leccionar educação física. Em três anos saltou de Chaves para Braga - com um título da 2ª liga, ao leme do Beira-Mar, pelo meio.

Ao serviço do Sporting de Braga lutou pelo título nacional, antes de rumar ao Olympiacos onde venceu Campeonato e Taça de Grécia. Aos 39 anos realizou um sonho, confessado ao pai na adolescência - orientar o clube do coração: “Um dia ainda vou treinar o Sporting.”

Fonseca e Jardim estreiam-se em confrontos entre dragões e leões na árdua disputa pela liderança da Liga Zon Sagres.

No FC Porto a defesa deve permanecer intocável: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro. No miolo se Fernando e Lucho são indispensáveis, a expulsão precoce frente ao Zenit deve retirar o lugar a Herrera - Defour reentra nas contas. No ataque Jackson é indiscutível. Sobram duas posições, aparentemente para três homens: Licá, Josué e Varela. O desgaste do meio de semana pode pesar - Josué e Varela devem começar de início. As entradas de Quintero, Ricardo ou Kelvin seriam surpresas enormes.

No Sporting, Patrício regressa à baliza. A dupla Rojo e Maurício segue firme na defesa. Nas laterais, grandes dúvidas: Jefferson aparentemente está recuperado. O seu regresso pode atirar Piris para o banco, ou para a direita, em detrimento de Cédric – um cenário menos provável, mas possível.

Adrien e William estão de pedra e cal no meio campo. A ascensão de Vítor põe a titularidade de André Martins em causa, mas Jardim deve optar pela manutenção do camisola 8 no onze. No trio de ataque o incontestável Montero deve ter a companhia de Wilson e Carrillo. Capel recuperado de lesão, corre por fora.