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Raio X ao Dragão: Eliaquim Mangala

Os jogadores são os principais protagonistas do futebol, mas há mais sobre eles do que é possível ver em campo. O Vavel Portugal faz hoje o Raio-X a Eliaquim Mangala, defesa do F.C. Porto.

Raio X ao Dragão: Eliaquim Mangala
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Por Miguel G. Robayna

Chegou no verão de 2011, procedente da cidade belga de Liège e, desde esse momento que o seu peso no plantel principal do F.C. Porto tem sido maior a cada jogo. Aos 22 anos, é uma das peças mais importantes dos ‘dragões’ e uma das presenças fixas nos onzes do Paulo Fonseca, tal tem sido o seu nível neste último ano, alvo de alguns dos melhores clubes da velha Europa, na passada janela de transferências.

Mas Eliaquim não saiu da Cidade Invicta e continua a formar com Otamendi uma das parelhas de centrais com maior qualidade na actual Champions League. É por isso que os pulsos elásticos brancos que Mangala costuma usar podem marcar uma tendência no desporto rei da Europa.

De Colombes a Liège

Com ascendência congolesa e nascido no fevereiro de 1991 na localidade francesa de Colombes, Mangala apenas moraria no país gaulês por cinco anos. Nesse momento, a vida do futuro central internacional da França iria ficar marcada. Na Bélgica começaria a dar os seus primeiros pontapés na bola como... avançado. O seu crescimento foi progressivo até chegar ao Namur, o maior expoente do futebol da comuna francesa.

Em 2009, estreia-se na Champions: As suas boas aptidões captaram a atenção dos caçadores de talentos do Standard de Liège e foi aí que começou a sua carreira profissional, apenas com 17 anos. Mais de 700 minutos de jogo na primeira época com esta camisola, num total de 13 aparições, no ano que o Standard viria a vencer o seu último Campeonato Belga até a data. O título foi a chave perfeita, num ano que não permitiu vislumbrar mais que alguns detalhes do grande jogador que estava prestes a nascer.

Nas duas seguintes épocas ao serviço dos ‘rouches’, alcançou os quarenta jogos por época, marcou seu primeiro golo e fez a sua estreia na máxima competição do futebol europeu ao nível de clubes. A 16 de setembro de 2009, Eliaquim Mangala entrava no onze inicial frente ao Arsenal e, apenas dois minutos depois do apito do árbitro, faria o seu baptismo como goleador na Champions League.

Depois de três anos no Standard de Liège, chegou o momento de mudar de ares, por causa da chamada de Pinto da Costa e da direcção do F.C. Porto. As negociações fecharam-se por 6,5 milhões de euros para os belgas e Mangala pôs-se a caminho do Dragão, naquela que acabaria por ser mais uma prova do bom olho dos portistas quando se trata de encontrar novas jóias para o plantel.

Velocidade e contundência

As qualidades de Mangala ultrapassam as dum central clássico, provavelmente porque em mais do que uma ocasião teve de jogar a lateral esquerdo. Por isso, não é estranho ver o central sair ao ataque depois de roubar a bola ou sendo mesmo ele a iniciar as jogadas do Porto a partir da defesa, característica tão normal nos centrais modernos.

Mas não é só isso o que faz de Eliaquim um jogador diferente. Porque, aos seus vinte e dois anos, o francês é capaz de actuar como um jogador experiente, aproveitando a sua velocidade para se medir com os avançados rivais e fazer coberturas a Danilo e Alex Sandro, quando o rival encontra espaços nas costas destes. E não só falamos de velocidade pura, mas também na reacção para corrigir e recuperar a posição quando a primeira finta do oponente o consegue enganar.

Por outro lado, os seus 187 centímetros e sua capacidade atlética, permitem-lhe ser uma garantia na defesa de cruzamentos, quer em bola jogada, quer em bola parada, sempre a aparecer com grande força para eliminar o perigo da área da baliza portista. Ao mesmo tempo, é uma ameaça a ter em conta pelo rival nas bolas paradas, com que atrai a atenção da defesa inimiga e permite aos seus companheiros obter boas opções de remate.

Com a juventude de Mangala, são poucos os defesas que se destacam, pois é difícil não cometer erros num lugar do terreno de jogo em que a experiência tem um factor extra. O próprio jogador francês ainda faz alguns devido a este mesmo facto, mas isso não deve fazer esquecer que o futebol luso conta com uma das grandes promessas e que já começa a impor sua lei.

Bélgica queria-o na selecção

Embora Mangala já tenha feito a sua estreia na selecção principal de França, e de ter sido uma presença habitual nas categorias inferiores com os ‘les bleus’, o central dos ‘dragões’ tem no seu historial um facto bem curioso. Pois é preciso lembrar que ele tem dupla nacionalidade, francesa e congolesa.

Porém, foi a Associação Belga de Futebol a que perguntou ao jogador a sua disponibilidade para jogar com a equipa sub-18. Nunca saberemos se Mangala teria sido mais um jogador na grande geração de futebolistas do país do chocolate, já que o jogador recusou jogar com Bélgica, por não estar nacionalizado como belga.

Foto 1: Cordon Press

Foto 2: nuevofutbol.com

Foto 3: rtp.pt