«Rafael Alexandre Fernandes Ferreira da Silva pode estar na mira de Paulo Bento para a convocatória tendo em vista o Mundial de 2014». Seria no mínimo intrigante para os leitores do Vavel Portugal tentarem perceber quem seria este jogador.

Este jogador é nem mais nem menos a nova estrela do Sporting de Braga e uma das maiores apostas de futuro da selcção portuguesa: Rafa Silva. Nascido em 1993, fez maior parte da sua formação no Alverca, dando nas vistas pela sua rapidez e toque de bola que compensavam a sua franzina estatura (que tanto o particulariza). Em 2011 ingressou no Feirense, ainda enquanto júnior, que o catapultou para o que é hoje. Dotado de um enorme poder de passe que facilita a finalização de qualquer avançado, rápido nos dribles que «trocam os olhos» aos defesas contrários, frio no momento de rematar para golo e acima de tudo um maestro que pauta o jogo da sua equipa. Talvez estaremos aqui na presença de um sucessor à altura para Deco?

O que é certo é que agarrou a titularidade na equipa de Jesualdo Ferreira e nunca mais a largou, sendo agora um dos indiscutíveis do Sporting de Braga, quer como ala quer como médio ofensivo, a sua posição de raíz. Já apelidado de Hazartd português, Rafa continua a desvendar todo o seu talento e é mais que certo que nos próximos tempos continuaremos a ouvir muito sobre este jovem médio de apenas 20 anos.

Subir um degrau: do Feirense para o Sporting... de Braga

Como já foi supra referido, em 2011, ainda com idade de júnior o médio ofensivo mudou-se para o Feirense, impondo-se como pedra basilar na equipa principal na época seguinte. Esta mudança para o Feirense foi tudo menos um erro na carreira de Rafa, muito pelo contrário foi o que lhe permitiu chegar aos olheiros dos grandes portugueses. Na época de 2012/2013 foi dos jogadores mais utilizados na equipa sénior do Feirense notabilizando-se pela sua capacidade de suportar os campos mais duros do campeonato da segunda divisão, sempre com uma habilidade acima da média e com uma maturidade muito superior para a idade que tinha. Bastaram 47 jogos onde brilhou com a camisola do Feirense, marcando 11 golos e realizando imensas assistências para chamar a atenção dos clubes da primeira divisão portuguesa.

Se afirmassem que Rafa estaria na boca do mundo futebolístico devido à sua possível transferência para um dos grandes do futebol português seria díficil de acreditar, devido ao facto de ser um jogador muito novo. No entanto isto aconteceu, no mercado de transferências Rafa protagonizou um dos episódios mais marcantes de disputa entre duas equipas do escalão principal em Portugal. E não eram clubes vulgares, eram o Sporting Clube de Portugal e o Sporting de Braga. A disputa pelo jovem médio foi intensa, sendo que no príncipio o interesse em contratar o talentoso Rafa vinha apenas da parte do Sporting CP que apostava no jogador para uma primeira adaptação ao clube, provavelmente na equipa B, e após este período de adaptação saltaria para a equipa principal onde demonstraria a sua qualidade. O pré acordo estaria finalizado, só que se intrometeu o Sporting de Braga.

Cerca de 300 mil euros, foi a proposta com que o Sporting de Braga finalizou o negócio por Rafa, demonstrando assim que uma aventura europeia bracarense talvez pesasse muito em qualquer equipa. Juntou-se assim um prodígio jovem a um treinador que gosta de criar estes jovens. Nada mais nada menos que Jesualdo Ferreira que acreditou que Rafa poderia abrir o livro logo na equipa principal do plantel do Braga que contava com muitas novas caras. Jesualdo é notável no trabalho de prospecção e amadurecimentos de talentos, vejamos por exemplo os casos do Sporting CP da época passada, como Dier, Ilori, Bruma, Esgaio ou Betinho. Estavam criadas as condições para a afirmação deste jovem jogador, num dos clubes ideais para tal.

Um talento à solta

Portugal tem uma aptidão especial para criar protótipos de super estrelas futebolísticas de ano para anos. Cada jogador que se assume mais dislumbrante e faz uma exibição mais destacada já merece o destaque dos portugueses. Com Rafa não dá para enganar. Após 24 jogos e 9 golos pelo Sporting de Braga é inegável que está ali um jogador português diferente do normal, que espalha magia em campo e que é capaz de deixar os defesas completamente indefesos perante as suas investidas quer pelo meio quer pelas alas. Fazia falta alguém assim no futebol português.

Deu nas vistas mais consistentemente na equipa do Sporting de Braga num jogo de nível baixo mas que se estava a figurar como um quebra cabeças para os arsenalistas, contra o modesto Gafetense para a Taça de Portugal. Rafa decidiu mostrar o porquê de ter sido cobiçado pelo Sporting e pelo Braga, marcando o segundo golo do jogo numa excelente jogada individual onde fintou três adversários com uma facilidade impressionante.

Foi o primeiro momento para a ascensão do jovem génio. A partir daí foi uma constante subida, de suplente que entrava para acrescentar classe, a titular numa ala com Pardo a servir de companheiro de desequílibrio na outra ala, desmontaram por exemplo a defesa do Olhanense onde Rafa voltou a demonstrar as suas aptidões. Foi como extremo que Rafa foi mais utilizado, visto que a sua posição natural estava reservada para o capitão e veterano Alan. Porém, Rafa não estranhou a posição e com o seu toque de bola apurado e velocidade, arracou para exibições consistentes e golos de levantar qualquer estádio.

A contratação minhora começou a rende e a par com William Carvalho do Sporting, começaram a surgir rumores de propostas estrangeiras para levar Rafa para os tubarões europeus. O Braga não hesitou e blindou o Hazard Português com 25 milhões, fazendo dele uma jóia rara da família minhota.

Uma aposta nacional ganha

Passaram apenas 6 meses após o príncipio da Liga Portuguesa, o tempo necessário para a afirmação de Rafa como um protagonista do bom futebol que atraí qualquer um aos estádios. As recentes exibições provam isso mesmo, golos e assistências constantes pautadas por exibições de encher o olho. Mereceu destaque de todos os meios de comunicação no derbi minhoto contra o rival Vitória de Guimarães onde oferece dois golos e deixa a cabeça em àgua aos defesas vimaranenses, chamando assim a atenção pela facilidade de penetração na área adversária e pela sua evidente capacidade de criar desequílibrios no um para um. Um visionário em campo que arranja espaços onde poucos o fazem.

A mais recente exibição de renome foi nesta útlima jornada contra o Gil Vicente. Jesualdo decidiu deslocar Rafa para a sua posição de raíz, a de número 10, e o jovem convenceu. Em apenas 20 minutos já tinha marcado 2 golos em 2 jogadas que abrem o apetite a qualquer adepto de futebol. Com toques imples, imaginação acima da média e rapidez vísivel, Rafa (juntamente com Pardo) deixou a defesa gilista numa lástima, exibindo as suas fragilidades. É inegável o potencial de Rafa, a sua consistência para idade que tem começa a surgir também. Agora o importante torna-se confirmar as expectativas que são cada vez mais elevadas.

Mister Paulo bento, está atento?

Maestros, números 10, criadores de oportunidades, jogadores que possam cair nas alas e ajudar os pontas de lança... Portugal não os tem em abundância. Nos útlimos 15 anos, na selecção nacional foram apenas dois os representantes puros desta posição: Rui Costa, o eterno maestro, e Deco, o mágico. Desde aí tem sido díficil de achar um verdadeiro número 10 que represente as cores nacionais. João Moutinhho é o mais semelhante a estes nomes, so que é como «box to box» que rende muito mais, quebrando um pouco na criatividade do último passe. Alguém colocodo à sua frente, como acontece com James Rodriguez no Mónaco, era o ideal para Portugal. Só que desde o abandono de Deco, tendem a não aparecer estes jogadores.

Mais recentemente surgiram Josué e André Martins, recentemente convocados por Paulo bento mas muito pouco utlizados. Sem tantas provas dadas, Bernardo Silva e Tozé apareceram também em força nas equipas B's so Benfica e Porto respectivamente. E depois há Rafa que representa uma opção talentosa e fiável para o selecionador visto que posui o factor de desequílibrio que Portugal só tem nos extremos, no entanto esta é apenas a sua primeira metade de época na primeira divisão e está a evoluir da melhor forma nos sub-21 onde já é titular. Contudo levanta-se a questão, se Portugal não tem autênticos médios ofensivos em abundância e se Rafa é cada vez mais titular neste Sporting de Braga, dando constantes provas do seu talento, não seria proveitoso começar a usar a magia do jovem de 20 anos? Uma sugestão para o selecionador Paulo Bento visto que no mundo futebolístico muito se especula sobre a necessidade da renovação da selecção nacional e sobre as escolhas de Paulo Bento para o Mundial de 2014.