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Justa permanência de Jesus perdoado

Nem mesmo as várias lesões que foram assolando o plantel do Benfica impediram que o projecto de Jorge Jesus tivesse chegado a bom porto esta época.

Justa permanência de Jesus perdoado
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Por Rafael Reis

Se em relação à excelente temporada protagonizada pelo Benfica se poderá dizer que todos saíram vencedores e desportivamente (e não só) valorizados, o destaque deverá ser atribuído a Jorge Jesus e à capacidade camaleónica de passar de maior derrotado de 2012/2013 a dominador da temporada que se seguiu.

As afirmações do técnico traduzem o sucesso que se encarregou de continuar, com destaque para quando expressava com o título ainda não confirmado que «com o nosso rival a sete pontos, capaz de fazer uma recuperação, e o outro a doze, este mais difícil, o Benfica vai continuar a fazer jogo a jogo.»

Não há como escapar à transformação vivenciada pela frente de ataque, dado que este sector terá perdido (e agora transferido) Rodrigo Moreno e poderá estar em vias de perder Oscar Cardozo face à escassa utilização, sendo Cardozo um atacante que segundo Jesus «não fazendo golos, mexe emocionalmente.»

Nem as lesões colocaram em causa o projecto vencedor de Jesus

«Nem estar em vantagem nem em desvantagem – nada desvia a equipa dos seus princípios de jogo», assim se manifestou o treinador benfiquista por mais de uma ocasião, assim traçando o mote que resultou numa época de sucesso quase absoluto.

Se existiu um ‘quase’ na temporada benfiquista, tal ficou a dever-se à Liga Europa, competição na qual ficou apenas a faltar um triunfo na final e que ainda ofereceu algumas dificuldades às quais se acresceram o afastamento de alguns jogadores por lesão, alguns deles importantes, como foi o caso de Rúben Amorim e Eduardo Salvio, que estiveram algum tempo afastados dos relvados.

Pesem essas limitações, as águias conseguiram ultrapassá-las graças à bem organizada gestão de Jesus, que foi afirmando que «é um bom momento que a equipa está a atravessar, está muito bem» em todas as provas, sem esquecer a Taça de Portugal, um objectivo pessoal que há muito tempo o treinador ambicionava.

Nessa competição em particular, JJ foi exigindo «jogos de muita qualidade» que a equipa foi oferecendo ao seu líder, para seu orgulho e regozijo especialmente pela confiança que alimentava no momento em que se juntou ao clube encarnado, altura na qual expressou que «sempre disse à minha equipa técnica que quando chegássemos a um grande até daríamos de calcanhar.»

Resultados concludentes condizem com o discurso de satisfação do treinador

Com o decorrer da temporada e com o coleccionar de vitórias, as opiniões favoráveis à continuidade do técnico foram-se sucedendo, inclusivamente entre as antigas glórias do clube, destacando-se a opinião de Stefan Schwartz, que indicou que «Jesus deve continuar pois consigo a equipa pode dar ainda mais.»

Se as águias não deram tudo... pouco faltou, permitindo ao seu timoneiro uma celebração efusiva no Marquês de Pombal de boné na cabeça, atitude justificável pela carreira da equipa que o levou a concluir que «vê-se que fizemos uma excelente época» que valeu o assédio internacional que ameaçou a sua saída do Benfica.

Todavia, ao que tudo indica, a época de redenção de Jorge Jesus levará ao anúncio oficial de Luís Filipe Vieira quanto a uma continuidade que será vista com unanimidade mesmo entre aqueles que não apreciam o estilo do experiente treinador que estará na Luz durante pelo menos mais um ano.