Alvalade estava ao rubro, vibrando com a estreia de Nani no primeiro jogo do clube em casa, a contar para o campeonato nacional. Mais de 30.000 pessoas deslocaram-se ao reduto leonino para ver o deslocar de uma grande época - esperando uma vitória que apagasse a falsa partida, há uma semana, em Coimbra.

O Sporting entrou a todo o gás, correspondendo às exigências exultantes das bancadas: forte pressão sobre os elementos do Arouca, bloco subido e estacionado perto da área adversário, extremos (Nani e Carrillo) bem abertos no terreno e Montero afiando facas na esperança de quebrar o jejum. Os minutos foram passando e a excitação foi dando lugar à impaciência - o grande responsável? Goicoechea, o guardião uruguaio dos forasteiros.

Goicoechea prolongou jejum de Montero

Verdade seja dita, Goicoechea foi a muralha de serviço, parando dois lances de golo iminente finalizados por Montero, que desespera por um golo (não marca desde Dezembro de 2013). Esses dois flagrantes momentos ofensivos do Sporting foram o que de melhor os «leões» produziram na primeira parte, fruto da constante pressão a meio-campo que reduziu o tempo de posse de bola do Arouca e cortou as pernas dos tão pretendidos contra-ataques maquinados por Pedro Emanuel.

Ímpeto perdido, Arouca mais arisco

Mas, como em tudo o que se adia, o ímpeto foi-se perdendo, ora na habilidade do Arouca em adormecer o jogo a meio-campo, ora na sua capacidade em, gradualmente, subir no terreno, tirando partido de um maior relaxamento táctico dos comandados de Marco Silva. Nildo finalizou a primeira oportunidade de golo do Arouca, contra as mãos seguras de Patrício - a primeira parte terminaria com uma acalmia cândida e sem agressividade de parte a parte.

Nani quis ser herói e acabou por desiludir

Balliu tocou a bola com a mão e o Sporting gozou da melhor oportunidade de toda a segunda parte: uma grande penalidade, um para um contra o guardião uruguaio do Arouca - Nani decidiu ser ele o batedor da grande penalidade, ultrapassando o topo da hierarquia dos marcadores, liderada pelo exímio Adrien. Aos 64 minutos, o retornado internacional luso falhava o golo na cara de Goicoechea, mais uma vez herói em casa alheia. O guarda-redes adivinhou o lado e estendeu-se como um gato, parando o remate de Nani - Alvalade, incrédula, sofria a bom sofrer.

O penalty falhado coroou a exibição de Nani como fraca, roçando mesmo a inocuidade. A titularidade do extremo, sustentada apenas por três treinos, não se afigurou a melhor das cartadas jogadas por Marco Silva. Numa escala bem diferente esteve Jefferson: o lateral esquerdo leonino percorreu vezes sem conta o corredor, flanqueando o Arouca e municiando a frente de ataque, que não raras vezes desperdiçou o esforço do brasileiro - é do seu pé que partem as assistências para os golos (falhados) de Montero, defendidos por Goicoechea.

Afinal o herói foi um tal de Mané

Não fosse por ele (e pela sua excelente entrada na partida), os sportinguistas teriam voltado para casa com um empate (mais um) decepcionante na bagagem; seria, pois então, o segundo, o que consumaria um péssimo arranque de campeonato - ainda para mais quando a deslocação vindoura, apesar de ser curta, adivinha-se tremendamente difícil (Sporting defronta o Benfica na Luz...). Mas tudo se compôs com um golo do promissor Carlos Mané, aos 93 minutos: Alvalade explodiu de alegria e alívio.

O jovem avançado mexeu com a alma do jogo desde o início da segunda parte (substituiu Rosell) mostrou-se inconformado com o nulo: abusou da velocidade, das entradas pelo último terço, recuperou bolas e ajudou a empurrar o Sporting para a frente, quando o nervosismo e a incerteza já tomavam conta dos jogadores da casa. O golo, conseguido depois de um remate de Tanaka ao poste, premiou a tenacidade do jovem Mané, um «habitué» na resolução de jogos difíceis - que o diga o Sporting versão 2013/2014.

Suspiros por Slimani

Suspenso por motivos disciplinares, Slimani voltou a falhar a estreia na liga 2014/2015 mas mesmo sem jogar o seu nome encheu a boca de muitos adeptos presentes no estádio. Aos remates carentes de sucesso de Montero e aos inúmeros cruzamentos efectuados pelos flancos sportinguistas, os fãs leoninos respondiam com lamentos alusivos ao argelino: «Falta-nos um matador na área», «Precisávamos ali do Slimani, ele é forte no jogo aéreo», ouvia-se. De facto, a equipa flanqueou bastante o jogo mas não tirou proveito disso - faltou agressividade, presença no coração da área e sobrou disciplina defensiva ao quarteto recuado do Arouca.

Pontuações VAVEL

Sporting (0) Arouca (1)

Rui Patrício 6 Goicoechea 9
Esgaio 6 Balliu 6
Maurício 6 Nelsinho 6
Sarr 6 Miguel Oliveira 6
Jefferson 7 Diego Galo 6
Rosell 5 Bruno Amaro 6
Adrien 6 David Simão 6
André Martins 6 Pintassilgo 5
Nani 5 Artur 5
Carrillo 6 André Claro 6
Montero 6 Nildo 6
Substitutos
Mané 8 Tinoco 5
Capel 5 Dabó -
Tanaka 6 -