A Vuelta 2014 terminou, na Compostela, com a consagração do ciclista espanhol Alberto Contador, que exibiu uma condição invejável e uma abnegação extraordinárias ao bater toda a concorrência com superioridade. O pistoleiro, que corre pela Tinkoff-Saxo, completou a prova com um tempo de 81 horas, 25 minutos e 5 segundos, com uma vantagem de 1 minuto e 10 segundos sobre Chris Froome e 1 minuto e 50 segundos do compatriota da Movistar, Alejandro Valverde.

Desta feita, Contador materializa com estilo o seu regresso à ribalta do ciclismo internacional, arrebatando uma das mais prestigiadas e árduas provas do World Tour, totalmente ultrapassado que está o período negro da sua carreira, a suspensão por doping em 2012, que o manteve foras das estradas durante 5 meses (a sentença, retroactiva, foi de 2 anos de suspensão) e lhe valeu a perda do Tour de France 2010. O trepador, de 31 anos, arrecada assim a sua segunda Vuelta desde que foi suspenso, a terceira em toda a carreira, confirmando o bom momento de forma e suplantando Froome, o seu grande rival da actualidade.

O duelo entre Contador e Froome fora adiado quando, no passado Tour de France, ambos os corredores sucumbiram a aparatosas quedas que os deixaram impossibilitados de levar o desafio gaulês até final. O tira-teimas da Vuelta, um mês depois, ganha por isso um significado ainda maior. O ciclista da Team Sky bem tentou destronar o espanhol, mas a resistência de Contador foi suficiente para lhe valer a camisola amarela até ao último dia da prova.

Os portugueses André Cardoso e Sérgio Paulinho terminaram a prova nuns respeitáveis 25º e 57º lugar, respectivamente, a camisola da montanha ficou na posse do espanhol Luis Sánchez, da Caja Rural, e camisola dos pontos ficou entregue ao alemão John Degenkolb, da Team Giant-Shimano; no cômputo colectivo, a formação russa da Katusha levou a melhor, à frente da Movistar e da Tinkoff-Saxo, que completaram o pódio.