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Conseguirá a defesa acompanhar o nível deste ataque leonino?

Quando a defesa não compromete e William se apresenta a um nível semelhante ao da última época, a equipa parece quase imbatível. O problema reside na falta de regularidade e de (alguma) qualidade dos executantes.

Conseguirá a defesa acompanhar o nível deste ataque leonino?
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Por João Carlos Fervença

Depois de alguns dias onde se assistiu à típica (e triste) picardia entre adeptos do Sporting em que uns tentam desvalorizar de forma acrítica a derrota e a atitude da equipa depois de uma vergonhosa exibição em Guimarães e outros põem tudo em causa esquecendo a sua curva ascendente, a mesma deu a resposta pedida por todos em campo e venceu sem contestação o Schalke 04.

Mascarar as debilidades defensivas

Não há nenhuma equipa no mundo infalível. Há algumas que, até mesmo a meio gás se aproximam da perfeição: o Real Madrid pela sua objectividade e pelos executantes matadores, o Bayern com o seu carrossel e circulação de bola que levam o adversário à exaustão, e o Atlético com a sua organização defensiva que torna a sua baliza uma autêntica muralha.

Ninguém pode exigir que o Sporting tenha uma fiabilidade ou nível exibicional parecido às equipas acima citadas, pela incomparável menor qualidade dos executantes e falta de experiência. O que se pede ao Sporting, até pelo menos ao mercado de Inverno (onde poderá corrigir a sua grave lacuna no eixo defensivo – tecla em que baterei com bastante insistência), é que tente ao máximo mascarar as suas debilidades defensivas que podem comprometer a equipa em momentos decisivos.

Vamos lá: quando o quarteto ofensivo funciona, muito dificilmente o Sporting não ganha. Isto porque faz 3 ou 4 golos e poucas são as equipas que marcam mais do que 2 golos aos leões (o jogo com o Schalke 04 é o exemplo perfeito disso). O problema é que nem sempre os consegue fazer (como é natural) e é nesses jogos em que o meio campo defensivo e a defesa têm de aparecer.

Os campeões são aqueles que quando jogam mal  conseguem arrancar vitórias a ferros. Vitórias assentes na coesão e organização defensiva e no oportunismo. E é por isso mesmo que, quando o ataque não funciona tão bem, o quarteto defensivo mais William Carvalho têm de ser quase perfeitos. E esta deve ser a grande dor de cabeça dos que acompanham o Sporting.

Ataque competente não basta

A grande diferença entre a eficácia do ataque e da defesa não se prende apenas na evidente diferença de intensidade e de coordenação, mas também na qualidade individual dos intervenientes. Quando o bloco ofensivo não funciona tão bem, o Sporting tem executantes que podem resolver o jogo. O mesmo não se passa no bloco defensivo (importante incluir aqui a cobertura do meio campo).

Quando o quarteto defensivo não compromete e o William ocupa o meio campo como o fazia no ano passado, jogando simples e de maneira eficaz, a equipa é uma e, em momentos do jogo, parece imbatível. Quando há descoordenação dos executantes da defesa e falta de cobertura do William ("n" jogos em que se viam buracos enormes: i) entre o central esquerdo e o lateral esquerdo, e ii) entre os centrais e o 1º médio) a equipa treme e parece outra.

Para manter a consistência e uma série de vitórias o Sporting precisa, então, de uma defesa organizada que cometa poucos erros de posicionamento (pede-se um central mais rápido para fazer parelha com o Paulo Oliveira) e individuais, e um William ao nível do ano passado, na grande maioria dos jogos.

A organização e coesão têm de ser muito elevadas para esconder a falta de qualidade e de maturidade de alguns dos elementos da defesa. Este será o factor decisivo do sucesso do Sporting nesta época.

Conseguirá a defesa acompanhar o nível deste ataque leonino?