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Taça de Portugal: Sporting suou para empatar alvinegros

O Sporting esteve por duas vezes em desvantagem mas conseguiu sempre voltar à igualdade, até mesmo quando já jogava em inferioridade numérica. O empate a duas bolas, na Choupana, revelou um Nacional afoito e frontal perante um Leão cansado e em claro sub-rendimento. O empate forasteiro dá vantagem ao Sporting na meia-final da Taça de Portugal.

Taça de Portugal: Sporting suou para empatar alvinegros
Foto via: RR Sapo
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Por VAVEL

O Sporting visitou ontem a Choupana no arranque da meia-final da Taça de Portugal, que se decidirá em duas mãos. Os leões, em baixo de forma, eram favoritos mas as reservas competitivas previam menor fulgor da formação leonina, e, de facto, o Sporting de Marco Silva apresentou-se vários furos abaixo da qualidade exigida. O Nacional, espraiado no terreno de jogo e disposto a contrariar o candidato principal à vitória final na prova, jogou de olhos nos olhos contra o Leão.

Sporting remendado, Nacional atrevido

O jogo ganhou imenso com o declarado equilíbrio, nota dominante durante todos os 90 minutos; o Sporting, natural pretende ao controlo das incidências da partida, nunca foi capaz de abafar o meio-campo alvinegro, sofrendo com as boas e pontiagudas transições ofensivas de João Aurélio, Marco Matias, Gomaa e Tiago Rodrigues. Com o núcleo táctico a operar num fraco ritmo, o Sporting perdia os duelos individuais e só com os esticões de Mané e Carrillo conseguia enervar os madeirenses.

As alterações efectuadas por Marco Silva tardaram a fazer a diferença e acabariam por se revelar inócuas - Miguel Lopes viria a ser expulso, André Martins nunca pegaria de estaca no jogo e Tanaka demonstrar-se-ia a um nível sofrível. Se o lateral luso acabou por ir para o duche mais cedo, Martins e Tanaka desagradaram e deram lugar a Adrien e Slimani; Mané, que ocupou a vaga do lesionado Nani, foi um dos mais esclarecidos - executou com critério, batalhou pelos flancos e acabou por ver o seu suor premiado com o precioso golo do empate.

No Nacional de Manuel Machado tudo começou por correr como gizado na estratégia do técnico: a equipa pressionava a preceito, fechava os corredores laterais com as atenções redobradas de Marçal, Aurélio e auxílios do trinco Aly Ghazal, batalhava no centro do terreno e tentava disparar contra-ataques impulsionados por Gomaa e Tiago Rodrigues, levados a cabo, principalmente, pela velocidade de Marco Matias -  o extremo cruzou para Lucas João e este fez a bola rasar o poste de Patrício. Estavam, aos 11 minutos, abertas as hostilidades.

Jogo de emoção e equilíbrio

A partir dos 11 minutos o jogo desenrolou-se numa espiral de lances de perigo, oportunidades de golo flagrantes e emoção plena de equilíbrio. Aos 24 minutos, num lance tingido de ilegalidade (fora-de-jogo), o Sporting esteve perto de marcar mas Tanaka permitiu que Gottardi crescesse e lhe roubasse o ângulo de remate; aos 33 minutos, novo lance de golo iminente na área alvinegra: Carrillo pegou em cheio na bola, disparou um míssil mas Rui Correia deu o corpo ao manifesto e, em cima da linha, substituiu Gottardi.

O Nacional respondeu com um tiro ao ferro da baliza de Rui Patrício: Tiago Rodrigues ganhou balanço e, perante a passividade do meio-campo leonino, decidiu disparar um potente estoiro que apenas foi travado pelo poste; e, com esse susto leonino, o jogo foi para intervalo. Na segunda parte chegaram os golos - o Nacional adiantou-se no marcador por Luis Aurélio, que aproveitou uma falha descomunal de Patrício e empurrou a bola para a rede leonina. O «keeper» internacional largou uma bola morta e voltou a deixar mal a sua equipa.

O golo insular, aos 49 minutos, teve resposta imediata - cruzamento de Jefferson e Tobias Figueiredo, de cabeça, a furar a linha defensiva do Nacional e a empatar a contenda; mas o empate seria extremamente efémero, já que o mesmo Tobias permitira que Lucas João restabelecesse a vantagem madeirense, dois minutos depois, mediante um cabeceamento certeiro. Quando o Leão desesperava e via Miguel Lopes receber guia de expulsão, Mané emergiu e fez a diferença que resultou em igualdade: remate em jeito, Gottardi em voo, empate à vista na Choupana, 2-2 aos 83 minutos.

Leão ao trambolhão saiu vivo da Choupana

O resultado dá vantagem ao Sporting, que com dois golos forasteiros antevê com maior tranquilidade o jogo da segunda mão, em Alvalade. Apesar da exibição medíocre e do fraco ritmo competitivo apresentado, o Leão saiu da Choupana vivo e com boas perspectivas de alcançar a final do Jamor. O Nacional, apesar da boa réplica, falhou rotundamente em anular a reacção final do Sporting, não utilizando da melhor forma a superioridade numérica de que beneficiou nos últimos 20 minutos. 

Rui Patrício cometeu nova calamidade

É inevitável discutir o momento de forma de Rui Patrício: o «keeper» luso demonstra nervosismo, incerteza e insegurança. As últimas actuações do guarda-redes leonino têm revelado um Patrício inconsistente: na partida do Restelo, dois frangos resultaram, por sorte, num golo caricato e embaraçoso; ontem, perante uma bola morta e inofensiva, nova calamidade não-forçada. Pelo meio, críticas ao seu posicionamento no duelo mano-a-mano contra Tello, no jogo do Dragão (3-0).

 

Fotos via: Rádio Renascença | Sapo/Bola Branca