Jan Oblak é um nome que ainda deixa saudades pelas bandas da Luz, apesar da competente e segura magistratura de Júlio César, actual imperador da baliza do Benfica, formação que caminha a passos largos para a revalidação do título. O gigante esloveno Oblak foi, antes de mais, um dos obreiros do sucesso do Benfica versão 2013/2014, mostrando entre os postes a sua frieza, a sua concentração e a qualidade técnica na hora de proteger a baliza encarnada.

Vendido no Verão de 2014 por 16 milhões de euros ao campeão espanhol Atlético Madrid, o jovem promissor «keeper» colocou fim a um curto reinado na baliza do Benfica para aventurar-se na Liga BBVA, entre os melhores do mundo. Apesar do rótulo de promessa inegável, Oblak viu a sua pré-época ser atrasada por uma persistente lesão que permitiu ao concorrente Miguel Ángel Moyà agarrar a titularidade na equipa de Diego Simeone.

Longo período de espera com dúvidas a pairar no ar

Lutando contra o espectro do esquecimento e também contra a crescente popularidade do experiente Moyà (que evidenciava segurança e qualidade entre os postes), Jan Oblak foi obrigado a permanecer paciente. Nas primeiras oportunidades tidas, o esloveno não convenceu - o período de espera aumentava. No seu jogo de estreia, na fase de grupos da Liga dos Campeões, Oblak sofreu três golos precisamente numa das piores exibições do colectivo «colchonero» (derrota por 3-2, em Atenas).

Passando a actuar regularmente na Taça do Rei, Oblak esteve presente na eliminatória contra o Hospitalet e depois contra o grande rival de Madrid, o Real de Cristiano Ronaldo e companhia. Seguro e tranquilo, foi parte da equipa que eliminou o campeão europeu (4-2 no total dos dois jogos), nos oitavos-de-final da prova espanhola. Voltou a participar na Taça do Rei, agora contra o Barcelona - os catalães deixaram os «colchoneros» pelo caminho (4-2 no agregado dos quartos-de-final).

Mergulhou de novo numa ausência competitiva que durou desde 28 de Janeiro até 17 de Março, dia em que saltou para a baliza do Atlético Madrid na decisiva segunda mão da eliminatória diante do Bayer Leverkusen (oitavos-de-final da Liga dos Campeões). O Atlético confirmou a passagem aos quartos-de-final após grandes penalidades (3-2), com Oblak a parar o remate do especialista Hakan Çanalhoglu. 

Março e Abril: os meses da afirmação total de Oblak

O jogo diante do Bayer foi o primeiro de uma senda de jogos que finalmente coroaram Oblak como guarda-redes titularíssimo do Atlético Madrid. O esloveno realizou já 10 partidas consecutivas (enquanto titular), participando em sete vitórias, um empate e uma derrota (diante do Real Madrid, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões). Finalmente, Oblak deixou vincada a sua qualidade entre os postes, arrancando exibições de grande nível e executando defesas que impressionaram a crítica desportiva espanhola.

O acervo de grandiosas defesas de Oblak vai-se alargando; contra o Real Madrid, na partida da primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, o esloveno brilhou durante 90 minutos, opondo-se com superioridade aos remates de Gareth Bale, Cristiano Ronaldo e James Rodríguez, sendo aclamado como o responsável pelo laborioso nulo no Calderón. Contra o Villarreal, na jornada passada, Oblak voltou a revelar mestria entre os postes, impedindo o golo do empate, já perto do cair do pano.