Natural de Madrid, canterano de sangue e apaixonado, desde tenra idade, pelo Real Madrid, Álvaro Morata foi ontem o «inside man» que deixou de fora o Real Madrid - o avançado espanhol, que, por não entrar nas contas de Ancelotti, deixou Madrid para rumar a Turim, foi um dos maiores destaques da meia-final da Liga dos Campeões entre a Juventus e o actual campeão europeu Real Madrid, seu clube do coração.

«Inside man» porque Morata, canterano de 22 anos que lutou por uma titularidade obscena no reino galáctico do Bernabéu (quem permitiria a um canterano tomar o lugar das onerosas estrelas?), foi preterido pela direcção técnica «merengue» e, com o Real ainda no coração, marcou, indelevelmente, uma eliminatória que se decidiu, em grande parte, pelos golos do espanhol que ainda há menos de um ano vestia-se de «blanco».

Morata marcara o golo inaugural do duelo da primeira mão, em Turim, e, ontem, voltou a balançar as redes de Iker Casillas, com um remate feito a partir do coração da área. O golo permitiu à Juventus empatar o jogo no Bernabéu e passar para a frente do resultado agregado - Morata não deu asas aos festejos, mas deixou crivado no peito da sua antiga equipa duas lembranças amargas: dois golos que atiraram o ainda campeão europeu para fora da Liga dos Campeões.

Dono de uma técnica assinalável, rápida leitura de jogo e excelente propensão para jogar de costas para a baliza, Morata parece ter o instinto goleador afinado e,, sobretudo, a classe tecnicista do saudoso Raúl, mítico goleador «blanco», agora a actuar longe de Espanha. Realizou 43 jogos pela Juventus em 2014/2015, onde tem sido, finalmente, aposta contínua. Marcou 13 golos até agora e tem-se revelado o parceiro ideal do argentino Carlitos Tévez.