O "momento" do futebol português é encerrado na figura de Jorge Jesus. O treinador português fecha o seu ciclo de águia ao peito e assina pelo rival lisboeta, Sporting. Num golpe de mestre, os leões aproveitam a dificuldade de renovação na Luz, chamando-o, com sucesso, para Alvalade.

No que parece ser o resultado de divergentes perspectivas na orientação do Sport Lisboa e Benfica, Luis Filipe Vieira e Jorge Jesus falharam o acordo que fixaria a permanência do treinador campeão no clube. Mas se a iminência de saída parecia certa, surpreendente se tornou a escolha de rumo por parte do técnico, a que lhe bastou atravessar uma circular para encontrar nova morada.

A direcção, em figura de Bruno de Carvalho, «aliciou» Jesus (em fim de contrato) com o valor de 6 milhões de euros por ano (numa base de 3 milhões brutos ao ano mais prémios), num acordo inicial de três épocas. A perspectiva é clara: fazer de um treinador conhecedor do futebol português, um novo campeão em Alvalade, inserido na política de ascencão do clube. 

O nome de Rui Vitória, assente em mesa encarnada, poderá ter facilitado a troca de emblemas, mas, segundo se apura, as conversações entre o Jorge Jesus e Sporting poderiam durar de há semanas a esta parte.

A reviravolta no futebol português, encarnada na figura de um treinador, está a abalar a comunidade de adeptos dos dois clubes. Por um lado, a revolta benfiquista sobre a escolha do eterno rival, depois dos festejos recentes na Luz. Por outro, a reticência sportinguista, por iguais motivos. 

Jesus será responsável máximo pela estrutura de futebol do Sporting Clube de Portugal e será substituto de Marco Silva, que é avançado como possível futuro técnico do Sevilha. Augusto Inácio, consequentemente, abandonará o cargo de director desportivo do clube.