Nos Barreiros, o Sporting voltou a mostrar sinais de constância e regularidade, atingindo a sua décima vitória no campeonato, e, com isso, saiu reforçada a liderança dos Leões, que voltaram a assumir o comando após o triunfo do Porto diante do Paços de Ferreira. Num jogo morno e sem intensidade alta, foi o remate de Adrien, à entrada da área insular, a permitir ao Leão bater um Marítimo atrevido mas pouco ofensivo. Para a vitória leonina contribuiu também a perícia de Rui Patrício, que parou dois tiros certeiros e manteve a baliza inviolada.

Marega e Ruiz assustaram, Patrício e Salin salvaram

O Marítimo abordou o jogo sem Raul Silva, central titular que cumpriu castigo, e também sem Edgar Costa, avançado que falhou o encontro pelas mesmas razões. Já o Sporting alinhou sem a dupla de atacate habitualmente titular: Islam Slimani, por castigo, e Teo Gutiérrez, por lesão, levaram Jorge Jesus a lançar Fredy Montero com Bryan Ruiz no apoio, entrando Gelson Martins para a faixa esquerda do ataque. O primeiro avisou foi dado pelo Marítimo, que lançou o pânico na área leonina: Patrício opôs-se com mestria a um cabeceamento certeiro de Marega, na sequência de um canto, aos 13 minutos.

Durante os primeiros 25 minutos o Sporting sentiu imensas dificuldades para quebrar a estabilidade táctica do Marítimo, que com Fransérgio, Alex Soares e Ghazaryan, conseguia suster a dinâmica de Adrien, João Mário e Gelson Martins. Mas aos 29 minutos, o Sporting acordava e agitava as águas, colocando o Marítimo em sentido: Bryan Ruiz alvejou a baliza insular mas Salin, seguro, sacudiu à primeira e beneficiou do corte oportuno de Dirceu à segunda tentativa do costa-riquenho. De seguida, num lance fortuito, o azar bateu à porta do arménio Ghazaryan, que saiu lesionado (34 minutos).

João Mário e Adrien descobriram o golo, Patrício manteve a magra vantagem

A segunda parte começou com o golo que viria a decidir a contenda: João Mário perfurou a muralha pela lateral, penetrou na área a serviu Adrien, que, à entrada da área e totalmente solto de marcação, rematou para o fundo das redes insulares, à passagem do minuto 53. Pouco tempo depois, Jorge Jesus reforçou o meio-campo, retirando Gelson e lançando o experiente Alberto Aquilani (aos 61 minutos). Aos 77 minutos, o perigo voltou a rondar a baliza leonina, mas, de novo, Rui Patrício voltou a ser gigante, parando com uma palmada o remate de primeira de Dyego Sousa, após centro vindo da direita.

O Marítimo tentou, na recta final, voltar a importunar Patrício, mas faltou a chama e a capacidade técnica para contornar a defensiva do Leão. Ficou a sensação de que os insulares poderiam ter sido mais intensos na busca do empate, mas o Sporting soube gerir os minutos e manter o Marítimo longe das redes do internacional português. Junya Tanaka ainda entrou para render um apagado Montero, mas o Sporting, resignado ao magro triunfo, não mais carregou no acelerador.

Destaques do Marítimo x Sporting:

Rui Patrício: Sempre bem colocado a atento, o guarda-redes do Sporting voltou a mostrar porque razão é, no reino do Leão, o mais incontestado dos elementos. Defendeu dois lances de golo e salvou o Sporting de uma escorregadela. 

João Mário/Adrien: Apesar de jogar descaído pela direita, João Mário sabe como poucos dinamizar os espaços interiores, combinando com Adrien sempre que possível. A sua movimentação perigosa permitiu o desenvolvimento da jogada que serviu Adrien e que resultou no golo.

Moussa Marega: Não prima pela técnica refinada, mas a sua velocidade, abnegação e desenvoltura muscular permitiram-lhe ser uma dor de cabeça para a defensiva do Leão (Jefferson sofreu bastante) durante a primeira meia-hora. Esteve perto do golo após cabeçada quase letal.