Há dois anos, o FC Porto apresentava uma nova política perante o futebol português. Um novo investimento, uma nova estratégia que tinha como principal objetivo a reconquista do título nacional para a cidade invicta.

Este novo movimento trouxe ao clube azul e branco grandes promessas, vindas dos mais prestigiados clubes europeus, um treinador com fama de liderança e uma nova esperança a todos os portistas que viam esta nova equipa como um ‘Super Porto’.

Porém a estratégia viria a revelar-se fútil e sem sucesso. A fome de títulos cresceu ainda mais entre os adeptos que afirmavam que, com aquele tipo de investimento, os títulos eram uma obrigação.

O que falhou então neste Porto renovado? Quais são, neste momento as maiores lacunas portistas? Comecemos pelo inío.

A baliza

Na época passada, a lesão do Guarda-Redes titular Helton, veio trazer, para a baliza portista, Fabiano. O brasileiro viria a revelar-se uma aposta falhada em muitos momentos mas, a grande desilusão está na contratação deste ano para guardar as redes dos azuis: Iker Casillas.

O guarda-redes espanhol foi a surpresa do mercado para todos nós, o nome conceituado veio embelezar a panorama do futebol português. Porém, os resultados não são os melhores e ficou provado que a fama não é tudo. Pode Casillas já ter salvo a sua equipa algumas vezes esta ápoca? Sim pode, mas já comprometeu em ocasiões onde o espaço para o erro era muito pequeno e podem os adeptos portistas, face aos acontecimentos, admitir que há uma lacuna na posição do guardião dos ‘Dragões’

Centro da defesa

Ora, se Casillas não inspira confiança para muitos adeptos, para a defesa a confiança é pouca, ou até nenhuma. É certo que a falta de rendimento dos centrais não está diretamente relacionada com o ‘fracasso Casillas’ mas este tem um incondicional papel na defesa portista.

As lesões neste setor têm pesado, é um facto, Marcano voltou há pouco tempo, e não voltou na melhor das formas. Martins Indi não corresponde ás espectativas, e a falta de opções para o centro da defesa tem sido sempre uma constante para a equipa azul e branca.

Os números falam por si, o Porto é a equipa dos três grande com mais golos sofridos (21) e está ainda à frente do Braga neste contexto, que tem 19.

Falta de química 

Se por um lado os adeptos do FC Porto se podem queixar dos sectores mais recuados, por outro não se podem lamentar pelo número de opções existentes para o meio-campo e para a frente de ataque.

Opções essas que vão desde Danilo, Herrera, Brahimi, André, Ruben Neves para o meio campo e Suk, Corona, Aboubakar e Varela para a frente de ataque.

Qual será, então, o problema existente? A resposta está na química inexistente na equipa portista assim como a inconsistência. Ora tanto vemos uma jogada ornamentada e finalizada da melhor maneira, como nos deparamos com um FC Porto pálido, sem opções e inofensivo.

O problema já vem dos tempos de Lopetegui, e Peseiro ainda não conseguiu dar um novo ânimo à sua equipa.

Falta de liderança

Quem é o verdadeiro líder do FC Porto? A resposta a esta pergunta pode ser difícil. Desde o inicio do século, que o clube da invicta teve os mais conceituados líderes, como Vítor Baía ou até mesmo Jorge Costa que sempre tiveram em Pinto Da Costa o seu pilar.

Ora, se o mítico presidente azul e branco parece, muitas vezes, estar com os dias contados à frente do clube, este não tem um líder dentro de campo que eleve o FC Porto a um nível diferente.

Por outro lado, a fama de liderança que Lopetegui trouxe consigo não vingou, e José Peseiro não conseguiu fazer nada, ou quase nada em relação a esse campo. Os problemas de indisciplina aconteceram já várias vezes e toda esta conjuntura vai dando uma imagem ao clube azul e branco que não é aquela que muitos conhecemos.

É este o Porto de hoje. Um Porto apático, inofensivo para muitos e com apostas falhadas. É já sabido que é preciso mudar de estratégias para que o clube da invicta volte a ser o que era. Quanto tempo levará? Não sabemos. Até lá restam as memórias, ainda recentes de um clube bem diferente daquilo que aparente ser hoje.